05 julho, 2018

Parolin: unir as forças para salvar a Terra antes que seja tarde


 Cardeal Parolin pronunciou-se no primeiro dia do encontro internacional
Saving our Common Home and the Future of Life on Earth

Em andamento na Sala do Sínodo, no Vaticano, o Simpósio internacional para a defesa da Terra, a nossa casa comum, no terceiro aniversário da Encíclica do Papa Francisco, Laudato si'. Na manhã desta quinta-feira pronunciaram-se o cardeal secretario de Estado Pietro Parolin e o cardeal Peter Turkson 

Alessandro Gisotti - Cidade do Vaticano 

É hora de responder concretamente ao apelo do Papa Francisco pela defesa de nossa casa comum, antes que seja tarde demais. Foi o que sublinhou o cardeal Pietro Parolin no encontro aberto na manhã desta quinta-feira, 5, na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, por ocasião do terceiro aniversário de Laudato si'.
O secretário de Estado do Vaticano sublinhou como, desde a sua publicação, a Encíclica tenha recebido grande apoio tanto dos crentes - não apenas dos cristãos - como da comunidade científica. E enfatizou o tema da ecologia integral e da interdependência, que estão no centro do documento papal. 

Cuidado ambiental e justiça para os pobres, caminhem juntos 
No seu discurso, o cardeal Parolin destacou três pontos em particular. Antes de tudo, observou, a Laudato si sublinha de forma inequivocável como "a situação do nosso planeta hoje é precária". O perigo é, de facto, o "colapso" de nossa casa comum, que garante a nossa e todas as outras formas de vida.
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O segundo ponto da Encíclica retomado pelo cardeal Parolin, é precisamente a ecologia integral. Para Francisco, "a ecologia humana e a natural são inseparáveis".
Eis porque, advertiu ele, "cuidar do meio ambiente, justiça para os pobres, compromisso com a sociedade e a paz interior" também devem ser inseparáveis. Tudo para o Papa - reiterou ele - está "interligado" e, portanto, "o grito da terra está intimamente ligado ao grito dos pobres".
Todos, foi o apelo do secretário de Estado vaticano, somos portanto chamados a "unir-nos no esforço para salvar o nossa casa comum". 

Mudar a direção do progresso económico para evitar uma catástrofe 
O terceiro ponto, sobre o qual o cardeal referiu-se, é a dimensão espiritual oferecida pela Laudato si à questão ecológica. Uma dimensão condensada no "evangelho" da criação ao qual é dedicado o segundo capítulo da Encíclica.
Para Francisco, recordou o cardeal Parolin, deve haver uma relação harmoniosa do homem com Deus, com o próximo e com a mãe Terra. Os males que vemos também em detrimento do meio ambiente, continuou, são o resultado da "violência presente nos nossos corações". E alertou para a exploração do meio ambiente e da "cultura do descarte", que estão a levar a criação "à beira da catástrofe". Por isto, é urgente "mudar a direção do progresso, a maneira de administrar a nossa economia e o nosso modo de vida". 

Laudato torna-se a bússola do caminho em defesa da Terra 
A doutrina católica sobre a criação, acrescentou, "não considera o mundo como um incidente causal", mas como um "ato intencional de Deus que o ofereceu aos seres humanos como um presente". Um presente a ser preservado, “não para ser dominado e devastado".
É sob esta luz, disse o cardeal Parolin, que é facilmente entendido porque o Papa Francisco está tão preocupado ao mesmo tempo "pelos pobres e pela natureza". Estamos todos conscientes, concluiu ele, de quão difícil é o caminho a ser percorrido”, mas temos uma boa bússola que nos guia: a Encíclica Laudato si". 

A nossa geração tem imensa responsabilidade pelo futuro da humanidade 
O cardeal Peter Turkson também falou sobre o drama da situação. "A nossa casa comum  planetária - advertiu - está a cair em ruínas" e o tempo para agir "está a expirar".
O prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral advertiu então que, se não mudarmos o nosso sistema económico hoje, "condenaremos as futuras gerações" e, em última instância, o futuro da própria Terra.
É por isso que, disse o cardeal ganense, a geração atual tem uma "imensa responsabilidade para salvar a nossa casa comum" e é por essa razão, acrescentou, que a Santa Sé com este encontro desejava envolver todos: desde líderes religiosos e cientistas, de expoentes políticos a representantes da sociedade civil.
O compromisso, disse o cardeal Turkson, é criar uma "rede mundial de pessoas" que levem com paixão o compromisso de proteger o meio ambiente. "Se esta geração não agir - disse o teólogo irlandês Sean McDonagh - nenhuma geração futura será capaz de reparar os danos que esta geração causou ao planeta".

VATICAN NEWS

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