19 outubro, 2016

Padre Sosa: Jesuítas comprometidos a reconciliar humanidade ferida




(RV) Anunciar o Evangelho de maneira nova sobretudo lá onde precisa, comprometendo-se a levar a reconciliação a um mundo que vive feridas profundas. P. Arturo Sosa não delineou um programa de governo para a Companhia de Jesus, pelo contrário, indicou alguns pontos centrais para a missão dos Jesuítas logo depois da sua eleição como Prepósito-geral.

P. Sosa e Jorge Mario Bergoglio

O jesuíta venezuelano recordou a sua relação longa e fecunda com Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco, e sublinhou que com o pontífice se comunica facilmente e com profundidade. P. Sosa lembrou também que a 36ª Congregação-geral dos Jesuítas prossegue com a eleição do organismo que ajudará o Prepósito na sua missão.

Fé e reconciliação

Respondendo às perguntas dos jornalistas que encheram a sala onde se realizou a eleição, P. Sosa evidenciou que para os Jesuítas permanecem como prioridades o serviço à fé e a formação intelectual. O Prepósito-geral evidenciou a contribuição no campo da reconciliação que os filhos de Santo Inácio podem oferecer em várias áreas feridas do mundo:

“Reconciliação entre todos em várias maneiras! Em todas as regiões do mundo se sente esta fractura, esta ferida profunda que nos divide e se sente também diante das situações graves. Este é um grande chamamento à reconciliação, é um grande desafio para nós que, como Companhia de Jesus, estes pouquíssimos homens, podemos contribuir para a reconciliação entre os seres humanos que ao mesmo tempo é reconciliação com Deus e com a Criação.”
Um exemplo de reconciliação vem da própria Venezuela, pátria de P. Sosa. Ele reiterou o desejo do povo de viver em paz, sem violência e indicou na gestão monopolista do petróleo da parte do Estado um dos obstáculos para o desenvolvimento da democracia. Na China, o Prepósito-geral afirmou que a presença dos jesuítas é de testemunho e particularmente significativa no campo da educação.

Não sou papa negro, mas sirvo a Igreja como jesuíta

P. Sosa disse que está tranquilo para exercer o novo cargo, pois sente a ajuda dos seus confrades e sobretudo do Senhor. “A Companhia de Jesus é Sua e o Senhor não nos deixará faltar o Seu apoio”, disse o jesuíta. “Não gosto de ser chamado ‘papa negro’ porque é próprio dos jesuítas, começando do Prepósito-geral, estar ao serviço do Papa e dos bispos. Ele disse que ama tudo da Companhia de Jesus desde quando era jovem, quando se sentiu atraído pela espiritualidade inaciana.

Jesuítas e Igreja em saída

“Não obstante os últimos três prepósitos-gerais tenham renunciado”, prosseguiu Pe. Sosa, “a nomeação é para toda a vida”. Todavia, conforme testemunhado por Bento XVI, o jesuíta afirmou que um Prepósito-geral pode renunciar quando lhe faltar as forças. Evidenciou também que para os jesuítas é importante seguir a exortação do Papa Francisco de ser uma “Igreja em saída”. P. Sosa destacou, enfim, a relação profícua entre comunicação e evangelização, binómio importante também para os jesuítas.

(BS/MJ)

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