31 julho, 2018

Santo Inácio de Loyola: o jesuíta apaixonado por Deus

 
 
Na celebração da memória do fundador da Companhia de Jesus, recordaremos a figura de Santo Inácio, o seu carisma e a grande atualidade dos Exercícios Espirituais. 
 
Cidade do Vaticano

“Como Santo Inácio de Loyola, coloquemo-nos ao serviço do próximo”, esta é a essência da mensagem que o Papa Francisco, o primeiro Pontífice jesuíta, escreveu no seu twitter, há um ano atrás. O fundador da Companhia de Jesus era um homem que, antes do encontro com Jesus, amava o poder e a mundanidade, mas depois, com dedicação, estudo e ouvindo a Palavra de Deus entregou-se à sua vontade. 

Obediência, liberdade do coração

Em Roma, na Igreja de Jesus, onde se encontra o túmulo de Santo Inácio, o padre Jean Paul Hernandez descreve-o como “um homem que dá preferência ao processo e a dinâmica”, “em saída” como o Papa Francisco gosta de afirmar. “O centro do carisma do jesuíta – afirma – é a obediência que é a liberdade do coração. O jesuíta é um homem entregue a Deus que aplica um estilo: analisa a realidade na qual se encontra, aprofunda-a, reza e faz o discernimento”. Neste processo são fundamentais os Exercícios Espirituais, codificados na metade do século XVI, ainda hoje de grande atualidade. “Praticado não só pelos religiosos – explica o padre Hernandez – mas também pelos leigos que se inspiram na espiritualidade inaciana e pelos irmãos ortodoxos”. 

Estilo jesuíta

“O estilo do jesuíta faz com que cada um se especialize no âmbito ao qual é chamado – acrescenta o religioso – por isso dedicamo-nos à nova evangelização, aos desafios do saber atual, mas também aos migrantes que representam a emergência dos nossos tempos”.

O Centro Astalli (Serviço dos Jesuítas para os Refugiados) que se encontra próximo da Igreja de Jesus em Roma, é uma das muitas respostas colocadas em campo pelos jesuítas, cerca de 17 mil presenças em 100 nações do mundo. 

Santo Inácio

Nasceu em Azpeitia, região basca ao norte da Espanha, em 1491 e faleceu em Roma em 1556. Caçula de 13 irmãos, era destinado à vida sacerdotal, mas o seu desejo era a carreira militar. Foi a Castilha onde recebeu esmerada formação tornando-se exímio cavaleiro na corte do ministro do rei Fernando II de Aragão, o Católico. Ferido numa batalha em 1520, foi obrigado a uma longa convalescência no Castelo de Loyola, como não havia livros de Cavalarias – seus preferidos – Inácio começou a ler, com relutância, textos religiosos que o fizeram encontrar Deus.

Um momento que mudou a sua vida, levando-o mais tarde a fundar a Companhia de Jesus aprovada pelo Papa Paulo III em 1538. Por obediência ao Pontífice, Inácio permaneceu em Roma para coordenar as atividades da Companhia e para se dedicar aos pobres, aos órfãos e os doentes, ao ponto de ser chamado “apóstolo de Roma”. Os seus restos mortais estão conservados na Igreja de Jesus.

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 VATICAN NEWS

29 julho, 2018

Tráfico de seres humanos, crime vergonhoso diz o Papa Francisco

 
Tráfico de seres humanos, "um crime vergonhoso" que deve ser combatido  (ANSA)
 
"É responsabilidade de todos denunciar as injustiças e combater firmemente esse crime vergonhoso”, disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo ao referir-se ao o Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos que recorre nesta segunda-feira, 30 de julho.
 
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Um “crime vergonhoso” que deve ser combatido e denunciado por todos. Assim o Papa Francisco referiu-se no Angelus deste domingo ao tráfico de seres humanos:

Amanhã recorre o Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos, promovido pelas Nações Unidas. Esta chaga escraviza muitos homens, mulheres e crianças para fins de exploração no trabalho e sexual, do comércio de órgãos, da mendicância e da delinquência forçada. Mesmo aqui, em Roma. As rotas de migração também costumam ser usadas por traficantes e exploradores para recrutar novas vítimas de tráfico. É responsabilidade de todos denunciar as injustiças e combater firmemente esse crime vergonhoso”.

O tráfico de seres humanos fatura cerca de 150 biliões de dólares em todo o mundo. “O lucro da escravidão deve parar agora! Esses corpos não estão à venda”, diz uma campanha promovida pelo Dicastério para o serviço do Desenvolvimento Humano Integral. 

Crianças, um terço das vítimas

Um relatório divulgado no sábado, 28, pelo UNICEF e pelo Grupo de Coordenação Interagências contra o Tráfico de Seres Humanos (ICAT), denuncia que cerca de 28% das vítimas do tráfico a nível mundial são crianças.

Em regiões como a África Subsariana, a América Central e Caribe, as crianças constituem um percentual ainda maior das vítimas de tráfico identificadas, respectivamente 64% e 62%.

Mas o número pode ser bem maior, visto que raramente as crianças são identificadas como vítimas do tráfico, além da falta de informações, entre outros fatores.

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Assim, as crianças refugiadas, migrantes e deslocadas são categorias particularmente vulneráveis ao tráfico. Escapando das guerras ou violências, ou em busca de melhores oportunidades de formação ou sustento, um número exíguo de crianças encontra o caminho para se deslocar regularmente e em segurança com as suas famílias. Isto faz com que aumente a probabilidade de que estas crianças e os seus familiares usem rotas irregulares e mais perigosas.

“O tráfico é uma ameaça extremamente concreta para milhões de crianças no mundo, especialmente para aquelas que foram forçadas a deixar as suas casas e comunidades sem uma proteção adequada", disse a diretora-geral do UNICEF, Henrietta Fore. "Essas crianças necessitam urgentemente que os governos intensifiquem e adotem medidas para mantê-las seguras".

O UNICEF e o ICAT continuam a pedir a implementação de políticas governamentais e soluções que transcendam as fronteiras, para manter estas crianças seguras, como aumentar os caminhos seguros e legais para os deslocamentos, fortalecimento dos sistemas de proteção social e que permitam prevenir, identificar, orientar e responder aos casos de tráfico, violência, abusos e exploração contra crianças.

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VATICAN NEWS

Papa: nunca colocar fora a comida que sobra, reutilizar ou doar a quem precisa

 
Papa Francisco na janela do apartamento pontifício  (ANSA)
 
A passagem do Evangelho da multiplicação dos pães e dos peixes proposta pela liturgia deste domingo, inspirou a reflexão do Papa Francisco, que alertou para o desperdício e o colocar comida fora quando tantos passam fome.
 
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

“O ícone do jovem corajoso que dá o pouco que tem para saciar a fome de uma grande multidão” e a frase que é “um questionamento, um exame de consciência: o que se faz em casa com a comida que sobra?”.

Antes de rezar o Angelus com os milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco já tinha alertado que “diante do grito de fome - todos os tipos de "fome" - de tantos irmãos e irmãs em todas as partes do mundo, não podemos permanecer como espetadores distantes e tranquilos”. E falando de improviso, chamou a atenção para o desperdício e para o destino da comida que sobra nas nossas refeições.

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A inspirar a sua reflexão, a passagem do Evangelho da multiplicação dos pães e dos peixes, que alimentaria a saciedade a multidão que seguia Jesus nas proximidades do lago de Tiberíades. E dela, o Papa destaca a atitude corajosa do rapaz que, vendo a multidão faminta, “coloca à disposição tudo o que tem: cinco pães e dois peixes:

Bravo rapaz! Ele, também ele, via a multidão; também via os cinco pães. Disse: "Mas eu tenho isto, se serve está à disposição". Este rapaz faz-nos pensar um pouco em nós... Aquela coragem: os jovens são assim, têm coragem. Devemos ajudá-los a levar em frente esta coragem”.

Seguindo a reflexão, Francisco aponta mais uma vez para a coragem e a sensibilidade do rapaz, que a exemplo de Jesus, viu a grande multidão e entendeu a compaixão, dizendo: "Ah, pobre gente.... Eu tenho isto". A compaixão levou-o a oferecer o que tinha.” 

Jesus atento às necessidades básicas das pessoas

A narrativa de João mostra Jesus atento às necessidades primárias das pessoas: “as pessoas têm fome e Jesus envolve os seus discípulos, para que essa fome seja saciada. Este é o faco concreto”:
 
“Para as multidões, Jesus não se limitou a dar isto - ofereceu a sua Palavra, a sua consolação, a sua salvação e finalmente a sua vida - mas certamente fez também isso:  cuidou da comida para o corpo. E nós, seus discípulos, não podemos fazer de conta, nada saber. Somente ouvindo as demandas mais simples das pessoas e colocando-nos ao lado das suas situações existenciais concretas, poderemos ser escutados quando falamos de valores mais elevados”.

“O amor de Deus pela humanidade faminta de pão, de liberdade, de justiça, de paz e, acima de tudo da sua graça divina, nunca falha”, reiterou o Santo Padre, recordando que Jesus continua também hoje a satisfazer a fome, a tornar-se uma presença viva e consoladora”, através de nós.

O Evangelho convida-nos a sermos disponíveis e atuantes, como aquele rapaz que se dá conta de ter cinco pães e diz: 'Mas, eu dou isto, depois tu verás’".
“ Diante do grito de fome - todos os tipos de "fome" - de tantos irmãos e irmãs em todas as partes do mundo não podemos permanecer como espetadores distantes e tranquilos. ”
A ação de proximidade e de caridade para com os pobres, os fracos, os últimos, os indefesos, é a melhor forma de comprovar a qualidade de nossa fé, tanto a nível pessoal como a nível comunitário, pois  “o anúncio de Cristo, pão da vida eterna, requer um generoso compromisso de solidariedade” para com eles. 

O destino da comida que sobra

Outra passagem da narrativa de João destacada por Francisco, foi a frase de Jesus aos discípulos, após a multidão ter sido saciada: "Recolham os pedaços que sobraram, para que nada seja perdido". O Papa propôs esta mesma frase aos presentes na Praça São Pedro, chamando a atenção para o desperdício de comida, quando tantos passam fome:
 
Penso nas pessoas que têm fome e em quanta comida que sobra que deitamos fora... Cada um de nós pense: a comida que sobra no almoço, no jantar, para onde vai? Na minha casa, o que se faz com a comida que sobra? Joga-se fora? Não. Se tens este costume, dou-te um conselho: fala com os teus avós, que viveram no pós-guerra, e pergunta-lhes o que faziam com a comida que sobrava. Nunca jogar fora a comida que sobra. Reutiliza-se ou dá-se a quem possa comê-la, a quem tem necessidade. Nunca colocar fora a comida que sobra. Este é um conselho e também um exame de consciência: o que se faz em casa com a comida que sobra?”.

“Rezemos a Virgem Maria - disse ao concluir - para que no mundo prevaleçam os programas dedicados ao desenvolvimento, à alimentação, à solidariedade e não àqueles do ódio, dos armamentos e da guerra”.

Após rezar o Angelus, o Papa Francisco saudou os grupos presentes na Praça São Pedro, em particular, os fiéis brasileiros vindos do Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Viseu, Quixadá e Fortaleza

VATICAN NEWS

28 julho, 2018

Homilia na Ordenação Episcopal de D. José Tolentino de Mendonça



O ministério do olhar

Caros irmãos e amigos: Reúne-nos hoje a ordenação episcopal de D. José Tolentino. Palavra bela, esta de “reunião”, pois, mais ou menos conhecidos entre nós, já ele nos conhece de algum modo a todos e por seu motivo nos encontramos aqui. O olhar reúne e um olhar amigo não exclui ninguém, nem nada de ninguém.
Do muito que acabamos de ouvir nos textos proclamados, deixai-me fixar num passo só: «Erguendo os olhos e vendo uma grande multidão que vinha ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?”» Ergue os olhos, vê a multidão e questiona o discípulo: De nada mais precisamos para estarmos lá e nos revermos agora, a nós e ao ordinando de bispo. Erguer os olhos é tão próprio de Jesus que identifica o seu modo de ser com o seu modo de ver. Não se trata tanto de altitude, como de profundidade. Não perde os olhos na distância, fixa-os em quem se aproxima e assim mesmo os eleva.
Jesus ergue os olhos e leva-nos na mesma direção. Aprecia tudo inteiramente, pois de tudo fala como o Pai lhe ensinou (cf. Jo 8, 28); vê tudo em relação ao fim, pois apenas vale o que nos faz viver, a nós e aos outros (cf. Mt 11, 26). E não descuida momento algum, porque nele se joga o tempo todo e num copo de água que se ofereça já vai a recompensa garantida. Também por isso, o seguimento de Cristo se chamou “iluminação”. Assim se diz a propósito do batismo e assim deve notar-se no olhar dos batizados. Agora aqui, numa ordenação episcopal, cabe lembrar que o étimo de “bispo” indica olhar cuidadoso e vígil.      
Quando Jesus ergueu os olhos naquele dia, não os alongou num céu indistinto. Fixou-os, isso sim, naqueles muitos que vinham ao seu encontro. E a pergunta que logo fez também não podia ser mais concreta: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?»
Nesse e noutros passos, os quatro Evangelhos são especialmente concordes no olhar de Cristo sobre as multidões, tão claro tinha ficado. É esse olhar que determina o que faz a seguir, em várias circunstâncias mas sempre no mesmo sentido de cuidado e resposta. Por exemplo, em Mateus: «Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse então aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para sua messe”» (Mt 9, 36-38). Em Marcos: «Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas» (Mc 6, 34). Ou em Lucas: «Jesus retirou-se para um lugar afastado […]. Mas as multidões, que tal souberam, seguiram-no. Jesus acolheu-as e pôs-se a falar-lhes do Reino de Deus, curando os que necessitavam» (Lc 9, 10-11). E assim também em João, no passo que comentamos.
O olhar de Jesus entrevê o Pai nos olhos de quem chega. Nem podia ser diferentemente, como diz outro trecho joânico: «… aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele [Cristo] este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão» (1 Jo 4, 20-21). É a religião de Deus na religião de todos, no sentido mais alto que a palavra tem, de “ligação” refeita e perfeita. Momento a momento e caso a caso, no mais comezinho e translúcido acontecer das coisas.

Ao olhar de Jesus se refere D. José Tolentino muitas vezes, na fecunda escrita que nos tem oferecido e continuará decerto a oferecer. Do Quarto Evangelho, precisamente, diz ser «o Evangelho da fé porque é também o Evangelho do olhar» (José Tolentino Mendonça, A mística do instante. O tempo e a promessa, Prior Velho, Paulinas, 2014, p. 186). Fazendo-nos ver Jesus como Filho de Deus, faz-nos ver a tudo na mesma luz também. A luz que brilhava nos seus olhos erguidos.Uma decisiva pedagogia do olhar, adianta o novo bispo: «Reparemos na pedagogia de Jesus: “Olhai as aves do céu”, “olhai os lírios”. É o estilo de Jesus que impressiona, porque revela o que Ele é. Jesus não diz: olhai para a pessoa mais rica, ponde os olhos na pessoa melhor sucedida, ou mesmo na mais sábia. Jesus vai mais longe. Manda-nos confrontar com aquela beleza gratuita, a beleza sem mais, que nasce do ser» (ibidem, p. 189).
Este olhar disponível e sem antolhos formula-se como bem-aventurança e promessa: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8). É desta rendição deslumbrada perante o essencial de tudo e de todos, perante o que são a partir de Deus, que brota de imediato o cuidado pelos outros, para que nenhum se perca, para que nada falte de necessário e urgente. Daqui que, erguendo os olhos para os que o procuravam, Jesus alargasse a pergunta sobre o que haviam de comer. E é por partilhar inteira e ativamente do cuidado do Pai por todos e cada um que sabe que o pão acabará por chegar e até sobrar.
Não o sabiam ainda os discípulos. Filipe fez as contas, habitualmente curtas: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um…». E também André: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» Souberam-no de seguida, quando, pela certeza e a bênção de Jesus, daquele indispensável pouco sobrou um abundante muito.
Dois mil anos de Cristo no mundo confirmam – a quem realmente queira ver – a experiência mais certa da humanidade no seu todo. As grandes necessidades resolvem-se do pouco para o muito, quando a disponibilidade é total e concreta. – O que eram cinco pães, que nem sequer eram de trigo; o que eram dois peixes, pequenos como os daquele lago ainda são; e dum rapazito que pouco ou nada contava? Eram o quase nada que havia e ainda assim requerido, para que o absolutamente tudo da convicção, do olhar e das mãos de Jesus a todos saciasse e sobejasse ainda.
Onde estivermos pode sempre abrir-se o futuro, se inteiramente estivermos, como Cristo naquele dia. O bastante não se refere aos meios, mas ao coração que nos dirige o olhar.                    

Caríssimo D. José Tolentino: Estamos aqui hoje tantos, felizes e em ação de graças pela tua ordenação episcopal. Agradecemos ao Papa Francisco ter-te escolhido para zelar por um património único de memória criativa. Imensamente maior é o nosso mundo, com tudo o que espera ou desespera, com quanto o atinge de bom e menos bom… A tua inteligência e sensibilidade saberão partilhar o que agora é confiado ao teu bom zelo. E que assim mesmo crescerá também.
Naquele dia era de pão material que precisavam as multidões, como hoje ainda é em tantos casos, clamorosos casos. Mas o mesmo Jesus, que nos ensinou a corresponder a tal necessidade, também lembrou que «nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4, 4). Dessa Palavra que em ti se tornou inteira vocação e magnífica expressão. Dessa Palavra que sabes distinguir em mil ressonâncias de literatura e reverberações de arte. - E assim a repartirás agora, para que chegue a muitos, para saciar a todos!       

Lisboa, Santa Maria de Belém, 28 de julho de 2018

+ Manuel, Cardeal-Patriarca  



27 julho, 2018

Enc. Internacional das ENS: Famílias “onde ninguém desista de ninguém"


Durante uma semana, mais de 4 mil casais, vindos de quase 80 países, participaram, em Fátima, no Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora, e destacaram a “graça” de pertencerem a este movimento e de como o “perdão” é tão importante para a vida em casal. No encerramento do encontro, o Cardeal-Patriarca de Lisboa sublinhou que a “revitalização das famílias cristãs e a acentuação do seu lugar na Igreja são fundamentais para a nova evangelização”.

No encerramento do XII Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora, que decorreu entre 16 e 21 de julho, em Fátima, o Cardeal-Patriarca de Lisboa começou por referir que “do âmbito doméstico ao âmbito eclesial, é sempre a família o critério para nascer, crescer e conviver”. “Jesus não constituiu a sua família em sentido natural. Mas criou a família sobrenatural dos filhos de Deus, que somos nós, sublimando relações e afetos que humanamente experimentara na família de Nazaré. Não é por acaso que lhe surgem expressões familiares para designar sentimentos pastorais e eclesiais”, reforçou D. Manuel Clemente, na conferência intitulada ‘A alegria do reencontro’, que foi proferida na Basílica da Santíssima Trindade.Perante mais de 4 mil casais, vindos de aproximadamente 80 países, o Cardeal-Patriarca mostrou-se “convicto”, a exemplo do Papa Francisco, de que “a revitalização das famílias cristãs e a acentuação do seu lugar na Igreja são fundamentais para a nova evangelização que tanto urge, ou seja, para o reencontro com Cristo vivo”. Depois, deu como exemplo as “várias formas de missão familiar” que despontaram no pontificado de João Paulo II. “O âmbito familiar revela-se particularmente fecundo e criativo para que tal aconteça”, afirmou D. Manuel Clemente, identificando uma das condições para que a ‘nova evangelização’ frutifique. “A frequência dos divórcios é mais sintoma do que causa, uma vez que deriva frequentemente de uniões pouco ou nada preparadas. E ninguém se preparará sem o testemunho dos que já pratiquem o ideal familiar cristão. A ‘nova evangelização’ só acontecerá com famílias dinamicamente estabilizadas, onde ninguém desista de ninguém e os conflitos se previnam e superem pelo exercício de sucessivos reencontros”, afirmou o Cardeal-Patriarca, durante a intervenção que decorreu na manhã do passado sábado, 21 de julho.

Perdão em família
A participar no encontro internacional, que recebeu vários conferencistas [ver caixa], esteve o casal brasileiro Hilda e Gilberto. Para estes equipistas, provenientes da Diocese de São Carlos, cidade de Araraquara, no interior do Estado de São Paulo, o facto de estarem em Fátima foi cumprir o “sonho” de uma vida. Entraram no movimento no ano 2000 e testemunham agora a “ajuda” que as reuniões com outros casais já ofereceram para a própria relação conjugal. “O movimento é muito importante na nossa vida porque nos ajuda no dia-a-dia, na relação, em tudo o que a gente faz na vida. O movimento nos mostra o caminho”, refere Gilberto, em declarações ao Jornal VOZ DA VERDADE.
Como legado dos dias em Portugal, e de tudo o que escutaram neste encontro onde se falou de reconciliação, a sua esposa, Hilda, aponta para uma “maior simplicidade de vida”. “Devemos praticar sempre o perdão, a misericórdia, em família e com todos os irmãos, fora da nossa família também”, considera Hilda que, juntamente com o seu marido se mostram conhecedores do desafio que lhes é pedido para o futuro. “A gente deve dar o nosso testemunho de que vale a pena viver o sacramento do Matrimónio. Somos abençoados por Deus, em família e em casal”, considera.

É possível
Ana e Nuno Teiga Vieira são de Lisboa e levam do encontro, em Fátima, “o coração cheio de muita alegria”, e a “certeza” de que “a família continua a ser o núcleo importante da sociedade”. Para Ana, neste encontro onde foi refletida a parábola do ‘Filho Pródigo’ e a misericórdia de Deus, foi essencial ver como essa misericórdia “é tão importante” para a vida em casal. “Reconhecemos na nossa vida experimentada como isso é uma graça que também recebemos do sacramento do Matrimónio”, afirma Ana Teiga Vieira, ao Jornal VOZ DA VERDADE, destacando um dos momentos do encontro que decorreu, durante a semana, na esplanada do Santuário de Fátima, juntando todos os casais na dinâmica ‘Dever de se sentar’ [ver foto de capa do jornal]. “Vi muitos casais emocionados. Isso tem a ver com a importância do perdão entre o marido e a mulher, que, depois, são o garante da felicidade e estabilidade da família”.
Para Nuno, um dos pontos destacados, deste encontro, é a participação de casais dos quatro cantos do mundo. “Foi uma graça ter visto como isto também é vivido noutros casais, em quase 80 outros países do mundo. Também olham para Maria como um exemplo, como caminho, como manto que nos acolhe e aponta para Jesus”, refere.
Ana e Nuno Teiga Vieira fazem parte, há 21 anos, da Equipa 169, do Setor Lisboa C, e apontam que a pertença a este movimento da Igreja “é uma das graças do Matrimónio”. “É uma equipa onde também vemos as dificuldades que nós temos e que outros casais têm e como as ultrapassam. E vemos também o exemplo deles, de amor, todos os dias”, aponta Nuno, destacando a “amizade” que se foi gerando entre os elementos da equipa. Para além disso, o facto de este casal pertencer a uma Equipa de Nossa Senhora, tem permitido refletir sobre a forma como educar os quatro filhos, e introduzi-los na fé. “A forma como nós queremos educar os nossos filhos também tem sido fonte de conversa e de tema na nossa equipa”, revela Ana.
Para o futuro, Ana e Nuno Teiga Vieira esperam continuar a “mostrar que é possível estar casado, ter uma família, ser feliz, por muitos e muitos anos”. “Nos dias que correm é, de facto, um desafio grande”, aponta Ana.
  • Leia a entrevista completa na edição do dia 27 de julho do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.

Papa Francisco: eliminar do mundo os muros da divisão

 
 Papa Francisco  (AFP or licensors)
 
Mensagem de Francisco aos participantes da III Conferência mundial sobre “Ética teológica católica na Igreja”, que se realiza em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina.
 
Cidade do Vaticano
 
O Papa Francisco enviou uma Mensagem, nesta sexta-feira (27/7), aos participantes da III Conferência mundial sobre “Ética teológica católica na Igreja”, que se realiza, até ao próximo domingo (29/7), em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina. O tema dos trabalhos, que se iniciaram nesta quinta-feira (26/7), é “Um momento crítico para a construção de pontes: ética teológica católica, hoje”.
 
Na sua Mensagem, o Santo Padre recorda que, Sarajevo é uma cidade repleta de valor simbólico para o caminho de reconciliação e pacificação, depois dos horrores de uma guerra recente, que causou tantos sofrimentos aos seus povos.

Ouça a reportagem

Sarajevo, diz ainda o Papa, é uma cidade de pontes. Por isso, esta Conferência mundial quis inspirar-se neste símbolo para reconstruir, num clima de divisões e tensões, novos caminhos de aproximação entre povos, culturas, religiões, visões da vida, orientações políticas.

O tema deste encontro, afirma Francisco, coloca-se numa perspetiva, sobre a qual ele mesmo se referiu, várias vezes, ou seja, “construir pontes e não muros”. Trata-se de colher todos os sinais, sem renunciar à prudência, e mobilizar todas as energias para eliminar do mundo os muros da divisão e construir pontes de fraternidade.

Com efeito, os pontos focais da Conferência cruzam-se, no fundo, com este caminho de construção de pontes, numa época crítica como a nossa.

O desafio ecológico, recordou o Papa, é colocado pelos conferencistas no centro da atenção, porque contém aspetos que podem causar graves desiquilíbrios, não só entre o homem e a natureza, mas também nas relações entre as gerações e entre os povos. Tal desafio refere-se ao horizonte de compreensão da ética ecológica e da ética social.

Por isso, a referência que os conferencistas fazem no seu encontro sobre o tema dos migrantes e refugiados, é muito oportuna para Francisco porque é um tema muito sério, que leva a uma profunda reflexão ético-teológica, antes de sugerir ações pastorais adequadas e praxes políticas responsáveis e conscientes.

Num cenário tão complicado e complexo é preciso uma liderança renovada, que ajude a descobrir um modo mais justo de viver no mundo, como participantes de um destino comum.

A ética teológica, afirma o Papa, oferece uma contribuição específica para que, nos cinco Continentes, haja uma rede de reflexão ética, em chave teológica, para encontrar recursos novos e eficazes para o drama humano, que seja acompanhado com cuidado misericordioso, diálogo e confronto.

Neste sentido, o Santo Padre citou o seu documento “Veritatis gaudium”, onde propõe critérios sobre a importância do diálogo que está na base da abertura inter e transdisciplinar e indica a necessidade urgente de “tecer redes” entre as instituições que cultivam e promovem estudos eclesiológicos.

Francisco concluiu a sua Mensagem, com um apelo aos conferencistas, que são cultores da ética teológica, encorajando-os a dedicarem-se com afinco ao diálogo e ao lançamento de redes. Desta forma, poderão aprender a ser fiéis à Palavra de Deus, que nos interpela na história, e à solidariedade com o mundo, propondo meios e instrumentos para aliviar as feridas e fragilidades humanas.

VATICAN NEWS

JMJ Cracóvia 2016: jovens, construtores de pontes e de misericórdia

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No dia 27 de julho de 2016, o Papa Francisco chegou a Cracóvia para celebrar com os jovens de todo o mundo a 31ª Jornada Mundial da Juventude com o tema: “Bem-aventurados os misericordiosos, pois encontrarão misericórdia”. Na cidade de São João Paulo II e de Santa Faustina Kowalska, Francisco chama as novas gerações a deixarem um sinal no mundo, ensinando os adultos “a conviverem com a diversidade”.   

Cidade do Vaticano 

Já passaram dois anos desde a última Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, que de 27 a 31 de julho de 2016 reuniu mais de um milhão de jovens de todo o mundo, convocados junto com Papa Francisco para refletir sobre o tema “Bem-aventurados os misericordiosos, pois encontrarão misericórdia”. As imagens filmadas pelo Centro Televisivo Vaticano ajudam-nos a reviver os momentos mais intensos da 15ª Viagem Apostólica do Papa Francisco, em pleno Jubileu da Misericórdia. 

No primeiro dia, o abraço de Cracóvia

A chegada ao Aeroporto “João Paulo II”, depois o encontro com o entusiasmo dos jovens da JMJ e dos polacos, pelas ruas do centro histórico de Cracóvia. No final do dia, o Papa saúda da janela do arcebispado os jovens reunidos na rua Franciszkańska, assim como fizeram para S. João Paulo II e para Bento XVI. 

A rosa de ouro para Nossa Senhora Negra 

No dia seguinte, o Papa visita o santuário mariano de Czestochowa, que S. João Paulo II definiu “o Santuário da Nação”. Antes de celebrar a sua primeira missa na Polónia saúda os 500 mil fiéis reunidos ao pé dos muros do mosteiro de Jasna Góra, o “Monte Claro”, fortaleza da fé e do espírito nacional dos polaacos. Atravessando os muros, entra na capela da “Nossa Senhora Negra”, reverenciando o ícone da Mãe de Deus. Depois de rezar-lhe, oferece-lhe uma Rosa de Ouro, assim como fez Paulo VI, S. João Paulo II e Bento XVI. 

Papa vai à cerimónia a bordo de um bonde 

Na tarde do mesmo dia, em Cracóvia, ao ir ao encontro dos jovens que vieram de todas as partes do mundo para a JMJ, e Papa Francisco chega a bordo de um carro ecológico na companhia de 15 jovens com necessidades especiais. A leve chuva não diminuiu o entusiasmo de mais um milhão de jovens que o esperavam na esplanada de Blonia. Durante a cerimónia de boas-vindas ao Papa, desfilaram as bandeiras dos 187 países participantes. O tema do encontro era “Chamados à santidade”. 

Santa Faustina, a apóstola da Divina Misericórdia 

O sábado foi dedicado à misericórdia, e Francisco iniciou-o com uma visita ao coração da devoção polaca, o Santuário da Divina Misericórdia em Lagiewniki. No convento onde viveu e faleceu Santa Faustina, a frágil mística apóstola da Divina Misericórdia, o Pontífice entra na capela e reza diante do túmulo da santa, onde se encontra a primeira imagem de Jesus Misericordioso, realizada sob indicação da Santa a pedido de Jesus, que lhe apareceu pela primeira vez a 22 de fevereiro de 1931, pedindo-lhe que escrevesse “Jesus confio em ti”.


O beijo na relíquia do sangue de São João Paulo II 

Depois de rezar na capela, O Papa Francisco, da esacada do Santuário, saúda os jovens presentes, em seguida atravessa a Porta da Divina Misericórdia entrando no Santuário. Depois de confessar oito jovens o Papa visita o novo Santuário de São João Paulo II, finalizado em 2015 onde celebra uma missa com os sacerdotes e religiosos polacos. No final, o Papa Francisco incensa e beija a relíquia do sangue de S. João Paulo II, conservada no centro de um altar do Santuário. 

Almoço com treze jovens voluntários

Mais tarde no arcebispado Papa Francisco almoça com 13 jovens voluntários da JMJ, um jovem e uma jovem de cada continente, dois polacos e a porta-voz da JMJ, o cardeal Dziwisz, arcebispo de Cracóvia e um intérprete. 

A Porta Santa do Campus Misericordiae

Quando chega no Campus Misericordiae, na periferia de Cracóvia, para a vigília de oração, o Papa Francisco é acolhido por mais de um milhão de jovens. Na luz do entardecer o Papa atravessa a Porta Santa de mãos dadas com 6 jovens. No palco uma grande imagem de Jesus misericordioso, com o tema “Jesus, fonte de misericórdia”, com testemunhos e perguntas de três jovens. 

O Evangelho como “navegador” nas estradas da vida

Na manhã seguinte mais de um milhão e meio de jovens de todo o mundo e de fiéis polacos participam da missa de encerramento da JMJ na grande esplanada de Wieliczka. O Papa convida todos a irem pelo mundo fora como discípulos e testemunhas da misericórdia de Deus, fortalecidos pela experiência de Cracóvia e com o Evangelho de Jesus como “navegador” nas estradas da vida. 

Próximo encontro no Panamá em 2019

Depois da comunhão, o Pontífice entrega a alguns jovens uma lâmpada, sinal da luz de Cristo. “A JMJ começa hoje e continua amanhã, em casa”, repete Francisco, de seguida anuncia que a próxima etapa da peregrinação dos jovens do mundo, iniciada em 1985 por S. João Paulo II será no Panamá, em 2019.

VATICAN NEWS

26 julho, 2018

Papa Francisco e o papel dos avós


No dia em que comemoramos a vida dos nossos Avós, neste 26 de julho de 2018, relembramos um trecho da catequese de Papa Francisco durante a Audiência Geral de 4 de março de 2015. 
Naquela ocasião, o Pontífice falou da importância do papel dos "idosos que, no âmbito da família, são os avós, os tios". "Devemos despertar o sentido comunitário de gratidão, de apreço e de hospitalidade, que levem o idoso a sentir-se parte viva da sua comunidade." Confira a catequese completa, aqui: https://is.gd/0aLomv

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Hoje - memória dos santos Joaquim e Ana. Dia dos avós e idosos

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Os pais de Nossa Senhora e avós de Jesus, como educadores são ponto de referência para jovens e idosos para um renovado olhar sobre a vocação da velhice. 

Cidade do Vaticano 

A memória de Joaquim e Ana que a Igreja celebra neste dia, 26 de julho, representa forte testemunho e um chamamento a refletir sobre a importância dos pais – eram os pais da Virgem Maria – e dos avós nos dias de hoje, neste século incerto e carente de pontos de referência. Bento XVI já recordava em 2012: “A qualidade de uma sociedade, gostaria de dizer de uma civilização, julga-se também pelo modo como se trata os idosos e pelo lugar que lhes reservam na vida comum”.
“ Uma civilização onde não se reza mais é uma civilização onde a velhice não tem mais sentido. E isso é assustador, nós precisamos de idosos que rezem, porque a velhice nos é dada para isso – Olivier Clément ”
Como as árvores que continuam a dar fruto

O Papa Francisco dirigiu também várias vezes a sua atenção aos idosos, com respeito e afeto para os que vivem esta idade não fácil, mas ainda rica de recursos. No discurso aos idosos durante o encontro de 15 de outubro de 2016 assim os definia:
“ São como as árvores que continuam a dar fruto: mesmo carregados com o peso dos anos, podem dar a sua contribuição original para uma sociedade rica de valores e para a afirmação da cultura da vida. ”
Combater a cultura do descarte

Se por um lado os ritmos e as necessidades da sociedade de hoje parecem não ter freios quanto a “cultura do descarte” – onde são desprezados os que não são produtivos – por outro lado, como um contraponto ou mesmo provocação, o Papa Francisco manifesta-se a favor dos mais fracos, das crianças e dos “abuelos”, como por ocasião da sua visita apostólica a Pietrelcina no centenário das aparições dos estigmas de Padre Pio e 50º aniversário da morte do Santo:
“ Não falte uma atenção solícita e cheia de ternura aos idosos, que são um património incomparável das nossas comunidades. Gostaria que um dia se atribuísse o prémio Nobel aos idosos, que são a memória da humanidade. ”
Lições de uma avó

Continuando numa dimensão concreta, típica do Papa, como não lembrar a história contada por ele mesmo durante a sua meditação matutina na Capela da Casa Santa Marta. Era o ano de 1992 e o então bispo auxiliar de Buenos Aires, Bergoglio, estava para celebrar uma crisma quando se aproximou “uma senhora idosa, de oitenta anos, com os olhos que viam além, com olhos cheios de esperança. E eu disse-lhe: ‘Avó, a senhora vem para se confessar? Mas não tem pecados!’. À resposta da senhora — ‘Padre, todos temos!’ — Bergoglio retorquiu: ‘Mas talvez o Senhor não os perdoe?’. E a senhora, forte na sua esperança: ‘Deus perdoa tudo, porque se Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria!’”.

Oração dos idosos, uma dádiva para a Igreja

Aos distraídos, e aos muito ocupados que não têm tempo, o Papa Francisco recordou muitas vezes que há os que cantam os sinais de Deus para eles também:
“ A oração dos anciãos e dos avós é uma dádiva para a Igreja uma riqueza! Uma grande dose de sabedoria também para toda a sociedade humana: sobretudo para aquela que vive demasiado ocupada, absorvida, distraída. Contudo, também por eles alguém deve cantar os sinais de Deus, proclamar os sinais de Deus, rezar por eles! ”
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