05 setembro, 2020

“Fratelli tutti”, Francisco assinará a sua Encíclica em 3 de outubro

 
Basílica de São Francisco de Assis
 
O documento tem o subtítulo "Sobre a fraternidade e a amizade social" e será assinado após a missa que o Papa celebrará na Basílica franciscana. A cerimínia não terá a presença de fiéis no respeito da atual situação sanitária.

Alessandro De Carolis – Vatican News

Sobre o túmulo do Santo que viu a fraternidade em cada criatura de Deus e a transformou num canto sem tempo. Inicia dali a nova etapa do Magistério do Papa que escolheu carregar o nome do Santo da Úmbria. Depois da “Lumen fidei” (2013) e “Laudato si'” (2015) - que ecoa no título o início do Cântico dos Cânticos - desta vez é a cidade do Pobrezinho que batizará a terceira Encíclica “Fratelli tutti” (Todos irmãos)..., que o Papa assinará na tarde do dia 3 de outubro, depois de chegar a Assis às 15h e celebrar a Santa Missa na Basílica inferior. Uma celebração ainda condicionada pela pandemia, já que a Prefeitura da Casa Pontifícia refere numa declaração o desejo de Francisco de que a visita "se realize de forma privada, sem qualquer participação dos fiéis", "devido à situação de saúde".

 

A citação de São Francisco da qual é tirado o título da Encíclica

No coração de um magistério

O título do último documento refere-se a um valor central do Magistério de Francisco, que na noite da sua eleição, 13 de março de 2013, apresento-se ao mundo com a palavra "irmãos". E irmãos são os invisíveis que ele abraça em Lampedusa, os imigrantes, na sua primeira saída como Pontífice. Também Shimon Peres e Abu Mazen que apertam juntos a mão com o Papa em 2014 são um exemplo dessa fraternidade que tem a paz como meta. Até a Declaração de Abu Dhabi do ano passado, também neste caso um documento sobre a "fraternidade humana" que, disse Francisco, "nasce da fé em Deus que é Pai de todos e Pai da paz".

Sorrentino: do gesto do Papa, a força para recomeçar

Com a de 3 de outubro serão quatro as visitas do Papa a Assis, após as etapas de 4 de outubro de 2013 e a dupla visita de 2016, 4 de agosto e 20 de setembro. Um retorno que o bispo da cidade, dom Domenico Sorrentino, espera com "emoção e gratidão", como se lê  numa declaração. "Enquanto o mundo sofre uma pandemia que coloca tantos povos em dificuldade e nos faz sentir irmãos na dor, não podemos deixar de sentir a necessidade de nos tornarmos acima de tudo, irmãos no amor", escreve dom Sorrentino, que fala da "fraternidade cósmica" de São Francisco. "Este gesto do Papa Francisco - conclui o bispo de Assis - dá-nos nova coragem e força para 'reiniciar' em nome da fraternidade que nos une a todos".

VN

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