27 setembro, 2020




Missa dominical das onze horas na igreja matriz da Marinha Grande.

Como Ministro Extraordinário da Comunhão estou sentado junto ao Sacrário, por detrás do celebrante, Pe Rui Ruivo, e vejo, portanto, todos os fiéis sentados nos bancos, cumprindo as normas de segurança à distância permitida e todos de máscara na cara, tal como eu.

Esta imagem impressiona-me, pois com 71 anos, nunca tinha assistido a tal coisa, ou seja, uma igreja cheia de gente com máscaras na cara.

Para além do facto da pandemia, razão de ser de tal imagem, reflicto sobre o que estou a ver, mais numa reflexão espiritual do que no estranho que tudo aquilo me parece.

E o pensamento que me vem ao coração e à mente, é que é tempo, cada vez mais, de deixarmos as “máscaras”!

Este deixar de usar as “máscaras” surge muito claramente como um pensamento espiritual que o Espírito Santo coloca no meu coração e que diz que é sempre tempo, mas mais ainda agora, dos cristãos católicos, deixarem as “máscaras” e afirmarem-se corajosamente como tal, não só na e em Igreja, como muito especialmente na sociedade, que cada vez mais precisa de valores da vida, de valores verdadeiros, de valores de amor a Deus e aos outros.

Não me canso da frase, «vede como eles se amam”, e envergonhadamente penso na máscara que uso por causa da pandemia e nas “máscaras” que uso como cristão católico, que bate no peito, que clama, Senhor, Senhor, mas que não ama ainda Deus e os outros, como Ele nos ama.

Talvez nunca como agora, o mundo precise tanto de cristãos católicos convictos, empenhados, enfim, verdadeiros discípulos e missionários, amando sem medida como Ele nos ama.

E lembro-me daqueles que são perseguidos nos seus países por serem cristãos católicos e que esses sim, talvez devessem usar máscaras para não serem reconhecidos e perseguidos, mas que não têm medo, (ou mesmo que o tenham), retiram as suas “máscaras” e afirmam a sua fé.

Preciso, precisamos, cada vez mais ainda retirar as “máscaras” que ainda tenho, que ainda temos, e amar sem medida a Deus e aos outros, afirmando-nos sempre testemunhas fiéis, “contagiando” os outros com a “pandemia” do amor de Deus.

Só assim poderemos ouvir um dia a tal frase: «Vede com eles se amam»!

 

Marinha Grande, 27 de Setembro de 2020

Joaquim Mexia Alves

 

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