Papa Francisco reza a oração mariana do Angelus
(ANSA)
Na alocução que precedeu a oração mariana
do Angelus no domingo, 08 de julho, o Papa Francisco falou do
"escândalo da encarnação".
Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano
Devemos esforçar-nos para abrir o coração e a mente, para acolher a
realidade divina que vem ao nosso encontro: este foi o convite que o
Papa Francisco fez este domingo (08/07) ao rezar com os fiéis e
peregrinos na Praça S. Pedro a oração do Angelus.
Um profeta só não é estimado na sua pátria
Na sua alocução, o Pontífice comentou o Evangelho do dia, em que Jesus volta a Nazaré e começa a ensinar na sinagoga.
Desde que tinha partido e iniciado a pregação nos povoados e nos
vilarejos das redondezas, não tinha mais regressado à sua pátria.
Portanto, toda a cidadezinha se reuniu para ouvir Jesus.
Mas aquilo que se anunciava um sucesso, transformou-se numa
“clamorosa rejeição”, ao ponto que Jesus não pôde realizar nenhum
milagre, mas somente curar alguns doentes.
Jesus utiliza uma expressão que se tornou proverbial: "Um profeta só não é estimado na sua pátria".
Escândalo da encarnação
O Papa explica essa transformação dos habitantes de Nazaré porque
eles fazem uma comparação entre a humilde origem de Jesus e as suas
capacidades atuais: de um carpinteiro sem estudos, torna-se um pregador
melhor que os escribas. E ao invés de se abrirem à realidade, escandalizam-se.
O Filho de Deus, prosseguiu o Papa, inverte todo o esquema humano: não
são os discípulos que lavam os pés ao Senhor, mas é o Senhor que lava os
pés aos discípulos. “Este é um motivo de escândalo e de incredulidade
em todas as épocas, inclusive hoje.”
Ter fé
A inversão provocada por Jesus implica aos seus discípulos de ontem e
de hoje analisar a vida pessoal e comunitária. O Senhor convida-nos a
assumir uma atitude de escuta humilde e de espera dócil, porque a graça
de Deus com frequência nos é apresentada de maneira surpreendente, que
não corresponde às nossas expetativas. E citou como exemplo Madre
Teresa de Calcutá, que "revolucionou a caridade na Igreja".
Muitos batizados, afirma Francisco, vivem como se Cristo não
existisse: repetem-se os gestos e os sinais da fé, mas a eles não
correspondem a uma real adesão à pessoa de Jesus e ao seu Evangelho.
Vida coerente
Ao invés, todo o cristão é chamado a aprofundar esta pertença
fundamental, procurando testemunhá-la com uma conduta de vida coerente,
cujo fio condutor é a caridade.
“Peçamos ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria, que dissolva a
dureza dos corações e a limitação da mente, para que estejamos abertos à
sua graça, à sua verdade e à sua missão de bondade e de misericórdia,
que é endereçada a todos, sem qualquer exclusão.”
V ATICAN NEWS
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