Série: Reflexão sobre "O que é o Renovamento Carismático" - Tema V)
Diác. João Carmona |
É um trabalho delicado descrever a acção do Espírito que, por definição, escapa às nossas categorias. Acresce ainda que, à partida, nos defrontamos com a dificuldade de falar de uma efusão do Espírito, sabendo que o Espírito já foi dado no baptismo.
A novidade
A novidade é, portanto, de natureza particular: trata-se da vinda nova do Espírito já presente, de uma efusão que não vem de fora mas que brota a partir de dentro. Recordamos o grito de Jesus: «Se alguém tem sede, venha a mim; e quem crê em mim que sacie a sua sede! Como diz a Escritura, hão-de correr do seu coração rios de água viva». E o evangelista faz notar: «Ele falava do Espírito que haveriam de receber os que crêem nele» (Jo 7, 37-38).
Trata-se de um jorrar, de um desabrochar, de uma acção do Espírito que desencadeia e liberta energias interiores latentes. Trata-se de uma tomada de consciência mais acentuada da sua presença e do seu poder.
A visão de Francis A. Sullivan
Francis A. Sullivan, teólogo e professor na Universidade Gregoriana de Roma, descreve-a como «uma experiência religiosa que introduz a pessoa num sentido absolutamente novo da presença poderosa de Deus e da sua acção na sua vida, a qual implica, normalmente, um ou vários dons carismáticos» .
Não é fácil exprimir o indizível em palavras
Tratando-se do mistério da acção de Deus, não é fácil exprimir o indizível em palavras. Alguns falam de uma graça de actualização dos dons recebidos, de libertação do Espírito, de manifestação do baptismo, de fazer reviver o dom do Espírito recebido na confirmação, de um acolhimento em profunda docilidade ao Espírito.
Quem dela beneficia, sente-a como uma graça, como um renovamento de vida que é acompanhado de um sentimento de paz e de alegria, de uma qualidade nunca antes experimentada, como revitalização das graças sacramentais já recebidas, conferidas no baptismo e depois na confirmação, ou obtidas após a recepção de outros sacramentos: penitência, eucarístia, matrimónio, santa unção ou ordenação.
Este renovamento é sentido e percebido como uma libertação de potencialidades latentes do Espírito que quer conduzir a pessoa à plena realização da vocação própria, religiosa ou laica, como uma nova tomada de consciência, mais viva, da sua verdadeira identidade cristã que só a fé nos pode revelar, e que a vivifica e lhe dá um realismo novo e um impulso missionário.
Ligação entre o Espírito e os carismas: O Doador
É preciso acentuar a ligação entre o Espírito Santo e as suas manifestações, concentrando a atenção não sobre os dons mas sobre o Doador.
É bem conhecida a súplica de Santo Agostinho: «Não os teus dons, Senhor, mas Tu!». Os dons são a irradiação do Espírito, que é, Ele próprio, o Dom que encerra em si todos os dons.
As manifestações do Espírito são o Espírito Santo em acção
As manifestações do Espírito são o Espírito Santo em acção. Esta acção, ou moção de Deus, é infinitamente suave, discreta, soberanamente livre. O Espírito sopra onde, quando e como quer. É preciso evitar “coisificar” os dons, de fazer deles objectos, presentes que se distribuem, como se reparte uma herança, em lotes diversos.
Os dons estão para o Doador como os raios solares estão para o sol: não se identificam com ele mas estão inerentes a ele. O Espírito é inseparável dos seus dons. Ao recebê-Lo, recebo a plenitude dos seus bens, plenitude que deve ser considerada, não de maneira estática, mas dinâmica. A visibilidade dos dons e o seu exercício varia, naturalmente, de pessoa para pessoa mas, para cada um de nós, a moção do Espírito poderá significar uma mudança.
Não possuo os dons como uma propriedade de um objecto
Não possuo os dons como uma propriedade de um objecto; na verdade, sou possuído pelo Espírito que me move e me conduz na medida do seu amor infinito e segundo o grau da minha fé, da esperança e do amor que ele encontra em mim.
O Espírito que hoje me anima em vista de uma missão concreta poderá, amanhã, confiar-me uma outra; pode manifestar-se também em mim, não apenas através de um dom, mas de muitos, quer simultaneamente, quer sucessivamente.
É preciso corrigir o modo humano de pensar
É preciso corrigir o modo humano de pensar, de contar ou catalogar os dons de Deus. A enumeração que deles faz S. Paulo não tem preocupação de ser exaustiva, nem traduzir todas as variantes da acção multiforme do Espírito. S. Paulo está preocupado, antes de mais, em estabelecer a ordem nas assembleias litúrgicas de Corinto e não descrever a acção interior do Espírito.
A visão de Francis A. Sullivan
Francis A. Sullivan, teólogo e professor na Universidade Gregoriana de Roma, descreve-a como «uma experiência religiosa que introduz a pessoa num sentido absolutamente novo da presença poderosa de Deus e da sua acção na sua vida, a qual implica, normalmente, um ou vários dons carismáticos» .
Não é fácil exprimir o indizível em palavras
Tratando-se do mistério da acção de Deus, não é fácil exprimir o indizível em palavras. Alguns falam de uma graça de actualização dos dons recebidos, de libertação do Espírito, de manifestação do baptismo, de fazer reviver o dom do Espírito recebido na confirmação, de um acolhimento em profunda docilidade ao Espírito.
Quem dela beneficia, sente-a como uma graça, como um renovamento de vida que é acompanhado de um sentimento de paz e de alegria, de uma qualidade nunca antes experimentada, como revitalização das graças sacramentais já recebidas, conferidas no baptismo e depois na confirmação, ou obtidas após a recepção de outros sacramentos: penitência, eucarístia, matrimónio, santa unção ou ordenação.
Este renovamento é sentido e percebido como uma libertação de potencialidades latentes do Espírito que quer conduzir a pessoa à plena realização da vocação própria, religiosa ou laica, como uma nova tomada de consciência, mais viva, da sua verdadeira identidade cristã que só a fé nos pode revelar, e que a vivifica e lhe dá um realismo novo e um impulso missionário.
Ligação entre o Espírito e os carismas: O Doador
É preciso acentuar a ligação entre o Espírito Santo e as suas manifestações, concentrando a atenção não sobre os dons mas sobre o Doador.
É bem conhecida a súplica de Santo Agostinho: «Não os teus dons, Senhor, mas Tu!». Os dons são a irradiação do Espírito, que é, Ele próprio, o Dom que encerra em si todos os dons.
As manifestações do Espírito são o Espírito Santo em acção
As manifestações do Espírito são o Espírito Santo em acção. Esta acção, ou moção de Deus, é infinitamente suave, discreta, soberanamente livre. O Espírito sopra onde, quando e como quer. É preciso evitar “coisificar” os dons, de fazer deles objectos, presentes que se distribuem, como se reparte uma herança, em lotes diversos.
Os dons estão para o Doador como os raios solares estão para o sol: não se identificam com ele mas estão inerentes a ele. O Espírito é inseparável dos seus dons. Ao recebê-Lo, recebo a plenitude dos seus bens, plenitude que deve ser considerada, não de maneira estática, mas dinâmica. A visibilidade dos dons e o seu exercício varia, naturalmente, de pessoa para pessoa mas, para cada um de nós, a moção do Espírito poderá significar uma mudança.
Não possuo os dons como uma propriedade de um objecto
Não possuo os dons como uma propriedade de um objecto; na verdade, sou possuído pelo Espírito que me move e me conduz na medida do seu amor infinito e segundo o grau da minha fé, da esperança e do amor que ele encontra em mim.
O Espírito que hoje me anima em vista de uma missão concreta poderá, amanhã, confiar-me uma outra; pode manifestar-se também em mim, não apenas através de um dom, mas de muitos, quer simultaneamente, quer sucessivamente.
É preciso corrigir o modo humano de pensar
É preciso corrigir o modo humano de pensar, de contar ou catalogar os dons de Deus. A enumeração que deles faz S. Paulo não tem preocupação de ser exaustiva, nem traduzir todas as variantes da acção multiforme do Espírito. S. Paulo está preocupado, antes de mais, em estabelecer a ordem nas assembleias litúrgicas de Corinto e não descrever a acção interior do Espírito.
O seu pensamento aparece sintetizado nesta afirmação: «A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum» (1Cor 12, 7). A convergência dos dons edifica a Igreja.
Diácono João Carmona
Labat n.º 85, de Julho de 1998
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