O Papa recebeu em
audiência os participantes do Capítulo Geral dos Missionários de São
Carlos Borromeu, guiados pelo novo superior, o brasileiro Pe. Leonir
Chiarello.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
Não nos esqueçamos que a condição de toda missão na Igreja é estar
unidos a Cristo. Caso contrário, faremos ativismo social: foi o que
disse o Papa Francisco ao receber em sua série de audiência nesta
segunda-feira (29/10) os participantes do Capítulo Geral dos
Missionários de São Carlos Borromeu.
Antes de entregar o seu discurso e proferir algumas palavras
improvisadas, o Pontífice ouviu a saudação do novo superior-geral,
eleito quarta-feira passada, o brasileiro Padre Leonir Chiarello.
Depois, comentou o tema do Capítulo: “Encontro e caminho. Jesus
caminhava com eles”, inspirado na narração dos discípulos de Emaús, que
encontram Jesus ressuscitado no decorrer do caminho.
Migrantes
“Trata-se de encontrar estradas sempre novas de evangelização e de
proximidade, a fim de realizar com fidelidade dinâmica o seu carisma,
que os coloca ao serviço dos migrantes”, disse o Papa.
De facto, a Congregação fundada em 1887 pelo Beato João Batista
Scalabrini nasceu para assistir os emigrantes italianos que partiam na
época para o continente americano.
“Hoje, como ontem, esta missão realiza-se em contextos difíceis, às
vezes caracterizados por atitudes de desconfiança e de preconceito,
senão até mesmo de rejeição pelo estrangeiro”, analisou Francisco,
exortando os scalabrianos a um entusiasmo apostólico ainda mais corajoso
e perseverante, para levar o amor de Cristo aos que, distantes da
pátria e da família, correm o risco de se sentiram inclusive distantes
de Deus.
Ouvir e caminhar
Jesus que caminha com os discípulos de Emaús mostra que a
evangelização se faz caminhando com as pessoas, acrescentou o Pontífice.
Antes de tudo, é preciso ouvir os migrantes:
“Quantas histórias existem nos corações dos migrantes! (...) O risco é
que o migrante se torna uma pessoa desarraigada, sem face, sem
identidade. Esta é uma gravíssima perda que pode ser evitada com a
escuta, caminhando ao lado das pessoas e das comunidades migrantes.”
Ativismo social
Para Francisco: acompanhar os migrantes é uma missão antiga e sempre
nova; difícil e às vezes dolorosa, mas capaz de fazer chorar de alegria.
Do encontro fecundo entre o carisma do beato Scalabrini e as
circunstâncias históricas amadureceu o estilo próprio dos missionários,
com uma atenção especial à dignidade da pessoa humana, especialmente
onde é mais ferida e ameaçada.
“Queridos irmãos, não nos esqueçamos que a condição de toda missão na
Igreja é que sejamos unidos a Cristo Ressuscitado como os ramos na
videira. Caso contrário, faremos ativismo social. Por isso, repito
também a vós a exortação de permanecer Nele. Nós, necessitamos de nos deixar renovar na fé e na esperança por Jesus vivo na
Palavra e na Eucaristia, mas também no perdão sacramental.”
Vida comunitária saudável
Por fim, o Papa ressaltou ainda a necessidade de uma vida comunitária
saudável, “simples, não banal, não medíocre”, e encorajou os
missionários a prosseguirem o caminho da partilha com os leigos,
enfrentando juntos os desafios atuais; assim como a cuidar dos
itinerários de formação permanente.
Rede Scalabriniana de Comunicação
Após a audiência, o coordenador da Rede Scalabriniana de Comunicação,
Pe. Alexandre Biolchi, visitou o Vatican News e comentou o discurso do
Papa Francisco:
VATICAN NEWS
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