Papa Francisco encontra os participantes
na Conferência sobre as Religiões e o desenvolvimento
(Vatican Media)
O Papa Francisco durante encontro com os participantes da Conferência Internacional sobre as religiões e o desenvolvimento pediu para ouvir o grito da terra e dos pobres. O encontro ocorre no Vaticano de 7 a 9 de março
Jane Nogara – Cidade do Vaticano
Na manhã desta sexta-feira (08/03), o Papa Francisco recebeu os
participantes da Conferência Internacional “As religiões e os objetivos
do desenvolvimento sustentável: ouvir o grito da terra e dos pobres”. A
Conferência conta com a presença de especialistas e representantes de
várias religiões de todo o mundo.
Sustentabilidade e inclusão
Depois da saudação inicial aos presentes o Papa iniciou explicando:
recordando os pobres, os migrantes, os indígenas e os jovens.
Francisco de seguida falou sobre a Agenda 2030, recordando a sua
aprovação em 2015 por 193 nações, com o otimismo de “uma nova
solidariedade universal”, todavia, prossegue Francisco para propor um
diálogo sobre um desenvolvimento inclusivo e sustentável devemos
esclarecer “desenvolvimento do quê? Para quem?”. O Pontífice explicou
que por muito tempo a ideia de desenvolvimento era avaliada apenas em
termos de crescimento material, para o qual “somos quase obrigados a explorar irracionalmente tanto a natureza como os seres humanos”.
Na realidade – disse o Pontífice – como evidenciou São Paulo VI
“falar de desenvolvimento humano significa promover todos os homens –
não a poucos – e o homem todo – não apenas à sua dimensão material”.
Portanto, uma frutuosa discussão sobre o desenvolvimento deveria
oferecer “modelos praticáveis de integração social e de conversão
ecológica”.
Francisco recorda as nossas responsabilidades neste aspeto, pois as
“denúncias de modelos negativos e as propostas de percursos alternativos
não valem só para os outros, mas também para nós”. Devemos “comprometer-nos em promover e por em ação os objetivos de desenvolvimento
sustentáveis segundo os nossos valores religiosos e éticos mais profundos”.
Objetivos
Falando aos presentes disse também que almeja que desta Conferência
possam nascer “respostas concretas ao grito da terra e ao grito dos
pobres”, através de “medidas económicas concretas que levem seriamente
em consideração a nossa casa comum. Compromissos éticos, civis e
políticos concretos para se desenvolver ao lado da nossa irmã terra, e não apesar dela.
Tudo está relacionado
Ao recordar as pessoas religiosas disse “precisamos abrir os tesouros
das nossas melhores tradições” para um diálogo “verdadeiro e
respeitador” sobre o futuro do planeta. As narrações religiosas, “por
serem cheias de simbolismo” contam com uma firme convicção: “tudo está
relacionado”, o cuidado autêntico da nossa vida e da nossa relação com a
natureza “é inseparável da fraternidade, da justiça e da fidelidade
para com os outros”.
Confirmando a necessidade desse relacionamento, Francisco recordou a
importância de integrar os cinco objetivos da Agenda 2030: pessoas,
planeta, prosperidade, paz e parcerias. Dizendo que esta integração pode
servir para se preservar da concepção de que “os problemas sociais e
ecológicos se resolvem simplesmente com a aplicação de novas
tecnologias”.
Portanto, continua o Papa, “uma abordagem integral ensina-nos que
isso não é verdade”, e já São João Paulo II falou “da necessidade de
encorajar e sustentar uma conversão ecológica”.
Concluindo este ponto Francisco afirma:
Populações indígenas
Francisco evidenciou também as populações indígenas, explicando que embora representem apenas 5% da população cuidam de quase 22% da superfície terrestre, ajudando a proteger a biodiversidade do planeta. “Num mundo fortemente secularizado, estas populações recordam a todos a sacralidade da nossa terra”.
Concluindo disse:
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