As religiões, se não seguirem caminhos de paz, negam a si mesmas
(Vatican Media)
Na mensagem
enviada ao participantes do Encontro de Oração pela Paz em Bolonha, o
Papa Francisco reiterou que “não podemos resignar-nos ao demónio da
guerra, à loucura do terrorismo, à força enganodora das armas que devoram
vidas. Não podemos deixar que a indiferença se apodere dos homens,
tornando-os cúmplices do mal, daquele terrível mal que é a guerra, cuja
crueldade é paga especialmente pelos mais pobres e mais fracos."
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
É urgente elaborar juntos “memórias de comunhão que curem as feridas
da história, é urgente tecer tramas de pacífica convivência para o
futuro”.
Na mensagem enviada ao arcebispo de Bolonha, Dom Matteo Maria Zuppi e
aos representantes das Igrejas e comunidades cristãs e das grandes
religiões mundiais, reunidos no Encontro de Oração pela Paz –
organizado pela arquidiocese de Bolonha e pela Comunidade de Santo
Egídio – o Papa recorda que “no mundo globalizado, onde infelizmente
parece sempre mais fácil escavar distâncias e esconder-se nos próprios
interesses, somos chamados a comprometer juntos para unir pessoas e
povos”.
Francisco observa que este encontro coloca-se no sulco histórico do
encontro que teve lugar em outubro de 32 anos atrás, em Assis. “Desde
então - disse ele - os cenários da história mudaram, muitas vezes de
maneira dramática”. No entanto, “estes encontros permaneceram como uma
linha vermelha que ao longo dos anos testemunham a contínua necessidade
de implorar juntos, sem se cansar, o dom da paz”:
“Não podemos resignar-nos ao demónio da guerra, à loucura do
terrorismo, à força enganadora das armas que devoram vidas. Não
podemos deixar que a indiferença se apodere dos homens, tornando-os
cúmplices do mal, daquele terrível mal que é a guerra, cuja crueldade é
paga especialmente pelos mais pobres e mais fracos. Não podemos
subtrair-nos de nossa responsabilidade de crentes, chamados, com mais
razão ainda na aldeia global de hoje, a tomar a peito o bem de todos e a
não contentar-mo-nos apenas em estar em paz”.
As religiões – adverte o Pontífice - se não prosseguirem caminhos de
paz, negam-se a si mesmas. "Elas devem construir pontes, em nome daquele
que não se cansa de unir o Céu e a Terra. As nossas diferenças, por isto,
não devem colocar-nos uns contra os outros: o coração daqueles que
realmente acreditam, exortam a abrir, sempre e em toda parte, caminhos de
comunhão.
O Santo Padre disse que há dois anos, por ocasião do 30º aniversário
do primeiro encontro na cidade de Assis, tinha enfatizado a
responsabilidade dos crentes em edificar um mundo de paz, e recordou na
mensagem algumas das suas palavras então proferidas.
Neste contexto, exortou os religiosos a envolverem de maneira audaz
os jovens, “para que cresçam na escola da paz e se tornem construtores e
educadores da paz”, também recordando que nestes dias a Igreja Católica
“interroga-se de modo particular sobre as jovens gerações”:
“O mundo em que habitam, geralmente parece muitas vezes hostil ao
seu futuro e violento com aqueles que são fracos: muitos ainda não viram
a paz e outros não sabem o que possa ser uma vida digna. Como crentes,
não podemos deixar de sentir a urgência de colher o forte clamor pela
paz que se eleva dos seus corações e de construir juntos aquele futuro
que lhes pertence. Por isso é necessário construir pontes entre as
gerações, pontes sobre as quais caminhar de mãos dadas e escutando-nos”.
“A paixão pela paz – disse o Santo Padre ao concluir - torna todos
mais jovens onde realmente conta: no coração. Hoje, estando um ao lado
do outro, homens e mulheres de crenças e gerações diferentes, mostrem
que, com a ajuda de Deus, é possível construir a paz, juntos. É o caminho
a percorrer. Agradeço-vos e desejo-vos um bom caminho pelo bem de
todos”.
VATICAN NEWS
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