O Papa Francisco durante os Exercícios Espirituais em Ariccia
(Vatican Media)
Prosseguem os
Exercícios Espirituais para o Papa e a Cúria Romana, em Ariccia. Na
meditação da tarde de quarta-feira o abade Bernardo fez uma reflexão
sobre o sentido da verdadeira acolhida que deve partir de uma autêntica
fraternidade na cidade como na Igreja
Cidade do Vaticano
A meditação da tarde de quarta-feira (13/03) proposta pelo abade
Bernardo Francesco Maria Gianni para os Exercícios Espirituais ao Papa e
a Cúria Romana em Ariccia parte da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2019.
“Quando o exercício do poder político visa apenas salvaguardar os
interesses de certos indivíduos privilegiados, o futuro fica
comprometido e os jovens podem ser tentados pela desconfiança, por se
verem condenados a permanecer à margem da sociedade”. A política, afirma
o abade, é pela paz se for exprimida “no reconhecimento dos carismas e
da capacidade de cada pessoa”.
Verdadeira acolhimento, somente com uma autêntica fraternidade
Em seguida o monge une as palavras de Francisco com as do Papa emérito Bento XVI recordando
as palavras ditas no Benim em novembro de 2011, ao invocar a imagem de
uma “mão estendida” como “instrumento de diálogo”. Faz assim para
deter-se no verso final da poesia de Mario Luzi Estamos aqui por isso:
“Apertemo-nos as mãos, nos palcos da paz, no sinal de São Miniato”.
Deste modo o abade Gianni antecipa a reflexão sobre a fraternidade.
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Quaresma, retorno ao Senhor
O mistério do tempo quaresmal é “um retorno ao Senhor”, “redescobrir a
comunhão com Ele depois de excessivas dispersões”. O horizonte
“realmente pascal” para a conversão quaresmal deve ser “a imagem da
primitiva comunidade apostólica” e também “a experiência da total
partilha vivida pelos Doze com Cristo”. Isto é para “todas as
comunidades religiosas”, para todas “as células eclesiais” e para “a
própria Cúria Romana”, chamadas para “uma vida fraterna”, em redor “da
figura, do Magistério, da fidelidade e da lealdade” ao Papa.
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Na escuta do Evangelho
A vida fraterna, observa o abade, “não pode ser um instrumento”: ao
contrário, é um dom, um mistério, uma experiência mística – como dizia
João Paulo II – “da presença do Senhor Ressuscitado no meio de nós”,
através “de um amor alimentado pela Palavra e pela Eucaristia”,
purificado no Sacramento da Reconciliação”, sustentado “pela imploração
da unidade”, dom especial do Espírito para os que se colocam “na
obediente escuta do Evangelho”.
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Força de coesão
Então o convite é para “se aproximar da Eucaristia na consciência da sua insuprimível força de coesão”, “pelo seu misterioso ser contacto real, comunhão real entre nós e o Senhor Jesus”, “pela sua força toda espiritual de nos tornar único corpo no Senhor”, em síntese a ser aquilo que se invoca na oração a Deus que nos tornou “parte de um só corpo e um só cálice”: “unidos a Cristo num só corpo, levamos com alegria frutos de vida eterna para a salvação do mundo”.
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A alegria missionária
Ao falar sobre a alegria missionária, o abade fala das imagens que
reúnem a poesia de Luzi, os pensamentos de Giorgio La Pira e as suas
próprias meditações: “partilhar a vida pascal com o povo fiel a Deus
mediante a alegria missionária, mediante esta vida eucarística”. E ao
mesmo tempo “acender o fogo no coração do mundo, porque somos a luz,
enviada, doada, pelo Senhor”.
Restituir com a luz, a cada homem e
mulher afogado pelas trevas do pecado, do desespero, da desilusão, da
solidão, a beleza da vocação cristã, a harmonia de uma transfiguração
que resgata a nossa vida e a coloca neste vasto alento, de beleza, de
alegria, que muitas vezes evocamos como belos frutos que o Senhor doa
com as mãos cheias aos nossos corações e vidas.
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Apertar as mãos
As palavras do monge são um convite “à coragem de viver e de agir” sobretudo na cidade “onde encontramos inevitavelmente pessoas que querem deixar de viver” e que “se satisfazem de uma simples sobrevivência”. Mais do que nunca diz o abade, hoje “ressoa o convite aos cidadãos para apertar as mãos”.
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Uma maravilhosa experiência
Portanto imaginar-se como comunidade certamente é “um desafio”, mas também “uma maravilhosa experiência” garante o abade citando São Bernardo e concluindo com um “maravilhoso hino à amizade”, presente numa obra de Luzi “em contemplação da maternidade de Maria”: À vida.
VN
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