(RV) Anunciar o Evangelho de maneira nova
sobretudo lá onde precisa, comprometendo-se a levar a reconciliação a um
mundo que vive feridas profundas. P. Arturo Sosa não delineou um
programa de governo para a Companhia de Jesus, pelo contrário, indicou
alguns pontos centrais para a missão dos Jesuítas logo depois da sua
eleição como Prepósito-geral.
P. Sosa e Jorge Mario Bergoglio
O jesuíta venezuelano recordou a sua relação longa e fecunda com
Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco, e sublinhou que com o pontífice
se comunica facilmente e com profundidade. P. Sosa lembrou também que a
36ª Congregação-geral dos Jesuítas prossegue com a eleição do organismo
que ajudará o Prepósito na sua missão.
Fé e reconciliação
Respondendo às perguntas dos jornalistas que encheram a sala onde se
realizou a eleição, P. Sosa evidenciou que para os Jesuítas permanecem
como prioridades o serviço à fé e a formação intelectual. O
Prepósito-geral evidenciou a contribuição no campo da reconciliação que
os filhos de Santo Inácio podem oferecer em várias áreas feridas do
mundo:
“Reconciliação entre todos em várias maneiras! Em todas as regiões do
mundo se sente esta fractura, esta ferida profunda que nos divide e se
sente também diante das situações graves. Este é um grande chamamento à
reconciliação, é um grande desafio para nós que, como Companhia de
Jesus, estes pouquíssimos homens, podemos contribuir para a
reconciliação entre os seres humanos que ao mesmo tempo é reconciliação
com Deus e com a Criação.”
Um exemplo de reconciliação vem da própria Venezuela, pátria de P.
Sosa. Ele reiterou o desejo do povo de viver em paz, sem violência e
indicou na gestão monopolista do petróleo da parte do Estado um dos
obstáculos para o desenvolvimento da democracia. Na China, o
Prepósito-geral afirmou que a presença dos jesuítas é de testemunho e
particularmente significativa no campo da educação.
Não sou papa negro, mas sirvo a Igreja como jesuíta
P. Sosa disse que está tranquilo para exercer o novo cargo, pois
sente a ajuda dos seus confrades e sobretudo do Senhor. “A Companhia de
Jesus é Sua e o Senhor não nos deixará faltar o Seu apoio”, disse o
jesuíta. “Não gosto de ser chamado ‘papa negro’ porque é próprio dos
jesuítas, começando do Prepósito-geral, estar ao serviço do Papa e dos
bispos. Ele disse que ama tudo da Companhia de Jesus desde quando era
jovem, quando se sentiu atraído pela espiritualidade inaciana.
Jesuítas e Igreja em saída
“Não obstante os últimos três prepósitos-gerais tenham renunciado”,
prosseguiu Pe. Sosa, “a nomeação é para toda a vida”. Todavia, conforme
testemunhado por Bento XVI, o jesuíta afirmou que um Prepósito-geral
pode renunciar quando lhe faltar as forças. Evidenciou também que para
os jesuítas é importante seguir a exortação do Papa Francisco de ser uma
“Igreja em saída”. P. Sosa destacou, enfim, a relação profícua entre
comunicação e evangelização, binómio importante também para os jesuítas.
(BS/MJ)
Sem comentários:
Enviar um comentário