Papa celebra a missa na capela da Casa Santa Marta
(Vatican Media)
O Papa Francisco dedicou a sua homilia da Missa deste dia 2 de outubro aos Santos Anjos da Guarda, que a liturgia celebra hoje.
Gabriella Ceraso - Cidade do Vaticano
"Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e
te conduza ao lugar que te preparei". São essas palavras da Primeira
Leitura, extraída do capítulo 23 do Livro do Êxodo, que guiaram a
reflexão do Papa na homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta, no
dia em que a Igreja festeja os Santos Anjos da Guarda. São precisamente
eles – disse Francisco - "a ajuda muito especial" que o "Senhor promete
ao seu povo e a nós que caminhamos na estrada da vida".
O Anjo, bússola que nos ajuda a caminhar
A vida, disse ainda o Papa, é o caminho no qual devemos ser
auxiliados por "companheiros", por "protetores", por uma "bússola humana
ou uma bússola que se parece com um humano" e nos ajuda a olhar para a
direção que devemos seguir. Francisco cita três possíveis perigos que podem
encontrar no decorrer da vida:
Existe o perigo de não caminhar. E quantas pessoas se estabelecem e
não caminham, e toda a vida ficam paradas, sem se mover, sem fazer
nada... É um perigo. Como aquele homem do Evangelho que tinha medo de
investir o talento. Enterrou-o e pensou: “Eu estou em paz, estou
tranquilo. Não poderei cometer um erro. Assim não arrisco”. E muitas
pessoas não sabem como caminhar ou têm medo de arriscar e param. Mas nós
sabemos que a regra é que quem fica parado na vida, acaba por se
corromper. Como a água: quando a água está parada, chegam os
mosquitos, depositam ovos e tudo se corrompe. Tudo. O Anjo ajuda-nos, leva-nos a caminhar.
O perigo de errar o caminho ou girar num labirinto
Mas há outras duas insídias no caminho da nossa vida, prosseguiu o
Papa: o "perigo de errar o caminho", que somente "no início é fácil de
corrigir"; e o perigo de deixar o caminho para se perder numa praça,
indo "de um lado e do outro como num labirinto" que aprisiona e "jamais nos
leva até o fim". Eis que o "Anjo", reiterou Francisco, "existe para nos
ajudar a não errar o caminho e a caminhar nele", mas é necessária a
nossa oração, o nosso pedido de ajuda:
E o Senhor diz: “Tenha respeito pela sua presença”. O Anjo é crível,
tem autoridade para nos guiar. Ouça a sua voz e não se revolte contra
ele.” Ouça as inspirações que são sempre do Espírito Santo, mas é o Anjo
a inspirá-las. Eu gostaria de fazer uma pergunta a todos: vocês
conversam com o vosso Anjo? Vocês conhecem o nome dele? Vocês ouvem o vosso
Anjo? Vocês deixam-se levar pela mão na estrada ou impulsionar para se
moverem?
O Anjo mostra-nos o caminho para chegar ao Pai
“A presença e o papel dos Anjos na nossa vida é ainda mais
importante, porque eles não somente nos ajudam a caminhar bem, mas
mostram-nos também onde devemos chegar”, ressaltou ainda Francisco. Hoje, o
Evangelho de Mateus diz-nos: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos”,
diz o Senhor, “pois os seus anjos nos céus veem sem cessar a face do meu
Pai que está nos céus”. No “mistério da custódia do Anjo” existe também
a “contemplação de Deus Pai”, que o Senhor deve dar-nos a graça de
compreender. E o Papa concluiu:
“O nosso Anjo não somente está connosco, mas vê Deus Pai. Está em
relação com Ele. É a ponte quotidiana, desde a hora em que nos levantamos
até à hora em que nos deitamos. Ele acompanha-nos. É uma ligação entre
nós e Deus Pai. O Anjo é a porta quotidiana para a transcendência, para o
encontro com o Pai: ou seja, o Anjo ajuda-nos a caminhar porque olha o
Pai e conhece a estrada. Não nos esqueçamos desses companheiros de
caminhada”.
VAQTICAN NEWS
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