"A Igreja elogia e incentiva todos os esforços de pesquisa e aplicação para a cura das pessoas que sofrem", disse Francisco.
Manoel Tavares – Cidade do Vaticano
O Santo Padre recebeu em audiência, na manhã deste sábado (02/3), na
Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de 6 mil membros da Associação
italiana contra as Leucemias-linfomas e Mieloma (AIL), por ocasião dos
seus 50 anos de fundação.
Após a sua saudação aos enfermos, dirigentes, médicos, profissionais no
campo da saúde e voluntários, o Papa citou o trecho do Eclesiástico
(17,1-13), da liturgia de hoje, sobre os grandes dons que o Senhor
concedeu aos homens. Ao criar o homem "Deus o cumulou de conhecimento e
inteligência, mostrou-lhe o bem e o mal e deu-lhe a lei da vida".
Neste sentido, o Papa recordou aos presentes o discurso que fez o ano
passado, aos participantes numa Conferência Internacional sobre a
Medicina regenerativa:
“A ciência, como já tive oportunidade de recordar, é um meio
poderoso para entender melhor tanto a natureza que nos circunda como a
saúde humana. O nosso conhecimento progride e, com ele, aumentam os
meios e as tecnologias mais sofisticadas, que permitem, não só ver a
estrutura íntima de organismos vivos, inclusive o homem, mas até
intervir neles, de modo profundo e preciso, ao ponto de modificar o nosso
próprio DNA”.
A Igreja – disse Francisco - elogia e incentiva todos os esforços de
pesquisa e aplicação para a cura das pessoas que sofrem. Por isso,
expressou a sua gratidão pelo serviço que a Associação prestou, ao longo
destes 50 anos, no âmbito da pesquisa científica, assistência sanitária e
formação dos agentes no campo da saúde. E explicou:
“Com a ‘pesquisa científica’ vocês investigam a dimensão
biológica do homem, para aliviar a sua doença, mediante a prevenção e as
terapias cada vez mais eficazes. Com a ‘assistência sanitária’,
vocês aproximam-se dos sofredores e os acompanham nas suas dores, para
que não se sintam sozinhos ou descartados pelo contexto social. Enfim,
com a ‘formação de agentes’ qualificados para um melhor atendimento ao doente”.
Neste serviço, vocês são acompanhados pelo extraordinário testemunho
de um generoso voluntariado. Como Maria, que permaneceu aos pés da Cruz
de Jesus, vocês também permanecem ao lado do leito dos sofredores,
dando-lhes consolação, ternura e conforto, segundo o mandamento do amor
fraterno. Esta atitude de proximidade ao enfermo, disse o Papa, torna-se
bem mais necessária em relação ao paciente hematológico. E os
encorajou, dizendo:
“Às vezes, a prolongada permanência nos setores de isolamento
torna-se muito pesada de se suportar; a pessoa tem a impressão de estar
segregada do mundo, dos afetos e da vida de cada dia. Por isso, quero
dizer a todos os pacientes, que vivem esta experiência, que não estão
sozinhos: o Senhor, que experimentou a dor e arcou com a cruz, está ao vosso lado. Quantos representam a ação da Igreja nesses momentos difíceis
com os que sofrem essas patologias: capelães, diáconos, ministros da
Eucaristia”.
O Papa Francisco concluiu o seu discurso aos membros da Associação
italiana (AIL) convidando os médicos, enfermeiros, biólogos e técnicos
de laboratório a manterem o seu papel, não apenas profissional, mas também
espiritual, para cuidar das pessoas na sua totalidade de corpo e
espírito. A cura não deve ser apenas da enfermidade, mas também da
pessoa e do espírito.
VN
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