O Cardeal-Patriarca de Lisboa considera que a Igreja “não deve nunca
desistir de propor a proposta matrimonial cristã”. Num encontro com a
Pastoral Familiar, no âmbito da Visita Pastoral à Vigararia Lisboa II,
D. Manuel Clemente recordou a importância “da iniciação cristã” e
garantiu ainda que a missão destes agentes é algo de “profundamente
religioso”.
“Quem se quiser lembrar do que Jesus Cristo diz sobre o matrimónio, é ir ler, reler, meditar aquilo que está consignado no capítulo 10 de São Marcos e no capítulo 19 do Evangelho de São Mateus. É o que Jesus Cristo propõe para o casal cristão, para a família cristã. ‘Não separe o homem o que Deus uniu’, todos conhecemos isto, mas é bom reler. É bom que quem trabalha na preparação para o matrimónio, se o faz em Igreja, na perspetiva de Jesus Cristo, o faça a partir daquilo que Jesus diz sobre o matrimónio e sobre a família cristã, que não é o que vem no Código Civil Português, onde se podem casar pessoas do mesmo sexo, onde se podem divorciar muito facilmente e por aí fora. Não é isso que Jesus Cristo propõe para a família”, alertou o Cardeal-Patriarca, no primeiro encontro temático da Visita Pastoral à Vigararia Lisboa II.
No salão
da Paróquia de Santa Beatriz da Silva, na noite do passado dia 8 de
março, D. Manuel Clemente recordou palavras do Papa sobre o matrimónio
cristão. “É muito interessante que o Papa Francisco, com toda a sua
atenção aos casos particulares, vai sempre repetindo: não esqueçamos que
a proposta matrimonial cristã – aquilo a que ele chama o ideal
matrimonial cristão – é este que Jesus Cristo nos propõe e que, com
todas as atenções às circunstâncias particulares, não devemos desistir
de caminhar para lá”, apontou.
Família de famílias
Lembrando
que “a preparação remota para o matrimónio começa em casa, quando a
família é uma aprendizagem de vida partilhada, de muita atenção, de
cuidado”, o Cardeal-Patriarca sublinhou que “a preparação subsequente
passa da família para a família alargada dos filhos de Deus, ou seja,
para a comunidade cristã”. “É por isso que a ‘Amoris Laetitia’ diz,
insiste, que cada comunidade cristã deve ser uma família de famílias”.
D.
Manuel Clemente deixou depois o convite a organizar a pastoral em tom
familiar. “Todos os anos, os vossos párocos mandam para o Patriarcado
estatísticas, números. Mas isso são indivíduos. É um, e mais um e mais
um… Famílias é outra coisa. Quantas famílias vivem nas nossas
comunidades? Qual é a base da nossa comunidade cristã? É uma base
quantitativa, de pessoas que aparecem, daqueles que veem à Missa,
chamados praticantes, ou é a família? Quantas famílias vivem nas nossas
comunidades? Esta articulação familiar da comunidade cristã é outra
coisa completamente diferente”, referiu. Neste sentido, desafiou as
paróquias, em especial os párocos, a saberem o número de famílias que
pertencem à comunidade cristã. “Quando regressei do Sínodo sobre a
Família, dizia aos meus colegas sacerdotes que estão nas paróquias:
façam esse exercício de saber quantos agregados familiares existem na
vossa paróquia. Isto é importante. E fundamental, se nós tivermos esse
objetivo familiar como finalidade de toda a ação da Igreja para nos
preparar para a família de Deus e sermos, cada vez mais, família de
Deus. É fundamental partir deste critério: que cada comunidade cristã
seja a família de famílias”, frisou o Cardeal-Patriarca, reforçando que
“nas paróquias, de certa maneira, tudo acaba por se articular com a
Pastoral Familiar”. “Quando não se articula com a Pastoral Familiar,
está no ar…”, admitiu.
- Leia a reportagem completa na edição do dia 17 de fevereiro do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.
Patriarcado de Lisboa
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