E a missão
dos padrinhos e madrinhas passa também por aqui, por este testemunho de vida
cristã, vivida no dia-a-dia.
Reparemos
que o Código de Direito Canónico diz no Cânone 893, no parágrafo 2, que: É conveniente
que se assuma como padrinho o mesmo que assumiu esse encargo no baptismo.
Esta
sugestão, este conselho, visto que não é uma imposição, tem a ver efectivamente
com a missão do padrinho ou madrinha, que se deve desenvolver ao longo de toda
a vida do afilhado.
Diz-nos o
Catecismo da Igreja Católica no seu ponto 1255:
Para que a graça
baptismal possa desenvolver-se, é importante a ajuda dos pais. Esse é também o
papel do padrinho ou da madrinha, que devem ser pessoas de fé sólida, capazes e
preparados para ajudar o novo baptizado, criança ou adulto, no seu caminho de
vida cristã.
Em primeiro
lugar é preciso percebermos que é o padrinho ou madrinha que apresenta à
Igreja, à comunidade eclesial, perante o Bispo, aquele ou aquela que vai ser
crismado.
A
responsabilidade é grande, porque não só confirmam perante o Bispo, a comunidade,
a Igreja, que aquele jovem quer receber a Confirmação, mas também, que ao
assumirem a missão de padrinhos se comprometem a velar para que aquele jovem,
caminhe em Igreja, na vivência diária da fé e da doutrina que afirma professar.
Por isso
mesmo, o padrinho tem também que ser pessoa de vivência diária da fé, em
comunhão de Igreja e com a Igreja, à qual apresenta o seu afilhado/afilhada.
E tem que o
ser, porque a sua missão é acompanhar o afilhado na prática da sua vida cristã,
cuidando que não se afaste da Igreja e dos Sacramentos que alimentam a fé.
Às vezes
até, por impedimento dos pais, ou até porque poderão viver afastados da Igreja,
é missão do padrinho substitui-los nessa missão disponibilizando-se para
acompanhar o afilhado na prática religiosa.
Julga-se
muitas vezes, com alguma simplicidade, que o padrinho tem a missão de
substituir os pais, se eles faltarem, seja qual for o motivo.
Poderá o
padrinho ter essa missão, também, mas sabemos bem, que se os pais faltarem haverá
sempre pessoas de família que, legitimamente, tomarão a seu cargo a educação e
acompanhamento desse jovem, o que no entanto não liberta o padrinho da sua
missão principal e que é exortar e acompanhar o afilhado na sua vida com Deus e
para Deus.
Padrinhos e madrinhas, devem ser uma
espécie de pais e mães espirituais, pois eles têm como obrigação ajudar o
crismando a amadurecer para a fé, e na fé, pois o próprio significado do Crisma
é este, o Sacramento da maturidade cristã, ou seja, quando a criança se torna
adulta perante a igreja.
Por isso mesmo, padrinhos e
madrinhas têm de estar preparados para responder às solicitações dos seus
afilhados no que diz respeito às suas dúvidas, aos seus receios, às suas
incertezas, contando para isso, sempre que necessário, com o conselho do
sacerdote ao qual queiram pedir ajuda.
A responsabilidade é grande, muito
grande, e assim, só com uma vida diária de oração, e uma participação activa
nos sacramentos na Igreja, pode o padrinho testemunhar e estar pronto para acompanhar,
ajudar e aconselhar o seu afilhado na sua vida futura.
Sem dúvida que é uma missão notável,
de uma beleza imensa e que Deus recompensará à medida do seu infinito amor.
Mas também é matéria que nos será
perguntada por Deus um dia, pois a verdade é que ninguém nos obrigou a aceitar
essa missão: fomos convidados e aceitámos de livre vontade, por isso temos de
assumir a nossa responsabilidade e a nossa missão.
Uma coisa podemos ter sempre certa,
pais e padrinhos: é que, se tivermos na nossa vontade o cumprimento da nossa
missão segundo a vontade de Deus, se a ela nos entregarmos com total
disponibilidade, se tudo fizermos para que os nossos filhos e afilhados
conheçam Deus e O vivam nas suas vidas, então saberemos, sem a mínima dúvida,
que Deus estará sempre connosco e nos ajudará a cumprir o compromisso que
assumimos como pais e padrinhos.
E será grande a alegria de sabermos
que os nossos filhos e afilhados, encontrarão em Deus a felicidade completa,
que só Deus pode dar àqueles que a Ele se unem, vivendo no e para o seu amor.
Marinha Grande, 4 de Junho de 2012
Joaquim Mexia Alves
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