(RV) Realizando um desejo anunciado, o Papa
Francisco visitou na manhã desta terça-feira, 4 de outubro a cidade de
Amatrice, no centro da Itália, devastada pelo terremoto de 24 de agosto
passado. O tremor, de 6 graus na escala Richter, deixou centenas de
mortos e ainda hoje, cerca de 4 mil pessoas vivem acampadas em tendas
instaladas pela Defesa Civil.
Visita sem aviso
Às 9h10 desta manhã, o Pontífice chegou de Roma em automóvel e antes
de visitar a cidade, entrou na escola pré-fabricada 'Capranica',
construída em Villa San Cipriano. Acompanhado pelo bispo de Rieti, Dom
Domenico Pompili, cumprimentou os alunos e o reitor, que haviam sido
informados de sua visita e o aguardavam. O Papa abraçou todos e
agradeceu especialmente aos bombeiros pelo generoso serviço prestado nas
operações de socorro.
"Pensei muito nos dias seguintes ao terremoto que uma minha visita
seria mais um incômodo do que uma ajuda, e não queria incomodar. Por
isso, deixei passar um pouco de tempo para que algumas coisas fossem
arrumadas, como a escola. Mas desde o início senti que tinha que vir
aqui! Simplesmente para dizer que estou com vocês, perto de vocês e nada
mais. E que rezo, rezo por vocês. Proximidade e oração, esta é a minha
oferta para vocês. Que o Senhor abençoe a todos, que Nossa Senhora os
proteja neste momento de tristeza, de dor e provações".
Ave Maria
Após a bênção, Francisco rezou uma Ave Maria com os presentes e os
encorajou: "Vamos avante, há sempre um futuro. Muitas pessoas queridas
nos deixaram, caíram sob os escombros. Coragem, olhemos sempre para
frente. Ajudemo-nos uns aos outros, pois se caminha melhor juntos.
Obrigado".
"Esperança" foi a expressão que o Papa deixou no coração das pessoas.
O impacto do silêncio
Em seguida, o Pontífice foi à chamada ‘zona vermelha’, fechada por
razões de segurança, e se aproximou o máximo possível dos escombros,
aonde se deteve alguns minutos em recolhimento para rezar.
Visita prosseguiu em outras localidades atingidas
Depois de constatar de perto a destruição, junto aos escombros, o
Pontífice deixou Amatrice saudando as pessoas alojadas na 'Tendópoli
Amatrice 1' e se dirigiu a Accumoli e Arquata del Tronto.
Silêncio para não atrair a mídia
No Vaticano, reinou o silêncio sobre esta data, já que o Papa não
queria uma viagem anunciada e a presença maciça da imprensa. Os próprio
bispos das duas dioceses atingidas, Rieti e Ascoli, tiveram confirmação
apenas esta manhã.
4 dias após o terremoto, na oração do Angelus de domingo, 28 de
agosto, o Pontífice expressou sua proximidade espiritual aos habitantes
atingidos pelo cisma e anunciou: “Assim que for possível também eu
espero poder visitar-vos, para vos levar pessoalmente o conforto da fé, o
abraço de pai e de irmão, o amparo da esperança cristã”.
Domingo (02/10) à noite, retornando do Azerbaijão, Francisco
reafirmou a intenção de visitar a região, mas não mencionou a data.
“Irei sozinho, como sacerdote, como bispo, como Papa, mas sozinho. Quero
estar próximo das pessoas”.
(CM)
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