ASSEMBLEIA DO XXXII ANIVERSÁRIO
DO R.C.C. EM PORTUGAL
Síntese
dos Ensinamentos da referida Assembleia
Introdução:
1 - O que é que viemos fazer a esta Assembleia do R.C.C.?
As respostas podem
ser muitas. Creio, porém, que a primeira atitude a tomar deve ser o desejo de
um encontro pessoal com o “meu Deus”, com o meu Pai”, com o “meu querido Irmão
Jesus”, com o “Espírito Santo”, que habita em mim como um templo, que faz de
mim um Sacrário vivente de Deus.
«Não sabeis que sois
templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? … O templo de Deus, que
sois vós, é santo» (1 Cor. 3, 16-17).
Estamos pois aqui para tomar consciência daquilo que nós realmente somos, a partir da reflexão sobre a Palavra de Deus.
Estamos pois aqui para tomar consciência daquilo que nós realmente somos, a partir da reflexão sobre a Palavra de Deus.
2 - Lc. 3, 21-22: O Baptismo de Jesus e o meu baptismo:
Jesus encontrava-se imerso em profunda oração, na
contemplação do amor infinito do Pai, quando os céus se abriram e o Espírito
Santo desceu sobre Ele. Escuta, então, no mais profundo do seu coração, a
declaração amorosa do Pai: “Tu és o Meu
Filho muito amado; em Ti pus o Meu enlevo”.
Eis aí uma atitude
fundamental a tomar durante estas assembleias: deixar-nos possuir pelo Espírito
de Jesus, para que, juntamente com Ele, mergulhemos nesse oceano imenso do amor
do Pai, que quer repetir a cada um e cada uma de nós aquilo que disse ao Seu
Filho Primogénito, no dia do Seu Baptismo e que também nos disse a nós no dia
do nosso baptismo: “Tu és o meu filho muito amado, a minha filha muito amada,
em ti pus o meu enlevo”.
Perante esta
declaração de amor, cada um e cada uma, de nós pode dizer:
- sou um filho ou uma
filha de Deus, muito amado/amada pelo meu Pai.
- Sou um irmão ou
irmã de Jesus, por quem Ele já deu a vida.
- Sou um templo
vivente do Espírito santo, que habita em mim.
3 - Lc. 28-36: A transfiguração de Jesus
S. Lucas
apresenta-nos um outro momento determinante na vida de Jesus, que põe em
evidência a intensidade do amor que O levava a mergulhar em Deus até ser
totalmente transformado (transfigurado) por ele. Também aqui, Jesus entra em
profunda oração, juntamente com os seus discípulos, até que todos ficam
transfigurados. Esta é outra atitude coerente a tomar durante esta assembleia:
deixar que o Espírito de Cristo nos transforme. Até assumir a Sua própria
forma, tornando-nos, de novo, capazes de ouvir as palavras do Pai, acolher a
sua Palavra de vida, é o caminho certo para realizar a Sua própria vontade e
chegar com Ele à casa do Pai.
4 - Lc. 22, 39-46: Agonia de Jesus no Getsemani
Mais uma vez, Jesus
nos dá o exemplo da força da oração, naquele encontro indescritível com o Pai,
que o preparou para assumir a Sua Paixão e Morte. Se queremos ter a coragem de
Cristo, para dizer ao Pai: “seja feita a Tua vontade e não a minha”,
precisamos, como Ele de ficar longamente em oração.
I – O PERDÃO E A CURA
1º. - JESUS PERDOA E CURA, Lc. 5,17-26
Este
texto de Lucas põe em evidência a actividade terapêutica de Jesus:
1. Jesus está a ensinar.
O
ministério da cura exige, como primeiro passo, a evangelização do doente, para
o preparar ao encontro com Cristo.
2. O poder do Senhor
levava-O a realizar curas. É o poder do senhor e não nós que cura o doente.
3. Uns homens traziam um
paralítico.
É preciso apresentar os doentes a Jesus, para que Ele os cure. O doente também
se deve deixar conduzir por Jesus.
4. «Vendo Jesus a fé
deles…»
disse ao paralítico:
5. «Os teus pecados são
perdoados».
Antes duma cura física, Jesus começa pela cura espiritual – perdão dos pecados.
Jesus quer libertar-me de tudo do que me “paralisa” na minha relação com Deus,
com os outros, com a natureza e comigo mesmo.
6. Jesus cura
fisicamente,
para confirmar o Seu poder de perdoar os pecados: “Levanta-te, toma o teu catre
e vai para a tua casa”. A marca que era sinal de paralisia, pode ser usada pelo
próprio, para levar os outros para Jesus, para que Ele os cure. Ele que
utilizar a nossa experiência de queda, para sermos mais tolerantes, para os que
vemos cair.
7. O testemunho, a glorificação de
Deus, pela cura exercida por Jesus, é uma condição indispensável para garantir
a continuidade da cura, e também um meio eficaz para sermos instrumentos nas
Suas mãos para perdoar e curar.
8. Jesus cura
interiormente:
- Do medo das forças naturais: Acalmou
a tempestade: Mt. 8, 23-27.
Do medo dos judeus: Mt. 20, 19; Jo. 3, 1-21
- Do ódio: Jo. 4, 1-42: Samaritana e
Samaritanos
- Dos
rancores: Lc. 22, 61-62 (Pedro depois das negações de Jesus)
- Do apego ao dinheiro: Lc. 19, 1-10 (Zaqueu)
- Jesus apresentou-se com um programa
de libertação integral: Lc. 4, 16-19.
2.º - O PERDÃO,
CONDIÇÃO PARA SER CURADO:
1 - O perdão cura as
feridas causadas pelo pecado:
Salmo 103, 3: “Ele perdoa as tuas
culpas e sara as tuas enfermidades”.
2 - Lc. 7, 36-50: Jesus perdoa para
restituir a dignidade às pessoas humanas:
Jesus
reintegra na comunidade uma prostituta rejeitada por todos, declarando-lhe: «Os
teus pecados estão perdoados […]. Salvou-te a tua fé. Vai em paz»
3 - Mt. 5, 23-24: Jesus ensina a
perdoar:
«Se
fores apresentar a tua oferta diante do altar e ali te recordares de que o teu
irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai
primeiro reconciliar-te com o teu irmão».
4 - Mt. 18, 21-35: Perdoar do fundo do
coração:
Quantas
vezes? – Sete? – Não! Setenta vezes sete! Se te ofender sete vezes num dia e
sete vezes te pedir perdão, perdoar-lhe-ás: Lc. 17, 3-4.
5 - Mc. 11, 24-26:
«Quando vos puseres de pé para orar, se tiveres alguma coisa contra alguém, perdoai-lhes primeiro, para que o vosso Pai, que está no Céu vos perdoe também os vossos pecados».
«Quando vos puseres de pé para orar, se tiveres alguma coisa contra alguém, perdoai-lhes primeiro, para que o vosso Pai, que está no Céu vos perdoe também os vossos pecados».
II – OS SACRAMENTOS
DA CURA
1º. - O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
1 - Deus criou-nos à sua imagem e semelhança: Gen. 1, 26-28
- Para uma relação filial com Ele,
- Para uma relação de amizade fraterna
entre nós,
- Para uma relação harmoniosa com
todas as criaturas,
- Para uma relação de harmonia
interior consigo mesmo, na alegria e paz interior.
2 - O pecado destroi a dignidade da pessoa humana: Gen. 3,
1-15:
Estabelecendo uma ruptura da pessoa:
- Consigo mesmo
- Com os outros
- com as criaturas
- Com Deus.
3 - Jesus instituiu o
Sacramento da Reconciliação:
-
Jo. 20, 21-23: «Recebei o Espírito
Santo. Àquele a quem perdoardes os
pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem retiverdes, ser-lhes-ão
retidos»
-
Rom. 5, 1-11: “Quando ainda éramos
fracos, é que a seu tempo Cristo morreu pelos ímpios (…) Sendo nós inimigos,
fomos reconciliados com Deus,
mediante a morte do Seu Filho…” (cf. Rom. 3, 23-25).
-
Ef. 2, 13-22: “Ele é a nossa paz!
Destruindo o mundo da inimizade que nos separa, (…) fez dos dois um só homem novo, estabelecendo a paz e reconciliando com Deus, pela Cruz, uns
e outros num só Corpo, […] para vos tornardes, no Espírito Santo, Habitação de
Deus”.
-
2 Cor. 5, 17-21: “Se alguém está em
Cristo é uma nova criação. Passou o que era velho, eis que tudo se fez novo e
nos confiou o ministério da Reconciliação.
4 - O Sacramento da
Reconciliação restitui a dignidade à pessoa humana
1. Reconciliação – Trinitária: Com o Pai, com o
filho, com o Espírito Santo.
2. Reconciliação Comunitária: Elimina as divisões
existentes entre as pessoas.
3. Reconciliação com todas as criaturas: amar as criaturas
sem conflitos com elas.
4. Reconciliação pessoal: Estando em paz com Deus, com os
outros e com as criaturas, é possível viver em paz consigo mesmo e com harmonia
interior.
-
1 Tim. 1, 12-17: Testemunho pessoal
de S. Paulo. «Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores dos quais sou eu o
primeiro. Por isso, alcancei
misericórdia. Para que servisse de exemplo àqueles que haviam de crer n’Ele
para a vida eterna».
5 - Prática da
confissão: três momentos essenciais:
1. Confissão
de louvor: Na presença do Confessor, dou graça a Deus por todas as maravilhas
que Ele tem operado na minha vida, através deste sacramento.
2. Confissão
da vida: Apresentar a Deus, através do Confessor, as situações da vida em angústia,
tristeza, revolta, ódio, ciúmes, invejas, etc.
3. Confissão
dos pecados: Confessar os pecados, isto é, os actos concretos que cometemos,
para receber a absolvição e, consequentemente, restabelecer a reconciliação com
Deus, com os outros, connosco mesmos e com as criaturas.
6 - Frutos do
Sacramento da Reconciliação:
1. O
perdão dos pecados;
2. O
dom do Espírito Santo;
3. A
cura interior e muitas vezes a cura física das nossas doenças;
4. A
paz e alegria interior.
2.º - A Unção dos
Doentes
1 - É um meio eficaz para a cura física, psíquica e
espiritual
- Mc.
6, 13: S. Marco mostra-nos o uso habitual da União dos Doentes, em Roma quando
ele escreveu o seu Evangelho, para a cura física.
-Tiago
5, 13-16: Quando S. Tiago escreveu a sua carta, a unção dos doentes, era
habitual em Jerusalém, por dois motivos:
·
Perdoar
os pecados
·
Curar
o doente
III – CURAR O QUE
ESTÁ DOENTE
A pessoa humana é um ser muito complexo. Antes de pedir a
cura, é preciso discernir donde vem o mal que afligir a pessoa. É um mal físico,
psíquico, espiritual? É um mal que provém das relações humanas?
1.º -
DISCERNIR A CAUSA DO MAL, PARA PODER PEDIR A CURA DESSE MAL
1. Doença física: Pedir a cura do órgão
que está doente.
- Órgãos referentes ao dinamismo: órgãos
motores, capacidade de trabalho, de movimento, de acção: pernas, mãos,
articulações, ossos, etc.
- Órgãos referentes ao sistema vegetativo:
coração, pulmões, esófago, estômago, intestinos, fígado, rins, vesícula,
bexiga…
- Órgãos genitais: útero, ouvidos,
trompas, pavilhões, mamas, próstata, testículos, pénis…
- Órgãos dos sentidos: ouvidos, olhos,
nariz (olfacto), paladar, tacto.
2. Doença psíquica: Afectividade ferida,
ódios, rancores, ciúmes… depressão nervosa, esgotamento, problemas a nível do
sistema nervoso, do cérebro…, traumas de infância; incapacidade de raciocinar,
sem força de vontade; deficiências intelectuais.
É bom conhecer a posição do psicólogo ou do
psiquiatra.
3. Doença espiritual: Quando existe uma
ligação directas ou indirecta com o pecado, é preciso recomendar ao paciente o
Sacramento da reconciliação. Condição muitas vezes indispensável para uma
verdadeira cura do seu “ser profundo”.
4. Doença relacional: Uma ruptura de
relações harmoniosas com Deus, com a sociedade, com a Natureza ou consigo
mesmo. Nestes casos, é preciso ajudar o doente a restabelecer uma sã relação
com a parte em causa.
5. Rocha do Ser – Eu profundo – Id.: Mal estar que se sente a nível da boca do
estômago, quando a pessoa experimenta uma sensação muito forte de medo, de
alegria, de angústia, tristeza, de ódio, desejo de vingança… e que provoca mal
estar físico, dificuldade de fazer a digestão, mau humor, etc.
6. SENSIBILIDADE: A sensibilidade
ferida (capacidade que nos faz sentir a realidade circunstante) pode ser a
causa de muitos males físicos, psíquicos e espirituais.
2.º. JESUS CONVIDA-NOS A FAZER O QUE ELE FEZ
1 - Acreditar naquilo que Ele nos disse
- Jo. 14, 6: “Eu sou
o caminho a verdade e a vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por Mim”;
-
Mc. 11, 12-14, 20-26: “Tudo quanto pedirdes na oração crede que já recebeste e
haveis de obtê-lo”;
- Lc. 17, 5-6: “Se
tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: arranca-te daí
e planta-te no mar, e ela havia de obedecer-vos”;
- Lc. 10, 1-16: “O
Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois. À sua
frente a todas as cidades e lugares onde Ele havia de ir […]. Em qualquer
cidade onde entrardes e vos receberem […]. Curai os, doentes que nela houver e
dizei a todos: o Reino de Deus está perto de vós”.
- Jo, 15, 7-8: “Se
permanecerdes em Mim e as Minhas palavras permanecerei em vós, pedi o que
quiserdes, e assim vos acontecerá”.
- Mc 16, 15-20: “Ide
pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura… Aqueles que
acreditarem, em meu Nome…, imporão as
mãos aos doentes e eles ficarão curados”.
2 - Jesus impunha as mãos:
- Mc. 6, 5: “Curou
alguns enfermos, impondo-lhes as mãos”;
- Mc. 7, 32: “Trouxeram-lhe
um surdo-mudo e rogaram-lhe que impusesse as suas mãos sobre ele”;
- Mc. 8, 23-25: “Jesus
impôs-lhe as mãos sobre os olhos e ele viu perfeitamente”;
- Mt. 9, 18: “Minha
filha acaba de morrer, Mas vem impor-lhe a tua mão ela viverá.”
3 - Motivos para impor as mãos:
- Act. 3, 6-7; Cura
física: “Em nome de Jesus cristo Nazareno, levanta-te e caminha. E, segurando-o
pela mão direita, ergueu-o”
- Act. 6, 1-7: Conferir
o ministério, para o bem da comunidade: “(Os sete diáconos) foram
apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos”.
- Act. 8, 17 Para
infusão do Espírito Santo: “ Pedro e João iam, então, impondo as mãos sobre
eles, e recebiam o Espírito Santo”;
- Act. 9, 17: “Ananias
impôs as mãos a Paulo e ele ficou cheio do Espírito Santo”;
- Act. 19-6: Tendo-lhes
Paulo imposto as mãos, o Espírito santo desceu sobre eles, e começaram a falar
línguas e a profetizar”;
- Act. 13, 1-4: Para
o envio em missão: “Depois de terem orado e jejuado, impuseram-lhes as mãos
e deixaram-nos partir”.
- 1 Tim. 4, 14: Sucessão
Apostólica: “Não descuides o carisma que está em ti, e que te foi dado através
duma profecia, e pela imposição das minhas mãos”.
IV – CURA E
LIBERTAÇÃO
1 - Carisma das Curas
É uma manifestação do
Espírito (1Cor. 12, 9) que produz uma cura física, psíquica, moral ou
espiritual, ou um melhoramento sensível do doente através duma intervenção de
Deus. Foi muito usado por Cristo e pelos apóstolos, ju8ntamente com o dom dos
milagres: “Aquele que acredita em Mim, fará também as obras que Eu faço, e fará
obras maiores do que estas, porque vou para o meu pai” (Jo 14, 12-14)-.
2 - O Carisma dos
milagres
Este carisma (1 Cor.
12,10), distingue-se do dom das curas, indicando factos extraordinários que dizem
respeito à transformação da matéria física. Jesus deu este poder aos discípulos
relacionando-o com a pregação (Mc 16, 16-20).
3 - Libertação do
poder diabólico
1. Jesus tinha poder para expulsar o demónio
- Mc. 1, 22-27:
“Cala-te e sai desse homem”.
2. Jesus conferiu o poder de expulsar os demónios
- Mt. 10, 1.8
“Deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros […] Expulsai os demónios”,
- Mc. 16, 17: “Em meu nome expulsarão os
demónios”.
3. Quando existe a possessão diabólica é preciso recorrer ao
exorcismo.
- Mc. 6, 7: “Expulsavam
numerosos demónios”.
4. Libertação dos malfeitores
- Libertação dos
malfeitores;
- Libertação de
certas tendências para o mal;
- Males causados por Pessoas
ligadas ao diabo: magia negra, necromância, espiritismo, macumbas, cartomância…
- A Bíblia proíbe os
recursos às práticas mágicas: Deut. 18, 10-12;
- Lev. 19,31; 20,26-27;
Ex. 22,17, Act. 19,11-20.
- Libertação de
traumas que a pessoa traz consigo, às vezes, desde o seio materno.
4 - Exortação e
Consolação:
Rom. 12, 8: “Quem tem
o dom de exortar, que o use na exortação”.
Ligado ao carisma da
cura interior, o carisma da exortação e da consolação exerce um grande poder
sobre as pessoas traumatizadas, angustiadas, tristes… Muitas vezes basta uma palavra
amiga para modificar uma vida. Este carisma está também ligado ao Carisma do
conselho e da sabedoria, que dá às pessoas uma palavra justa no momento justo.
Condições requeridas
a quem intercede pelos doentes:
1.º Estar impregnada do amor e da compaixão de Jesus pelo
doente;
2.º Ser uma pessoa de oração, de comunhão e confissão
frequentes;
3.º Reconhecer que quem cura é Jesus e louvá-Lo por isso.
Texto digitalizado a partir da revista PNEUMA - 2006
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