Papa Francisco e o cardeal Kurt Koch
(Vatican Media)
O presidente do Pontifício Conselho para a
Promoção da Unidade dos Cristãos explica na entrevista, que a mensagem
que esse dia quer dar aos cristãos do Oriente Médio é: “Vós estais nos
nossos corações, nos nossos pensamentos e nas nossas orações”.
Cidade do Vaticano
O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos
Cristãos, cardeal Kurt Koch, concedeu uma entrevista à Agência Sir sobre
o encontro ecuménico de reflexão e oração pela paz no Médio Oriente,
convocado pelo Papa Francisco, no próximo dia 7, em Bari, em Itália.
O Papa visitará a cidade de São Nicolau que acolherá os patriarcas das Igrejas ortodoxas orientais.
“A nossa oração pelo Médio Oriente é muito importante para os
cristãos que vivem naquela terra. Visitei dois campos de refugiados: na
Jordânia e na Grécia. Eles disseram-me: não se esqueça de nós, reze por
nós. A oração é um sinal de proximidade e solidariedade para com as
vítimas das guerras, por todos aqueles que sofrem”, disse o cardeal
Koch.
A irmã da religião é a paz, não a violência
O purpurado explicou, na entrevista, que a mensagem que esse dia quer
dar aos cristãos do Médio Oriente é: “Vós estais nos nossos corações, nos nossos pensamentos e nas nossas orações”.
Para a comunidade internacional, “o encontro de Bari será um momento
público no qual vamos mostrar ao mundo a nossa unidade e testemunhar que a
irmã da religião é a paz, não a violência. Esta é uma mensagem
importante neste mundo em que, infelizmente, vemos a relação entre
violência e religião, sobretudo nas formas de extremismo. Devemos dar um
testemunho contrário a isso.”
O encontro ecuménico de reflexão e oração pela paz no Médio Oriente “é uma ideia que nasceu há muito tempo, pois a situação naquela área
preocupa o Santo Padre”, disse ainda o cardeal.
“O Papa disse: chegou o momento de dar este sinal importante da
oração pela paz em prol dessa região do mundo e convidar todas as outras
Igrejas, sobretudo os patriarcas das Igrejas ortodoxas, orientais e
católicas, em Bari, para rezar juntos pela paz. Tornar esse encontro
público a fim de expressar proximidade e solidariedade a todos os
cristãos e todos os homens e mulheres que vivem no Médio Oriente.”
Apoiar os cristãos dessa região
O que mais preocupa o Santo Padre? “Certamente a guerra”, respondeu o
cardeal Koch, “mas sobretudo o facto de que muitos cristãos estão a deixar a região. O facto de que nessa terra permaneceram somente as
lápides e não mais homens e não mais cristãos. Perdemos muito”.
O Papa preocupa-se em apoiar os cristãos dessa região para que possam
encontrar as condições para permanecer. “Esta também é uma questão
premente dos patriarcas que dizem: estamos muito agradecidos por
acolherem os nossos refugiados, mas não lhes digam para vir. Pelo
contrário, ajuden-lhes a permanecer nas suas terras.”
O Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos enviou o
convite do Papa Francisco aos patriarcas das Igrejas ortodoxas.
“Muitos responderam de maneira positiva. Estão muito agradecidos ao
Papa por promover esta iniciativa e muitos disseram que queriam
participar pessoalmente. Outros não poderão porque terem assumido
outros compromissos mas enviarão os seus delegados. Mas, todos querem estar
presentes e dar esse sinal de unidade por causa dos sofrimentos e
perseguições dos cristãos.”
A oração é o que os cristãos possuem
O cardeal Koch disse ainda na entrevista que “somente Deus pode
converter os corações dos ditadores. Ele somente pode converter o
pensamento dos políticos”.
“A oração é o que os cristãos possuem. Na oração todos os sofrimentos
e perseguições são levados a Deus. Nós rezamos, mas as
consequências da nossa oração estão nas mãos de Deus.”
“Vemos isto na passagem do Evangelho das Bodas de Caná. Maria não diz
a Jesus que ele deve fazer um milagre. Ela só Lhe apresenta o problema a fim de que decida o que fazer. Penso que esta imagem de Caná nos
dá a medida da nossa oração: levamos todos os desafios, todos os
problemas, todos os sofrimentos a Deus e deixamos que seja Ele a
tomar a iniciativa”, concluiu o cardeal Koch.
VATICAN NEWS
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