Papa Francisco
"Os jovens não
devem ser objeto, mas sujeito do anúncio do Evangelho. A Igreja deve ser
mãe e casa dos jovens", eis a esperança dos Padres Sinodais. Enquanto
se realizam os trabalhos da quarta Congregação sinodal, na manhã desta
sexta-feira (05/10), vamos fazer uma resenha sobre as intervenções da
tarde de ontem, ou seja, a terceira Congregação.
Cidade do Vaticano
Terceiro dia da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em andamento no Vaticano, sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Enquanto se realizam os trabalhos da quarta Congregação sinodal, na
manhã desta sexta-feira (05/10), vamos fazer uma resenha sobre as
intervenções da tarde de ontem, ou seja, a terceira Congregação.
Durante esta Assembleia, a atenção dos Padres sinodais concentrou-se sobre a primeira parte do “Instrumentum Laboris”
– o Documento preparatório do Sínodo - dedicada ao tema da “escuta”,
sobre o qual foram feitas vinte intervenções, seguidas de um debate
livre.
“Os jovens não devem ser objeto, mas sujeito da proclamação do
Evangelho”: eis a esperança dos Padres sinodais. A ideia é de um
renovado protagonismo missionário na Igreja, no campo social e político,
para que as novas gerações sejam fermento e luz do mundo, artífices da
paz e da civilização do amor.
A Igreja, casa e mãe dos jovens
“A Igreja é chamada a ser mãe e lar, empatia e escuta, voz dos que
não têm voz, especialmente para os que se encontram em situações
difíceis, pedras descartadas que, graças ao anúncio da Boa Nova, podem tornar-se "pedras angulares" na construção de um mundo melhor”. Este
pensamento, que ecoou na Sala sinodal, foi dirigido, de modo especial,
às crianças ex-soldados e às que pertencem a famílias problemáticas ou
afetadas por vícios, desemprego, corrupção, tráfico humano; como também,
aos muitos imigrantes, obrigados a deixarem o seu país de origem, em
busca de uma vida melhor, mas que acabam por perder as suas raízes, distanciando-se da fé e não desenvolvendo os seus talentos pessoais.
Manter o entusiasmo juvenil
O consumismo no Ocidente - observaram os Padres sinodais - corre o
risco de apagar o entusiasmo da juventude, que, muitas vezes, é
desorientada, sem ideais e sem fé, também por causa das novas
ideologias, como os extravios e o liberalismo exagerado.
É preciso falar, com coragem, sobre a beleza da proposta cristã sobre
a sexualidade, sem tabus: prestar atenção aos que, hoje, não conseguem
viver a castidade durante o noivado. É o que destacam alguns Padres
sinodais, que admitem: a maior parte das comunidades paroquiais não
consegue perceber as expectativas dos jovens, que, muitas vezes, se
afastam da Igreja após a Crisma.
Por isso, há urgente necessidade de uma pastoral renovada, capaz de
ouvir e transmitir o olhar amoroso de Jesus, como também de se expressar
com uma linguagem jovem, além daquela digital.
Os Jovens e a confiança na Igreja
“Os jovens - observam os Bispos sinodais - ajudam os adultos a situarem-se no presente e esperam da Igreja um sinal profético de comunhão, num mundo dilacerado. Eles são o coração missionário da Igreja”. Neste
sentido, lançaram a proposta de instituir um Pontifício Conselho
especialmente para eles.
Os participantes nos trabalhos sinodais recordaram também “o pedido
de uma renovação espiritual”, que emergiu dos questionários
preparatórios do Sínodo. É preciso ajudar os futuros adultos a
reconquistar a confiança nos sacerdotes, sobretudo num momento em que a
sua credibilidade é colocada à dura provação por causa dos escândalos
de abusos sexuais. A este respeito, foi expresso o desejo de que o
Sínodo possa fornecer respostas pastorais adequadas e concretas.
Viver a liturgia e a oração nas pegadas dos santos
Por fim, durante as intervenções sinodais, foi realçada a importância
de relançar a Catequese e a Liturgia, que, junto com a devoção popular,
salvaguardaram a fé de muitos cristãos, em contextos de perseguição.
Neste sentido, para não ceder à tentação do ativismo, é preciso ainda
falar aos jovens sobre a importância da oração. Mas, por sua parte, é
essencial que também a Igreja reze pelos jovens e pela sua vocação.
Com efeito, os jovens anseiam pela dimensão do silêncio e da
contemplação, mas, quando não a encontram na Igreja, procuram noutros
lugares.
Segundo os Padres sinodais, a Igreja deve dar maior assistência e
acompanhamento espiritual aos jovens, colocando em evidência os valores
eternos, que levam à verdadeira felicidade, mediante uma proposta
evangélica, segundo o seu período de maturação. Neste sentido, os muitos
Santos, que enriquecem a história da Igreja, podem servir de exemplo de
grande atualidade. (Paolo Ondarza)
VATICAN NEWS
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