Na Audiência desta quarta-feira, Francisco completou a sua reflexão sobre o sexto mandamento , "não cometer adultério". "Amar é sair de si, é descentralizar", afirmou.
Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano
Hoje, quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano. Cerca de 20 mil fiéis participaram na Praça de São Pedro no encontro semanal com o Pontífice.
O Papa Francisco completou a catequese
sobre o sexto mandamento, “não cometer adultério”, evidenciando que o
amor fiel de Cristo é a luz para viver a beleza da afetividade humana. O
amor manifesta-se na fidelidade, no acolhimento e na misericórdia.
Revolução
Este mandamento, recordou o Papa, refere-se explicitamente à
fidelidade matrimonial. Francisco definiu como “revolucionário” o trecho
da Carta de São Paulo aos Efésios lido no início da Audiência, em que o
Apóstolo afirma que o marido deve amar a esposa assim como Cristo amou a
Igreja. Levando em consideração a antropologia da época, disse o Papa,
“é uma revolução. Talvez, naquele tempo, é a coisa mais revolucionária
dita sobre o matrimónio”.
Por isso, é importante refletir profundamente sobre o significado de
esponsal, estando ciente, porém, de que o mandamento da fidelidade é
destinado a todos os batizados, não só aos casados.
Amar é descentralizar
De facto, o caminho do amadurecimento humano é o próprio percurso do
amor, que vai desde o receber cuidados até à capacidade de oferecer
cuidados; de receber a vida, à capacidade de dar a vida. Tornar-se
adultos significa viver a atitude esponsal, ou seja, capaz de doar-mo-nos
sem medida aos outros.
O infiel, portanto, é uma pessoa imatura, que interpreta as situações
com base no próprio bem-estar. “Para casar, não basta celebrar o
matrimónio!”, recordou o Papa. É preciso fazer um caminho do eu ao nós.
De pensar sozinho, a pensar a dois. A viver sozinho, a viver a dois.
Descentralizar é uma atitude esponsal.
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Audiência Geral de 31 de outubro de 2018
Por isso, acrescentou Francisco, “toda a vocação cristã é esponsal”,
pois é fruto do laço de amor com Cristo mediante o qual fomos
regenerados. O sacerdote é chamado a servir a comunidade com todo o
afeto e a sabedoria que o Senhor doa.
A Igreja não necessita de aspirantes ao papel de sacerdotes, “é
melhor que fiquem em casa”, mas homens cujo coração é tocado pelo
Espírito Santo com um amor sem reservas para a Esposa de Cristo. No
sacerdócio, ama-se o povo de Deus com toda a paternidade, ternura e a
força de um esposo e de um pai. O mesmo vale para quem é chamado a viver
a virgindade consagrada.
O corpo não é um instrumento de prazer
“O corpo humano não é um instrumento de prazer, mas o local do nossao chamamento ao amor, e no amor autêntico não há espaço para a luxúria e para e a sua superficialidade. Os homens e as mulheres merecem mais!”
O Papa concluiu recordando que o sexto mandamento, mesmo na orma
negativa – não cometer adultério – nos oriente ao nosso chamamento
originário, isto é, ao amor esponsal pleno e fiel, que Jesus Cristo nos
revelou e doou.
Dia de Finados
Dia de Finados
No final da Audiência, o Papa recordou a celebração do Dia de
Finados. “Que o testemunho de fé dos que nos precederam reforce em nós a
certeza de que Deus acompanha cada um no caminho da vida, jamais
abandona alguém a si mesmo, e quer que sejamos todos santos, assim como
Ele é santo.”
VATICAN NEWS
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