30 setembro, 2020

Papa: encontrar a cura também para os grandes vírus humanos e socioeconômicos

 

"Um pequeno vírus continua a causar feridas profundas e desmascara as nossas vulnerabilidades físicas, sociais e espirituais. Mostrou a grande desigualdade que reina no mundo: desigualdade de oportunidades, de bens, de acesso aos cuidados médicos, de tecnologia, educação, milhões de crianças não podem ir à escola, e assim por diante", disse Francisco na Audiência Geral.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

“Curar o mundo. Preparar o futuro junto com Jesus que salva e cura.” Este foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (30/09), realizada no Pátio São Dâmaso, dedicada ao tema da pandemia de coronavírus.

O Pontífice recordou que “nas últimas semanas, à luz do Evangelho, refletimos juntos sobre como curar o mundo que sofre de um mal-estar que a pandemia realçou e acentuou”. “O mal-estar já existia. A pandemia o acentuou e aumentou. Percorremos os caminhos da dignidade, da solidariedade e da subsidiariedade, caminhos indispensáveis para promover a dignidade humana e o bem comum”, sublinhou Francisco.

Na qualidade de discípulos de Jesus, começamos a seguir os seus passos optando pelos pobres, repensando o uso dos bens e cuidando da Casa comum. No meio da pandemia que nos aflige, ancoramo-nos nos princípios da Doutrina Social da Igreja, deixando-nos guiar pela fé, esperança e caridade. Aqui encontramos uma ajuda sólida para ser agentes de transformação que sonham alto, não se detêm nas mesquinharias que dividem e magoam, mas encorajam a gerar um mundo novo e melhor.

Gritos que exigem de nós outro rumo

O Papa frisou que gostaria que este percurso continuasse quando terminar suas catequeses sobre o tema da pandemia, que possamos continuar caminhando juntos, «mantendo o nosso olhar fixo em Jesus», que salva e cura o mundo.

O Evangelho nos mostra que “Jesus curou doentes de todos os tipos, restituiu a visão aos cegos, a palavra aos mudos, a audição aos surdos. Quando curava doenças e enfermidades físicas, curava também o espírito, perdoando os pecados, porque Jesus perdoa sempre, assim como as “dores sociais”, incluindo os marginalizados. Jesus, que renova e reconcilia cada criatura, nos concede os dons necessários para amar e curar como Ele sabia fazer, para cuidar de todos sem distinção de raça, língua ou nação”.

Segundo Francisco, “para que isto aconteça realmente, temos necessidade de contemplar e apreciar a beleza de cada ser humano e de cada criatura. Fomos concebidos no coração de Deus. «Cada um de nós é o fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um é necessário». Além disso, toda criatura tem algo a dizer-nos sobre Deus Criador. Reconhecer esta verdade e dar graças pelos laços íntimos da nossa comunhão universal com todas as pessoas e todas as criaturas ativa «um cuidado generoso e cheio de ternura». Ajuda-nos também a reconhecer Cristo presente nos nossos irmãos e irmãs pobres e sofredores, a encontrá-los e a ouvir o seu grito e o grito  da terra que lhe faz eco”. A seguir, acrescentou:

Mobilizados interiormente por estes gritos que exigem de nós outro rumo, exigem mudanças, poderemos contribuir para a cura das relações com os nossos dons e capacidades. Poderemos regenerar a sociedade e não voltar à chamada “normalidade”, que é uma normalidade doente, que estava doente antes da pandemia. A pandemia a acentuou. Agora voltamos à normalidade. Não, isso não é bom. Esta normalidade era doente de injustiça, desigualdade e degradação ambiental.

Um pequeno vírus continua causando feridas profundas

O Papa observou que “a normalidade a que somos chamados é a do Reino de Deus, onde «os cegos veem, os coxos caminham, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres...». Ninguém se faça de bobo olhando para o outro lado! Na normalidade do Reino de Deus o pão chega a todos e sobeja, a organização social baseia-se em contribuir, partilhar e distribuir, não em possuir, excluir e acumular. Estes dois gestos, não? Este é o gesto que faz ir adiante uma sociedade, uma família, um bairro, uma cidade, todos: dar-se, dar, que não é dar esmola, não: é dar do coração. E não o gesto que puxa para trás com egoísmo, a ânsia de possuir e todas essas coisas. A forma cristã de fazer isto não é uma forma mecânica: é uma forma humana. Não poderemos sair da crise, evidenciada pela pandemia, mecanicamente: com novos aparelhos... que são muito importantes! “Eh, Padre, há inteligência artificial...”: é importante, nos faz ir adiante. Não tenha medo dessas coisas, mas sabendo que nem mesmo os meios mais sofisticados podem fazer uma coisa: eles podem fazer muitas coisas, mas não podem fazer uma coisa: a ternura. E a ternura é o sinal da presença de Jesus, o aproximar-se ao próximo para fazer com que vá adiante, para curar, ajudar, sacrificar-se pelo outro. Não se esqueçam disso”.

Um pequeno vírus continua causando feridas profundas e desmascara as nossas vulnerabilidades físicas, sociais e espirituais. Mostrou a grande desigualdade que reina no mundo: desigualdade de oportunidades, de bens, de acesso aos cuidados médicos, de tecnologia, educação, milhões de crianças não podem ir à escola, e assim por diante. Estas injustiças não são naturais nem inevitáveis. São obra do homem, provêm de um modelo de crescimento desligado dos valores mais profundos. O desperdício de alimento. O desperdício do alimento que sobra. Com esse desperdício é possível dar de comer a todos! E isto fez com que muitas pessoas perdessem a esperança e aumentou a incerteza e a angústia.

“É por isso que, para sairmos da pandemia, temos que encontrar a cura não só para o coronavírus, mas também para os grandes vírus humanos e socioeconômicos. E certamente não podemos esperar que o modelo econômico subjacente ao desenvolvimento injusto e insustentável resolva os nossos problemas. Não o fez e não o fará, porque não pode fazê-lo, embora certos falsos profetas continuam prometendo o “efeito dominó” que nunca chega.”

Vocês já ouviram falar do teorema do copo: o importante é que o copo se encha e depois transborda sobre os pobres e outros, e eles recebem as riquezas. Mas existe um fenômeno: o copo começa a encher e quando está quase cheio, o copo cresce e cresce e nunca transborda, nunca. Fiquem atentos!

Trabalhar para gerar boas políticas

Segundo o Pontífice, “temos que trabalhar urgentemente para gerar boas políticas, para conceber sistemas de organização social que recompensem a participação, o cuidado e a generosidade, e não a indiferença, a exploração e os interesses particulares. Temos de ir adiante com ternura. Uma sociedade solidária e equitativa é uma sociedade mais saudável. Uma sociedade participativa, onde os “últimos” são considerados como os “primeiros”, fortalece a comunhão. Uma sociedade onde a diversidade é respeitada é muito mais resistente a qualquer tipo de vírus”.

O Papa concluiu sua catequese, convidando a colocar “este caminho de cura sob a proteção da Virgem Maria, Nossa Senhora da Saúde. Ela, que carregou Jesus no seu ventre, nos ajude a ser confiantes. Animados pelo Espírito Santo, podemos trabalhar juntos para o Reino de Deus que Cristo inaugurou neste mundo, vindo entre nós. Um reino de luz no meio das trevas, de justiça no meio de tantos ultrajes, de alegria no meio de tanta dor, de cura e salvação no meio da doença e da morte. Deus nos conceda “viralizar” o amor e globalizar a esperança à luz da fé”.

Nas pegadas de São Jerônimo

Após a catequese, o Pontífice lembrou que hoje assinou a Carta Apostólica «Sacrae Scripturae affectus», no 16º centenário da morte de São Jerônimo. “Que o exemplo deste grande doutor e Padre da Igreja, que colocou a Bíblia no centro de sua vida, desperte em todos um amor renovado pela Sagrada Escritura e o desejo de viver em diálogo pessoal com a Palavra de Deus”.

VN

29 setembro, 2020

Carta Apostólica do Papa dedicada a São Jerónimo: a “Biblioteca de Cristo”

 
São Jerónimo, sacerdote e doutor da Igreja
 
“Verdadeiramente S.Jerónimo é a ‘Biblioteca de Cristo’, uma biblioteca perene que, passados dezasseis séculos, continua a ensinar-nos o que significa o amor de Cristo, um amor inseparável do encontro com a sua Palavra. Palavras do Papa Francisco, na Carta Apostólica “Scripturæ Sacræ Affectus”, uma homenagem a S. Jerónimo no XVI centenário da sua morte

Jane Nogara – Vatican News

Foi publicada uma Carta Apostólica do Papa Francisco, na memória litúrgica de São Jerónimo “Scripturæ Sacræ Affectus”, uma homenagem ao santo no XVI centenário da sua morte. Francisco inicia a Carta recordando o grande amor do santo pela Sagrada Escritura: “O afeto à Sagrada Escritura, um terno e vivo amor à Palavra de Deus escrita, é a herança que São Jerónimo, com a sua vida e as suas obras, deixou à Igreja. Tais expressões, tiradas da memória litúrgica do Santo,  dão-nos uma chave de leitura indispensável para conhecermos, no XVI centenário da morte, a sua figura saliente na história da Igreja e o seu grande amor a Cristo”.

Visão na Quaresma de 375

Na Introdução do documento o Papa recorda a vida do santo, o seu percurso, os seus estudos que iniciaram a partir da visão, talvez na Quaresma de 375: “Aquele episódio da sua vida concorre para a decisão de se dedicar inteiramente a Cristo e à sua Palavra, consagrando a sua existência a tornar as palavras divinas cada vez mais acessíveis aos outros, com o seu trabalho incansável de tradutor e comentador”. E afirma: “Colocando-se à escuta na Sagrada Escritura, Jerónimo encontra-se a si mesmo, encontra o rosto de Deus e o dos irmãos, e apura a sua predileção pela vida comunitária”.

A chave sapiencial do seu retrato

“Para uma plena compreensão da personalidade de São Jerônimo – explica o Papa - é necessário combinar duas dimensões características da sua existência de crente: por um lado, a consagração absoluta e rigorosa a Deus, renunciando a qualquer satisfação humana, por amor de Cristo crucificado (cf. 1 Cor 2, 2; Flp 3, 8.10); por outro, o empenho assíduo no estudo, visando exclusivamente uma compreensão cada vez maior do mistério do Senhor. É precisamente este duplo testemunho, admiravelmente oferecido por São Jerónimo, que se propõe como modelo, antes de tudo, para os monges, a fim de encorajar quem vive de ascese e oração a dedicar-se ao labor assíduo da pesquisa e do pensamento; e, depois, para os estudiosos a fim de se recordarem que o conhecimento só é válido religiosamente se estiver fundado no amor exclusivo a Deus, no despojamento de toda a ambição humana e de toda a aspiração mundana”.

“A ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”

Recordando o amor do santo pela Sagrada Escritura o Pontífice destaca que “nos últimos tempos, os exegetas descobriram a genialidade narrativa e poética da Bíblia, exaltada precisamente pela sua qualidade expressiva; Jerónimo, ao contrário, destacava mais, na Escritura, o caráter humilde com que Deus Se revelou expressando-se na natureza áspera e quase primitiva da língua hebraica, quando comparada com o primor do latim ciceroniano. Portanto, não é por um gosto estético que ele se dedica à Sagrada Escritura, mas apenas – como é bem sabido – porque ela o leva a conhecer Cristo, pois a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”.

Obediência

“O amor apaixonado de São Jerónimo às divinas Escrituras está imbuído de obediência: antes de tudo, obediência a Deus, que Se comunicou em palavras que exigem escuta reverente  e, consequentemente, obediência também a quantos na Igreja representam a tradição interpretativa viva da mensagem revelada”.

A Vulgata

“Mas – lê-se na Carta - para os leitores de língua latina, não existia uma versão completa da Bíblia na sua língua; havia apenas algumas traduções, parciais e incompletas, feitas a partir do grego. Cabe a Jerónimo – e, depois dele, aos seus continuadores – o mérito de ter empreendido uma revisão e uma nova tradução de toda a Escritura. Tendo começado em Roma, com o encorajamento do Papa Dâmaso, a revisão dos Evangelhos e dos Salmos, depois, já no seu retiro em Belém, lançou-se à tradução de todos os livros veterotestamentários diretamente do hebraico; uma obra, que se prolongou por vários anos”.

A tradução como inculturação

“Com esta sua tradução, Jerónimo conseguiu ‘inculturar’ a Bíblia na língua e cultura latinas, tornando-se esta operação um paradigma permanente para a ação missionária da Igreja” . Na verdade, ‘quando uma comunidade acolhe o anúncio da salvação, o Espírito Santo fecunda a sua cultura com a força transformadora do Evangelho’,  estabelecendo-se assim uma espécie de circularidade: se a tradução de Jerónimo é devedora à língua e à cultura dos clássicos latinos, cujos vestígios são bem visíveis, por sua vez ela, com a sua linguagem e o seu conteúdo simbólico e rico de imagens, tornou-se um elemento criador de cultura”.

Biblioteca de Cristo

Por fim, o Papa faz um apelo: “Entre muitos elogios feitos a S. Jerónimo pelos seus vindouros, encontra-se este: não foi considerado simplesmente um dos maiores cultores da ‘biblioteca’ de que se nutre o cristianismo ao longo dos tempos, a começar pelo tesouro da Sagrada Escritura, mas aplica-se-lhe aquilo que ele mesmo escreveu sobre Nepociano: ‘Com a leitura assídua e a meditação constante, fizera do seu coração uma biblioteca de Cristo’. Recordando que “Jerónimo não poupou esforços para enriquecer a sua biblioteca, vendo nela um laboratório indispensável para a compreensão da fé e para a vida espiritual; e, nisto, constitui um exemplo admirável também para o presente”.

“Verdadeiramente Jerónimo é a ‘Biblioteca de Cristo’, uma biblioteca perene que, passados dezesseis séculos, continua a ensinar-nos o que significa o amor de Cristo, um amor inseparável do encontro com a sua Palavra”.

VN

27 setembro, 2020




Missa dominical das onze horas na igreja matriz da Marinha Grande.

Como Ministro Extraordinário da Comunhão estou sentado junto ao Sacrário, por detrás do celebrante, Pe Rui Ruivo, e vejo, portanto, todos os fiéis sentados nos bancos, cumprindo as normas de segurança à distância permitida e todos de máscara na cara, tal como eu.

Esta imagem impressiona-me, pois com 71 anos, nunca tinha assistido a tal coisa, ou seja, uma igreja cheia de gente com máscaras na cara.

Para além do facto da pandemia, razão de ser de tal imagem, reflicto sobre o que estou a ver, mais numa reflexão espiritual do que no estranho que tudo aquilo me parece.

E o pensamento que me vem ao coração e à mente, é que é tempo, cada vez mais, de deixarmos as “máscaras”!

Este deixar de usar as “máscaras” surge muito claramente como um pensamento espiritual que o Espírito Santo coloca no meu coração e que diz que é sempre tempo, mas mais ainda agora, dos cristãos católicos, deixarem as “máscaras” e afirmarem-se corajosamente como tal, não só na e em Igreja, como muito especialmente na sociedade, que cada vez mais precisa de valores da vida, de valores verdadeiros, de valores de amor a Deus e aos outros.

Não me canso da frase, «vede como eles se amam”, e envergonhadamente penso na máscara que uso por causa da pandemia e nas “máscaras” que uso como cristão católico, que bate no peito, que clama, Senhor, Senhor, mas que não ama ainda Deus e os outros, como Ele nos ama.

Talvez nunca como agora, o mundo precise tanto de cristãos católicos convictos, empenhados, enfim, verdadeiros discípulos e missionários, amando sem medida como Ele nos ama.

E lembro-me daqueles que são perseguidos nos seus países por serem cristãos católicos e que esses sim, talvez devessem usar máscaras para não serem reconhecidos e perseguidos, mas que não têm medo, (ou mesmo que o tenham), retiram as suas “máscaras” e afirmam a sua fé.

Preciso, precisamos, cada vez mais ainda retirar as “máscaras” que ainda tenho, que ainda temos, e amar sem medida a Deus e aos outros, afirmando-nos sempre testemunhas fiéis, “contagiando” os outros com a “pandemia” do amor de Deus.

Só assim poderemos ouvir um dia a tal frase: «Vede com eles se amam»!

 

Marinha Grande, 27 de Setembro de 2020

Joaquim Mexia Alves

 

“Quando nós os acolhemos, é o próprio Cristo que acolhemos”

 


No Dia Mundial do Migrante e do Refugiado o Cardeal-Patriarca de Lisboa reconheceu a complexidade do problema que faz com que, diariamente, cheguem “à porta da Europa muitas pessoas à procura daquilo que não têm” e exortou os cristãos a fazerem mais, seguindo o exemplo de Cristo, “indo ao encontro dos outros, sobretudo daqueles que mais precisam de ser acompanhados”

“Cristo está à nossa espera, precisamente onde veio ao nosso encontro: nos outros, nos mais pobres, nos mais pequenos, nos mais desamparados. Quando nós os acolhemos, é o próprio Cristo que acolhemos. E isto é a maior conversão que nós temos que fazer, porque isto acontece todos os dias”, apontou D. Manuel Clemente na homilia da Missa deste Domingo em que se assinala o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.

Na paróquia da Buraca, na Vigararia da Amadora, o Cardeal-Patriarca referiu que o facto de chegaram, todos os dias, “à porta da Europa muitas pessoas à procura daquilo que não têm, infelizmente, nas suas terras” e as dificuldades na sua integração são “um problema muito grande” e afirmou que “é preciso fazer muito mais”. “Sobretudo, é necessário que nós, se somos discípulos de Cristo, aprendamos esta lição que os primeiros cristãos já cantavam: ‘Ele era de condição divina, vivia com Deus Pai, mas não ficou por lá, nas alturas. Veio ao nosso encontro, até ao mais pobre e desprezado, até à Cruz’”, referiu D. Manuel Clemente, numa referência à segunda leitura deste XXVI Domingo do Tempo Comum. “Foi exatamente a partir daí que tudo começou a crescer outra vez para Deus: na ressurreição de Cristo, que é o princípio da ressurreição de todos, precisamente e na medida em que somos capazes de nos aproximar dos outros e de os acolher”, afirmou o Patriarca de Lisboa, acrescentando que “esta é uma missão para todos os dias”.

“Um mundo de todos para todos”

A escolha das paróquias da Buraca e da Damaia, na periferia da cidade de Lisboa, para assinalar este Dia Mundial do Migrante e do Refugiado pretendeu lembrar todos os que, há 60, 70 anos – quando ali ainda “existiam campos de cultivo” –, deixaram as suas origens, em Portugal e África, para ali procurarem “um melhor futuro para todos”. “Este é um bom local para nós sermos cristãos a sério, para nós aprendermos que este mundo que Deus nos oferece é um mundo de todos para todos!”, exortou o Cardeal-Patriarca à comunidade paroquial de Nossa Senhora Mãe de Deus da Buraca. “Deus está connosco nos outros, sobretudo naqueles com quem Cristo mais se identificou: os mais pobres e os mais necessitados. É preciso saber que quando nós lhes damos atenção, damos atenção a Cristo. Aí é que sabemos o que Deus pensa e o que Deus quer”, garantiu D. Manuel Clemente.

Patriarcado de Lisboa

Papa no Angelus: Jesus pede-nos uma fé que muda a vida, não "de fachada"

 

 

Na alocução que precedeu a Oração Mariana do Angelus, Francisco usou da parábola "dos dois irmãos" do Evangelho deste domingo (27), do exemplo que brota dentro das famílias, para nos mostrar o caminho da conversão, que "às vezes é doloroso", exige renúncia e combate espiritual "para não cair na tentação". A vida cristã "não é feita de sonhos e de belas aspirações, mas de compromissos concretos para nos abrir cada vez mais à vontade de Deus e ao amor pelos irmãos". Mas isso, advertiu o Pontífice, "não pode ser feito sem a graça" de ser um bom cristão.

Andressa Collet – Vatican News

Um domingo chuvoso, típico de início de outono no hemisfério norte, não espantou os peregrinos que foram à Praça de São Pedro rezar com o Papa Francisco a Oração Mariana do Angelus. "Na minha terra diz-se: 'com mau tempo, cara boa'. Com essa 'cara boa' eu digo-vos: bom dia!", disse o Pontífice ao saudar os fiéis que enfrentavam a forte chuva, entre uma colorida seleção de guarda-chuvas e bandeiras. 

Ao comentar o Evangelho do dia (cf. 21:28-32), o Papa usou a parábola dos dois filhos para nos ensinar sobre a conversão, para aprendermos a passar da palavra à ação. Enquanto um deles negou o trabalho na vinha e depois arrependeu-se; o outro filho disse imediatamente sim, mas, na realidade, não correspondeu ao pedido do pai.

“A obediência não consiste em dizer ‘sim’ ou ‘não’, mas sempre em agir, em cultivar a vinha, em realizar o Reino de Deus, em fazer o bem. Com este simples exemplo, Jesus quer superar uma religião entendida apenas como prática externa e habitual, que não afeta a vida e as atitudes das pessoas, uma religiosidade superficial, somente 'ritual', no sentido feio da palavra.”

Os privilegiados da Graça

O Pontífice, então, ao comentar a parábola, disse que os publicanos e as prostitutas, "isto é, os pecadores" a precederem com “os expoentes dessa religiosidade ‘de fachada’, que Jesus desaprova, que, naquela época, eram ‘os sumos sacerdotes e os anciãos do povo’ (Mt 21,23). 

“Essa afirmação não nos deve levar a pensar que aqueles que se dão bem são aqueles que não seguem os mandamentos de Deus, aqueles que não seguem a moral, e dizem: ‘em todo caso, aqueles que vão à Igreja são piores do que nós’. Não, não é esse o ensinamento de Jesus. Jesus não aponta os publicanos e as prostitutas como modelos de vida, mas como ‘privilegiados da Graça’. E gostaria de enfatizar essa palavra 'graça', a graça, porque a conversão é sempre uma graça. Uma garça que Deus oferece a qualquer um que se abre e se converte a Ele. De facto, essas pessoas, ouvindo a sua pregação, arrependeram-se e mudaram a vida.”

A  misericórdia sem limites de Deus

O Papa encoraja, assim, à conversão, porque “Deus é paciente connosco: não se cansa, não desiste depois do nosso ‘não’” e nem de quando nos afastamos ou cometemos erros. O Senhor acolhe-nos sempre para “nos encher da sua misericórdia sem limites”.

“A fé em Deus pede para renovar todos os dias a escolha do bem em detrimento do mal, a escolha da verdade em detrimento da mentira, a escolha do amor ao próximo em detrimento do egoísmo. Quem se converte a essa escolha, após ter experimentado o pecado, encontrará os primeiros lugares no Reino dos Céus, onde há mais alegria para um único pecador que se converte do que para 99 justos (cf. Lc 15,7).”

O processo de purificação da conversão

Francisco, então, ao concluir a mensagem ao povo de Deus neste domingo (27), pediu a intercessão da Virgem Maria para nos ajudar nesse processo de conversão, através da ação do Espírito Santo, que “derrete a dureza dos corações e os dispõe ao arrependimento”.

“A conversão, mudar o coração, é um processo que purifica das incrustações morais. E, às vezes é um processo doloroso, porque não há caminho da santidade sem alguma renúncia e sem o combate espiritual. […] O Evangelho de hoje põe em questão a maneira de viver a vida cristã, que não é feita de sonhos e de belas aspirações, mas de compromissos concretos para nos abrir cada vez mais à vontade de Deus e ao amor pelos irmãos. Mas isso, inclusive o menor empenho concreto, não pode ser feito sem a graça. A conversão é uma graça que devemos pedir sempre: 'Senhor, dá-me graça de melhorar, a graça de ser um bom cristão.”

VN

26 setembro, 2020

Francisco: libertar a humanidade das armas nucleares

 
Neste sábado, Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, o Papa voltou a tratar do tema abordado na mensagem de vídeo, dirigida nesta sexta-feira (25) à ONU. Com um tuíte, o Pontífice exorta à paz, pedindo o compromisso de todos por um mundo sem armas de destruição em massa.

Marco Guerra - Vatican News

“Peçamos ao Senhor o dom da paz, um mundo sem armas de destruição em massa! Vamo-nos empenhar para libertar a humanidade das armas nucleares, grave ameaça ao género humano.”

Esta é a mensagem que o Papa Francisco exorta novamente à humanidade, unindo-se à celebração das Nações Unidas deste sábado (26) pelo Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares. A data foi instituída pela ONU em 2013 com a aprovação de uma resolução que estabelece o objetivo do desarmamento nuclear como condição essencial para garantir a paz e a segurança internacionais. Na noite de 26 de setembro de 1983, o coronel soviético Stanislav Petrov decidiu, corretamente, considerar um erro os alarmes de mísseis que viu nas telas do computador, apesar do parecer contrário dos técnicos, e não lançar os bombardeiros atómicos que teriam Washington e Nova York entre os seus alvos.

Metade da população vive em países com bombas atómicas

Por sua vez, a ONU aponta que, apesar da crescente preocupação internacional, a doutrina da dissuasão nuclear ainda é um elemento constitutivo das políticas de segurança de muitos países, se considerarmos que mais da metade da população mundial vive em países dotados com armas nucleares ou que fazem parte de alianças nucleares.

A ONU sobre o tema

A Assembleia Geral da ONU deste ano vai abordar a questão do desarmamento dessas armas em 2 de outubro. A atenção da comunidade internacional parece estar voltada principalmente para os programas de armamento da Coreia do Norte e do Irã. Os Estados Unidos declararam que pretendem prorrogar o embargo sobre armas das Nações Unidas contra o Irão, que deveria expirar em outubro, nos termos do acordo nuclear de 2015, do qual os EUA, porém, retiraram-se em 2018.

Os tratados de não proliferação e proibição

O desafio para um mundo sem armas nucleares hoje, passa pela adesão e implementação de dois acordos: o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) de 1970, que proíbe os países signatários "não nucleares" de adquirir tais armas, e os países "nucleares" de transferir armas nucleares ou outros dispositivos nucleares explosivos para quem quer que seja; e o Tratado para a Proibição de Armas Nucleares de 2017, que estabelece o objetivo de proibir as armas nucleares e a total eliminação daquelas já produzidas, e que vê entre os primeiros signatários a própria Santa Sé.

Papa: traduzir tratados em ações concretas

Na mensagem em vídeo para as Nações Unidas, o Papa Francisco referiu-se precisamente ao Tratado de Não Proliferação, esperando que a próxima Conferência de Revisão dessa convenção jurídica internacional seja traduzida em ações concretas para "pôr um fim [...] à corrida armamentista nuclear".

O desperdício de recursos

Dirigindo-se à ONU, Francisco também destacou o desperdício de recursos causado pela produção de armas nucleares:

“Devemo-nos perguntar se as principais ameaças à paz e à segurança, tais como a pobreza, as epidemias e o terrorismo, entre outras, podem ser enfrentadas eficazmente quando a corrida armamentista, incluindo as armas nucleares, continua a desperdiçar recursos preciosos.”

A dissuasão fomenta o medo

Na reflexão, o Papa Francisco refutou, então, o princípio da "dissuasão nuclear" que guiou as superpotências mundiais durante décadas: "fomenta um espírito de medo baseado na ameaça de aniquilação mútua, que acaba envenenando as relações entre os povos e dificultando o diálogo". Por todas estas razões, o Pontífice exortou todos os autores da comunidade internacional a "quebrar o clima de desconfiança existente".

VN

25 setembro, 2020

Papa: cultura do descarte é um atentado contra a humanidade. ONU seja oficina de paz

 


No seu discurso na 75a. Assembleia Geral da ONU, Francisco denunciou as mazelas de uma "humanidade violada" por guerras e pelo desrespeito à vida humana e ao meio ambiente. Neste mundo em conflito, afirmou, é preciso que a ONU "se transforme numa oficina de paz cada vez mais eficaz, em que os membros do Conselho de Segurança, sobretudo os Permanentes, atuem com maior unidade e determinação".

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Coronavírus, desigualdade, perseguição religiosa, armas, Amazónia e família: estes são alguns dos temas tratados pelo Papa Francisco no seu pronunciamento na 75° Assembleia Geral das Nações Unidas.

Assim como fizeram outros líderes de Estado e de governo, a participação do Pontífice foi virtual, através de uma videomensagem gravada no Vaticano.

O discurso durou pouco mais de 26 minutos, durante os quais Francisco tocou os principais temas da atualidade, começando com pelo mais urgente e abrangente: a pandemia da Covid-19.

A crise sanitária levou-nos a uma encruzilhada: ou enveredamos pelo caminho de uma renovada corresponsabilidade e solidariedade mundial ou percorremos a estrada do isolamento e deixamos de lado os mais vulneráveis. “Esta segunda opção não deve prevalecer”, advertiu Francisco.

O Pontífice então renovou o seu apelo aos responsáveis políticos e ao setor privado para que tomem as medidas adequadas para garantir o acesso às vacinas contra a COVID-19. “Se tiver que privilegiar alguém, que seja o mais pobre”, afirmou. 

Humanidade violada

Ao falar sobre as consequências da pandemia, o Papa mostrou -se particularmente preocupado com os trabalhadores, que perdem sempre mais espaço para a “robotização”. “A solidariedade não pode ser uma palavra ou uma promessa vazia”, disse, acrescentando ser necessário encontrar novas formas de trabalho capazes de satisfazer o potencial humano, no respeito pela sua dignidade. Por outras palavras, é necessário um “marco ético” mais forte.

A este ponto, Francisco usou uma das expressões mais enfáticas do seu discurso ao afirmar que a cultura do descarte hoje em vigor é um “atentado contra a humanidade”.

“De facto, é doloroso ver quantos direitos fundamentais continuam a ser violados com impunidade. A lista dessas violações é muito extensa e mostra-nos a terrível imagem de uma humanidade violada, ferida, sem dignidade, liberdade e possibilidade de desenvolvimento.”

Nesta lista de violações, Francisco incluiu a perseguição religiosa, que pode resultar num genocídio. Entre as vítimas, estão também cristãos: “quantos sofrem ao redor do mundo, às vezes obrigados a deixar as suas terras ancestrais, isolados de sua rica história e cultura”.

Este atentado contra a humanidade produz conflitos por toda a parte, “crises humanitárias transformaram-se no statu quo, onde os direitos à vida, à liberdade e à segurança pessoal não estão garantidos”.

Muitos desses conflitos provocam migração forçada, em que os deslocados sofrem violações nos países de origem, trânsito e destino. “Isto é intolerável, todavia, hoje é uma realidade que muitos ignoram intencionalmente!”, denunciou o Papa, pedindo o respeito pelos tratados internacionais.

A Amazónia e a crise ambiental

Outros temas mencionados pelo Pontífice foram o da desigualdade social - e o crescente abismo entre ricos e pobres – e a injustiça económica. Mais uma vez, pediu a redução ou abolição da dívida externa dos países mais pobres. “Este é o tempo propício para renovar a arquitetura financeiera internacional”, afirmou.

Para falar de outra crise – a ambiental – o Papa citou a Amazónia e as suas populações indígenas. E recordou que a crise ambiental está indissoluvelmente ligada a uma crise social, reiterando que a Santa Sé seguirá, desempenhando o seu papel no cuidado da casa comum.

Francisco foi contundente ao denunciar a situação de milhões de crianças no mundo, agravada com a pandemia. Citou os menores migrantes não acompanhados, as crianças vítimas de violência, maus tratos, pedofilia, trabalho escravo, crianças sem direito à saúde e educação e, pior, sem direito à vida.

“Imploro, pois, às autoridades civis que prestem especial atenção às crianças a quem lhes são negados os seus direitos e dignidade fundamentais, em especial, direito à vida e à educação. Não posso evitar recordar ao apelo da jovem valente Malala Yousafzai, que há cinco anos, na Assembleia Geral, recordou-nos que “uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo".”

Defender as crianças, prosseguiu o Papa, é também defender a família, hoje vítima de “colonialismos ideológicos”. A desintegração da família acarreta a fragmentação social, recordou.

Francisco dirigiu um pensamento especial às mulheres, nos 25 anos da Conferência de Beijing. Não obstante os progressos, muitas mulheres ainda ficam para trás, vítimas de exploração e violência, “A elas e às que vivem separadas de suas famílias, expresso minha proximidade fraterna”, pedindo ao mesmo tempo uma luta mais incisiva contra “práticas perversas que denigram não somente as mulheres, mas toda a humanidade”.

Desmantelar cultura bélica

O último tema tratado pelo Papa foi o das armas, afirmando que não haverá progresso no campo da paz e do desenvolvimento se “recursos preciosos” forem destinados à corrida armamentista, inclusive nuclear.

Diante de uma tecnologia sempre mais refinada e letal, a mensagem de Francisco é clara: “É preciso desmantelar as lógicas perversas que atribuem à posse de armas a segurança pessoal e social. Tais lógicas só servem para incrementar as ganâncias da indústria bélica, alimentando um clima de desconfiança e de temor entre as pessoas, os povos”.

Ao encerrar, Francisco afirmou que o mundo em conflito necessita que a ONU se transforme numa oficina de paz cada vez mais eficaz, em que os membros do Conselho de Segurança, sobretudo os Permanentes, atuem com maior unidade e determinação. E citou como exemplo “nobre” a recente adoção de um cessar-fogo global durante a pandemia.

E por falar em crise, o Papa concluiu recordando que dela saímos ou melhores ou piores e que nesta conjuntura crítica, é “nosso dever repensar o futuro da nossa comum”.

“A pandemia mostrou-nos que não podemos viver sem o outro, ou pior ainda, um contra o outro. As Nações Unidas foram criadas para unir as nações, aproximá-las, como uma ponte entre os povos; usemo-lo para transformar o desafio que enfrentamos numa oportunidade para construir juntos, uma vez mais, o futuro que queremos.”

VN

O Papa: olhar as feridas humanas com o coração para levar a sério a vida do outro

 
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Francisco recordou que “o nosso mundo, como observou São João Paulo II há quarenta anos atrás, «parece não deixar espaço para a misericórdia». Cada um de nós é chamado a inverter a rota”. Segundo o Papa, isto “é possível se nos deixarmos tocar pelo poder da misericórdia de Deus. O lugar privilegiado para fazer esta experiência é o Sacramento da Reconciliação".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (25/09), na Sala Clementina, no Vaticano, os sócios do Clube São Pedro.

“Oração, ação e sacrifício.” Este é o lema da associação, palavras que “representam os três princípios cardeais nos quais se baseia a vida do grupo”. O Pontífice recordou que no encontro do ano passado, concentrou a sua reflexão na primeira palavra, oração. Este ano, detém-se na palavra ação.

A pandemia, com a exigência de distanciamento inter-pessoal, pediu-lhes para repensar as modalidades concretas das obras de caridade que vós realizeis a favor dos pobres de Roma. Juntou-se às necessidades das pessoas que vocês costumam servir a exigência de responder às necessidades urgentes de tantas famílias, que se viram em dificuldades financeiras da noite para o dia.

Segundo o Papa, a “uma situação extraordinária não se pode dar uma resposta usual, mas é necessária uma reação nova e diferente".

“Para isso, é preciso ter um coração que saiba “ver” as feridas da sociedade e mãos criativas na caridade operosa. Estes dois elementos são importantes para que uma ação caritativa possa ser sempre fecunda.”

Em primeiro lugar, é urgente identificar novas formas de pobreza na cidade que se transforma rapidamente. Vós bem sabeis que existem muita: pobreza material, pobreza humana e pobreza social. Cabe a nós vê-las com os olhos do coração. É preciso saber olhar as feridas humanas com o coração para “levar a sério” a vida do outro. Portanto, este não é mais apenas um estranho que precisa de ajuda, mas, acima de tudo, um irmão que implora por amor. Somente quando levamos alguém a sério, podemos responder a esta expectativa. É a experiência da misericórdia: miseri-cor-dar, dar o coração aos míseros.

A misericórdia convida-nos a ter “fantasia” nas nossas mãos

Francisco recordou que “o nosso mundo, como observou São João Paulo II quarenta anos atrás, «parece não deixar espaço para a misericórdia». Cada um de nós é chamado a inverter a rota”. Segundo o Papa, isso “é possível se nos deixarmos tocar pelo poder da misericórdia de Deus. O lugar privilegiado para fazer esta experiência é o Sacramento da Reconciliação. Ao apresentar as nossas misérias ao Senhor, somos envolvidos pela misericórdia do Pai. Esta é a misericórdia a que somos chamados a viver e a doar”.

Depois de ver as chagas da cidade em que vivemos, a misericórdia convida-nos a ter “fantasia” nas nossas mãos. Foi o que vocês fizeram neste tempo de pandemia: tendo aceitado o desafio de responder a uma situação concreta, souberam adaptar o vosso serviço às novas necessidades impostas pelo vírus. Também gosto de lembrar um pequeno-grande gesto que o grupo jovem do Clube fez aos sócios idosos: uma rodada de telefonemas para ver se estava tudo bem e fazer-lhes um pouco de companhia. Esta é a fantasia da misericórdia.

Responder com ousadia às necessidades dos pobres

O Papa os encorajou “a prosseguir com compromisso e alegria nas suas obras de caridade, sempre atentos e prontos a responder com ousadia às necessidades dos pobres”. “Não se cansem de pedir esta graça ao Espírito Santo na oração pessoal e comunitária”, ressaltou Francisco, agradeço-lhes por serem expressão concreta da caridade do Papa que cuida dos pobres de Roma, e pelo Óbolo de São Pedro que todos os anos coletam nas igrejas da cidade e oferecem ao pontífice.

Por fim, Francisco confiou a Maria, Salus Populi Romani, e à intercessão dos santos padroeiros de Roma Pedro e Paulo, todos os membros do Clube São Pedro, os seus familiares e todas as pessoas a que eles prestam assistência diariamente.

VN

 

23 setembro, 2020

PNEUMAVITA - Encontro online de oração

 

Olá a todos!

É com especial carinho que nos dirigimos a vós.

Somos o Grupo PNEUMAVITA, do Renovamento Carismático Católico.

Todos os anos, este Grupo realiza em Fátima, uma assembleia de mais de 2.000 pessoas. Este ano, devido à pandemia não será possível, mas o Espírito Santo renova todas as coisas.

Queremos então convidar-vos para um encontro online de oração que se realizará no próximo dia 6 de novembro, data do Aniversário do Renovamento Carismático Católico, em Portugal.

Desejamos estar juntos com todos vós, louvando a Deus, cantando, ouvindo a Palavra de Deus que transforma vidas, e os ensinamentos que tanto nos ajudam na comunidade.

O tema para este encontro é a Palavra bíblica de S. Mateus, em que Jesus diz: "O QUE ESCUTAIS AO OUVIDO, PROCLAMAI-O SOBRE OS TELHADOS" (Mt 10, 27).

No próximo dia 6 de novembro, clique no link em destaque no nosso site:

https://pneuma-rc.pt/

ou no nosso Facebook:

https://www.facebook.com/Pneumavita

Esperamos por todos vós.

Deus vos abençoe!

Pneumavita