22 outubro, 2018

Permaneçam ao lado de Cristo crucificado e do povo sofredor, disse o Papa aos Passionistas

 
 
“Para muitos jovens, que estão à procura de Deus, a Paixão de Jesus pode ser uma fonte de esperança e coragem, pois ensina-lhes que todos são amados até o fim", disse Francisco aos padres capitulares.
 
Manoel Tavares – Cidade do Vaticano
 
O Santo Padre concluiu a sua série de audiências, na manhã desta segunda-feira (22/10), recebendo, na Sala do Consistório, no Vaticano, cerca de 100 participantes no Capítulo Geral da Congregação da Paixão de Jesus Cristo ou Padre Passionistas.

No seu discurso aos Padres Capitulares, que se realiza em Roma de 6 a 27 de outubro: “Renovar a nossa missão: gratidão, profecia e esperança”. Trata-se de três palavras, disse Francisco, que manifestam o espírito com o qual vós quereis impelir a Congregação a uma renovação da sua missão:

Pretendeis empreender um novo caminho de formação permanente para as vossas comunidades, arraigado na experiência da vida diária; além do mais, querem fazer um discernimento sobre a metodologia pastoral para vos aproximar mais das novas gerações”.

O seu fundador, São Paulo da Cruz - disse o Papa - deu a si e aos seus companheiros este lema: “Que a Paixão de Jesus Cristo esteja sempre nos nossos corações". O seu primeiro biógrafo, São Vicente Maria Strambi, disse sobre o fundador: “Parece que Deus escolheu o Padre Paulo, de modo especial, para ensinar as pessoas a buscá-Lo na interioridade do seu coração”.

São Paulo da Cruz – recordou o Papa - queria que as suas comunidades fossem escolas de oração, onde pudessem fazer experiência de Deus, não obstante a sua santidade tenha sido vivida entre a obscuridade e a desolação, mas também com alegria e paz, que tocavam o coração de quem o encontrava. E acrescentou:

A Paixão de Jesus ocupa o centro da sua vida e da sua missão. O Fundador a descreveu como "a maior e mais bela obra do amor de Deus". O voto, que os distingue, com o qual se esforçam para manter viva a memória da Paixão, coloca-vos aos pés da Cruz, de onde brota o amor sanativo e reconciliador de Deus”.

Por isso, Francisco encorajou os Padres Passionistas a serem ministros da cura espiritual e da reconciliação, tão necessárias no mundo de hoje, marcado por feridas novas e antigas. Segundo as suas Constituições os Passionistas são chamados a dedicar toda a sua existência à “evangelização e à nova evangelização dos povos, dando prioridade aos mais pobres e abandonados”.

A sua presença ao lado das pessoas, - frisou o Papa – representa, através das missões populares, da direção espiritual e do sacramento da Penitência, um precioso testemunho: “A Igreja precisa de ministros que falem com ternura, ouçam sem condenar e acolham com misericórdia”. E referindo-se à atualidade, Francisco afirmou:

A Igreja sente, hoje, o forte apelo de sair e ir para as periferias, tanto geográficas como existenciais. O seu compromisso, a abraçar as novas fronteiras da missão, implica não ir só a novos territórios para levar o Evangelho, mas também a enfrentar os novos desafios do nosso tempo, como a migração, o secularismo e o mundo digital”.

Nesta época de grandes mudanças, disse o Papa aos Passionistas “Vós sois chamados a ler os sinais dos tempos. Novas situações exigem novas respostas. Uma fidelidade criativa ao vosso carisma permitirrvos-á responder às necessidades das pessoas que mais sofrem”.

Por fim, o Santo Padre recordou os Santos que a Congregação dos Passionistas ofereceu à Igreja, como o jovem São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, cujo exemplo de seguimento a Jesus ainda fala aos jovens de hoje. O testemunho dos Santos e Beatos da família religiosa Passionista representa a fecundidade do seu carisma e os modelos de suas escolhas apostólicas.

O Papa Francisco concluiu o seu discurso aos Padres Capitulares Passionistas, dizendo: “Para muitos jovens, que estão à procura de Deus, a Paixão de Jesus pode ser uma fonte de esperança e coragem, pois ensina-lhes que todos são amados até o fim. Que o seu testemunho e apostolado continuem a enriquecer a Igreja; permaneçam sempre ao lado de Cristo crucificado e do seu povo sofredor”.

VATICAN NEWS

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