14 outubro, 2018

Papa: a paixão pela paz torna todos mais jovens no coração

 
As religiões, se não seguirem caminhos de paz, negam a si mesmas  (Vatican Media)
 
Na mensagem enviada ao participantes do Encontro de Oração pela Paz em Bolonha, o Papa Francisco reiterou que “não podemos resignar-nos ao demónio da guerra, à loucura do terrorismo, à força enganodora das armas que devoram vidas. Não podemos deixar que a indiferença se apodere dos homens, tornando-os cúmplices do mal, daquele terrível mal que é a guerra, cuja crueldade é paga especialmente pelos mais pobres e mais fracos."
 
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
 
É urgente elaborar juntos “memórias de comunhão que curem as feridas da história, é urgente tecer tramas de pacífica convivência para o futuro”.

Na mensagem enviada ao arcebispo de Bolonha, Dom Matteo Maria Zuppi e aos representantes das Igrejas e comunidades cristãs e das grandes religiões mundiais, reunidos no Encontro de Oração pela Paz – organizado pela arquidiocese de Bolonha e pela Comunidade de Santo Egídio – o Papa  recorda que “no mundo globalizado, onde infelizmente parece sempre mais fácil escavar distâncias e esconder-se nos próprios interesses, somos chamados a comprometer juntos para unir pessoas e povos”.

Francisco observa que este encontro coloca-se no sulco histórico do encontro que teve lugar em outubro de 32 anos atrás, em Assis. “Desde então - disse ele -  os cenários da história mudaram, muitas vezes de maneira dramática”. No entanto, “estes encontros permaneceram como uma linha vermelha que ao longo dos anos testemunham a contínua necessidade de implorar juntos, sem se cansar, o dom da paz”:

“Não podemos resignar-nos ao demónio da guerra, à loucura do terrorismo, à força enganadora das armas que devoram vidas. Não podemos deixar que a indiferença se apodere dos homens, tornando-os cúmplices do mal, daquele terrível mal que é a guerra, cuja crueldade é paga especialmente pelos mais pobres e mais fracos. Não podemos subtrair-nos de nossa responsabilidade de crentes, chamados, com mais razão ainda na aldeia global de hoje, a tomar a peito o bem de todos e a não contentar-mo-nos apenas em estar em paz”.

As religiões – adverte o Pontífice - se não prosseguirem caminhos de paz, negam-se a si mesmas. "Elas devem construir pontes, em nome daquele que não se cansa de unir o Céu e a Terra. As nossas diferenças, por isto, não devem colocar-nos uns contra os outros: o coração daqueles que realmente acreditam, exortam a abrir, sempre e em toda parte, caminhos de comunhão.

O Santo Padre disse que há dois anos, por ocasião do 30º aniversário do primeiro encontro na cidade de Assis, tinha enfatizado a responsabilidade dos crentes em edificar um mundo de paz, e recordou na mensagem algumas das suas palavras então proferidas.

Neste contexto, exortou os religiosos a envolverem de maneira audaz os jovens, “para que cresçam na escola da paz e se tornem construtores e educadores da paz”, também recordando que nestes dias a Igreja Católica “interroga-se de modo particular sobre as jovens gerações”:

O mundo em que habitam, geralmente parece muitas vezes hostil ao seu futuro e violento com aqueles que são fracos: muitos ainda não viram a paz e outros não sabem o que possa ser uma vida digna. Como crentes, não podemos deixar de sentir a urgência de colher o forte clamor pela paz que se eleva dos seus corações e de construir juntos aquele futuro que lhes pertence. Por isso é necessário construir pontes entre as gerações, pontes sobre as quais caminhar de mãos dadas e escutando-nos”.

“A paixão pela paz – disse o Santo Padre ao concluir - torna todos mais jovens onde realmente conta: no coração. Hoje, estando um ao lado do outro, homens e mulheres de crenças e gerações diferentes, mostrem que, com a ajuda de Deus, é possível construir a paz, juntos. É o caminho a percorrer. Agradeço-vos e desejo-vos um bom caminho pelo bem de todos”.

VATICAN NEWS

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