22 março, 2019

Visita Pastoral: A liturgia é “a alma da vida cristã”

No encontro que reuniu os agentes da Pastoral Litúrgica da Vigararia Lisboa II, o Cardeal-Patriarca pediu uma maior “consciência” da “liturgia como oração comunitária” e desafiou as comunidades cristãs a reunirem-se para rezarem a partir da Liturgia das Horas.

“Quando nos reunimos, em nome de Jesus, para louvar o Pai, isso é comunitário e, por isso, é litúrgico. A liturgia distingue-se da oração pessoal porque é comunitária. Uma coisa enriquece a outra”, começou por evidenciar o Cardeal-Patriarca, no encontro que juntou os agentes da Pastoral Litúrgica, no passado dia 14 de março, na Paróquia de Santo Eugénio, na Vigararia Lisboa II. Depois de uma apresentação sumária da realidade litúrgica existente na vigararia, que passa por leitores, acólitos, ministros extraordinários da comunhão, zeladores das igrejas, cantores e ministros extraordinários das exéquias, entre outros, D. Manuel Clemente reconheceu que o desafio de compreender a dimensão comunitária da oração é grande, mas só assim se pode avançar. “Os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a rezar. E Ele ensinou-lhes o Pai Nosso! Muitas vezes dizemos as orações muito depressa e não estamos a ver bem o que elas querem dizer... O Pai Nosso é um programa!”, afirmou. “Jesus veio a este mundo compartilhar connosco a sua maior riqueza que é o Seu ‘Abba’ – Pai. Isto é tão importante que se nós nos dispusermos verdadeiramente a rezar como Jesus ensina, o caso muda de figura”, assegurou, sublinhando que na oração que cada um faz, “mesmo quando reza para si”, está a rezar “no plural”: “Pai NOSSO; venha a NÓS; perdoai-NOS; livrai-NOS... Isto é tão importante na oração cristã que, depois, se alarga”, afirmou.

Povo de Deus e Corpo de Cristo
A importância de os cristãos se reconhecerem como um só Povo, é determinante para a vivência da liturgia, salientou o Cardeal-Patriarca, lembrando que “o sujeito da liturgia é o Povo de Deus”. “Somos o Povo de Deus, aqueles que partilhamos a fé de Abraão em Deus. Dezoito séculos depois, quando Jesus aparece no mundo, Ele vai alargar aquele Povo, aqueles que, sendo de todas as raças, tamanhos e feitios, compartilham o Espírito que Ele oferece. Somos nós! Recebemos, no Batismo, o Espírito de Jesus Cristo e, por isso, fazemos parte deste Povo de Deus alargado. Isto é muito importante porque a liturgia é a oração do Povo de Deus”, sublinhou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, pedindo aos cristãos uma maior adesão à oração da Liturgia das Horas.
No terceiro encontro vicarial desde o início da Visita Pastoral, D. Manuel Clemente refletiu também sobre a palavra “Corpo” e as conotações erróneas que facilmente lhe são atribuídas. “São Paulo lembra que todos nós somos o Corpo de Cristo. Vale a pena pensar um pouco no que estamos a dizer quando falamos em ‘Corpo’. A palavra ‘corpo’ é uma das palavras mais mal usadas da nossa linguagem corrente. O corpo é a manifestação da pessoa. O corpo somos nós em comunicação”, apontou o Patriarca de Lisboa, apelando igualmente ao encargo missionário que é pedido a cada cristão: “A boca que, hoje, Cristo tem para falar é a nossa, os olhos que, hoje, Cristo tem para ver, são os nossos, as mãos que Cristo tem para estender são as nossas. Mas que responsabilidade! Além de sermos o Povo de Deus, somos o Corpo de Cristo”. 
  • Leia a reportagem completa na edição do dia 24 de fevereiro do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.

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