(RV) Na
China subiu para 114 mortos o balanço das vítimas da explosão que na
semana passada assolou a zona industrial da cidade de Tianjin.
O apelo do Papa Francisco no passado sábado dia 15 de agosto, no
Angelus da Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria, para com as
populações que sofreram este terrível acidente, gerou alguma emoção na
China. Recordemos as palavras do Papa Francisco:
“O meu pensamento vai, neste momento, para a população da cidade de
Tianjin, na China setentrional, onde algumas explosões na área
industrial causaram numerosos mortos e feridos e grandes danos. Asseguro
a minha oração por aqueles que perderam a vida e por todas as pessoas
provadas por este desastre; que o Senhor lhes dê conforto e o apoio a
quantos estão empenhados em aliviar os seus sofrimentos”.
A televisão chinesa deu ampla cobertura às palavras do Santo Padre
como nos conta desde Hong Kong o padre Sérgio Ticozzi, missionário do
PIME – Instituto Pontifício de Missões no Exterior, que explicou à Rádio
Vaticano que o facto de ter existido esta transmissão televisiva das
palavras do Papa é porque a China está interessada na relação com o
Vaticano:
“Certamente é uma coisa positiva, é um passo em frente. Até agora,
tudo aquilo que dizia respeito ao Vaticano e ao Papa não era apresentado
na televisão chinesa. Se houve esta apresentação é sinal que a China
está interessada na relação com o Vaticano, está interessada em
apresentar o Papa Francisco, sobretudo na sua atitude de compaixão, de
misericórdia para com pessoas que estão a sofrer. Isto é verdadeiramente
positivo.”
O padre Ticozzi explicou em síntese a situação que se vive em Tianjin:
“Há mais de 100 mortos e além do mais há a poluição atmosférica que
tentam não sublinhar demasiado. Mas de facto há na atmosfera substâncias
químicas que prejudicam a saúde humana: há este perigo.”
“ Tentam fazer calar todas as informações sobre o facto concreto.
Dizem as coisas genericamente mas não todas as consequências que possam
provocar e que preocupam as pessoas. Portanto, tentam fazer passar as
notícias não demasiado negativas. Isto é um facto. Mas agora, com as
comunicações via internet, email e telemóveis as pessoas ficam a saber
de tudo.”
Entretanto, a grande preocupação com este acidente na China é a
presença nos depósitos que explodiram, de “algumas centenas” de
toneladas de cianeto de sódio, substância que foi localizada em, pelo
menos, dois pontos da área da zona acidentada. Temem-se contaminações e
as autoridades chinesas ordenaram a imediata evacuação das zonas
residenciais num raio de 3 quilómetros da explosão.
O cianeto de sódio é um produto químico altamente tóxico que pode
formar um gás inflamável em contacto com a água. Segundo informações da
comunicação social chinesa o armazém tinha em stock 700 toneladas desta
substância.
(RS)
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