27 setembro, 2020

“Quando nós os acolhemos, é o próprio Cristo que acolhemos”

 


No Dia Mundial do Migrante e do Refugiado o Cardeal-Patriarca de Lisboa reconheceu a complexidade do problema que faz com que, diariamente, cheguem “à porta da Europa muitas pessoas à procura daquilo que não têm” e exortou os cristãos a fazerem mais, seguindo o exemplo de Cristo, “indo ao encontro dos outros, sobretudo daqueles que mais precisam de ser acompanhados”

“Cristo está à nossa espera, precisamente onde veio ao nosso encontro: nos outros, nos mais pobres, nos mais pequenos, nos mais desamparados. Quando nós os acolhemos, é o próprio Cristo que acolhemos. E isto é a maior conversão que nós temos que fazer, porque isto acontece todos os dias”, apontou D. Manuel Clemente na homilia da Missa deste Domingo em que se assinala o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.

Na paróquia da Buraca, na Vigararia da Amadora, o Cardeal-Patriarca referiu que o facto de chegaram, todos os dias, “à porta da Europa muitas pessoas à procura daquilo que não têm, infelizmente, nas suas terras” e as dificuldades na sua integração são “um problema muito grande” e afirmou que “é preciso fazer muito mais”. “Sobretudo, é necessário que nós, se somos discípulos de Cristo, aprendamos esta lição que os primeiros cristãos já cantavam: ‘Ele era de condição divina, vivia com Deus Pai, mas não ficou por lá, nas alturas. Veio ao nosso encontro, até ao mais pobre e desprezado, até à Cruz’”, referiu D. Manuel Clemente, numa referência à segunda leitura deste XXVI Domingo do Tempo Comum. “Foi exatamente a partir daí que tudo começou a crescer outra vez para Deus: na ressurreição de Cristo, que é o princípio da ressurreição de todos, precisamente e na medida em que somos capazes de nos aproximar dos outros e de os acolher”, afirmou o Patriarca de Lisboa, acrescentando que “esta é uma missão para todos os dias”.

“Um mundo de todos para todos”

A escolha das paróquias da Buraca e da Damaia, na periferia da cidade de Lisboa, para assinalar este Dia Mundial do Migrante e do Refugiado pretendeu lembrar todos os que, há 60, 70 anos – quando ali ainda “existiam campos de cultivo” –, deixaram as suas origens, em Portugal e África, para ali procurarem “um melhor futuro para todos”. “Este é um bom local para nós sermos cristãos a sério, para nós aprendermos que este mundo que Deus nos oferece é um mundo de todos para todos!”, exortou o Cardeal-Patriarca à comunidade paroquial de Nossa Senhora Mãe de Deus da Buraca. “Deus está connosco nos outros, sobretudo naqueles com quem Cristo mais se identificou: os mais pobres e os mais necessitados. É preciso saber que quando nós lhes damos atenção, damos atenção a Cristo. Aí é que sabemos o que Deus pensa e o que Deus quer”, garantiu D. Manuel Clemente.

Patriarcado de Lisboa

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