(RV) Neste domingo, o
Papa apareceu, como habitualmente, ao meio dia, à janela do Palácio
Apostólico que dá para a Praça de São Pedro, para rezar juntamente com
os numerosos fiéis ali reunidos a oração do Angelus.
Antes porém Francisco fez uma breve reflexão sobre o Evangelho da missa deste domingo, décimo-oitavo do tempo comum.
Recordou que depois da multiplicação dos pães – conforme conta o
Evangelista João - as pessoas puseram-se à procura de Jesus e acabaram
por encontra-Lo em Cafarnaum. Jesus compreendeu logo o motivo de tanto
entusiasmo da pare do povo e declarou-o claramente:
“Vocês estão à minha procura não porque vistes sinais, mas porque comestes daqueles pães e vos saciastes”.
Na realidade – disse o Papa – aquelas pessoas procuram o pão material
que no dia precedente tinha aplacado a sua fome. Não compreenderam que
aquele pão partido para muitos, era expressão do amor do próprio Jesus.
Deram mais valor ao pão do que ao seu doador.
Perante esta cegueira espiritual – prosseguiu o Papa – Jesus põe em
evidencia a necessidade de ir para além da satisfação das necessidades
imediatas, das próprias necessidades materiais, embora sejam
essenciais. O Filho de Deus convida a ir para além das necessidades
imediatas, do comer, do vestir, do sucesso, da carreira, para se olhar
para algo de incorruptível, e exorta:
“Empenhai-vos não para a alimentação que não dura, mas para a
alimentação que permanece para a vida eterna e que o Filho do homem vos
dará”.
Jesus quer fazer compreender, como estas palavras – frisou o Papa –
que a fome física da pessoa humana, traz consigo algo de mais
importante, que não pode ser saciado com a comida ordinária.
“Trata-se de fome de vida, de eternidade que Ele só pode saciar, na medida em que é “o pão da vida”.
O Papa chama também a atenção para o facto de Jesus não eliminar a
preocupação da procura do pão quotidiano, mas recorda simplesmente que
“o verdadeiro significado da nossa existência terrena está na
eternidade, e que a história humana com os seus sofrimentos e as suas
alegrias deve ser vista num horizonte de eternidade, isto é, naquele
horizonte do encontro definitivo com Ele. E esse encontro ilumina todos
os dias da nossa vida. Se nós pensarmos nesse encontro, nesse grande
dom, os pequenos dons da vida, mesmo os sofrimentos e as preocupações
serão iluminados, na esperança deste encontro”.
Jesus é pão vivo descido dos Céus, apresenta-se a nós como único e
verdadeiro significado da existência humana – frisou ainda o Papa,
acrescentando que é o próprio Jesus a explicar o significado da
existência do ser humano:
“Eu sou o pão da vida, quem vive em mim não terá fome e que crê em mim não terá sede, nunca!”
O Papa indicou nisto uma referência à Eucaristia, o grande dom que
sacia a alma e o corpo. “Encontrar e acolher em nós Jesus, ‘pão da
vida’, dá significado e esperança ao caminho tortuoso da vida. Mas este
“pão da vida” é-nos dado para que possamos, por nossa vez, saciar a
fome espiritual e material dos irmão, anunciado o Evangelho onde quer
que seja, mesmo nas periferias existenciais. Com o testemunho das nossas
atitudes fraternas e solidárias em relação ao próximo, tornamos
presente Cristo e o seu amor por meio dos homens”
O Papa concluiu dizendo que temos muita necessidade de Deus na nossa
existência quotidiana! Tanto nos dias de trabalho e de preocupações,
como nos dias de férias. O Senhor convida-nos a não esquecer que, se por
um lado é justo preocupar-se com o pão material, por outro, para
consolidar as forças, é ainda mais necessário potenciar a nossa fé em
Cristo, “pão da vida” que sacia o nosso desejo de verdade, de justiça e
de consolação.
E o Papa pediu à Virgem Maria para nos apoiar na procura e na sequela
do seu Filho Jesus, o “pão verdadeiro” que não se corrompe e dura pela
vida eterna.
Depois do Angelus o Papa saudou os peregrinos vindos de várias partes
do mundo, de modo particular alguns jovens espanhóis e italianos, e uma
peregrinação vinda a cavalo de Florença. É a arce-confraternidade
denominada “Parte Guelfa”.
Por último, o Papa recordou que este domingo a Igreja recorda o
Perdão de Assis. É um chamamento - disse – a aproximarmo-nos do senhor
no Sacramento da misericórdia e da comunhão. Há gente que tem medo de
aproximar-se da confissão, esquecendo que lá não encontramos um juiz
severo, mas o Pai imensamente misericordioso. É verdade quando vamos ao
confessionário sentimos um pouco de vergonha. Isto sucede a todos, a
todos nós – sublinhou o Papa. Mas devemos recordar que também esta
vergonha é uma graça que nos prepara ao abraço do Pai que sempre perdoa,
sempre perdoa tudo” – concluiu o Papa desejando a todos bom domingo,
bom almoço e pedindo o favor de não nos esquecermos de rezar por ele.
(DA)
Sem comentários:
Enviar um comentário