O Sacramento da Reconciliação, disse o Papa aos participantes do Curso de Foro Interno, é um verdadeiro “caminho de santificação”, pois “é o sinal eficaz que Jesus deixou à Igreja para que a porta da casa do Pai permanecesse sempre aberta, sendo assim é sempre possível o retorno dos homens a Ele”.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
“Queridos jovens sacerdotes, futuros sacerdotes, queridos penitenciários, exorto-vos a ouvir sempre com grande generosidade as confissões dos fiéis - é preciso paciência, mas sempre com o coração aberto, com espírito de pai - vos exorto a percorrer com eles o caminho da santificação que é o Sacramento. Contemplem os "milagres" de conversão que a graça opera no segredo do confessionário, milagres dos quais somente vós e os anjos serão testemunhas. E que sobretudo podeis santifica-vos, no exercício humilde e fiel do ministério da Reconciliação”.
“Queridos jovens sacerdotes, futuros sacerdotes, queridos penitenciários, exorto-vos a ouvir sempre com grande generosidade as confissões dos fiéis - é preciso paciência, mas sempre com o coração aberto, com espírito de pai - vos exorto a percorrer com eles o caminho da santificação que é o Sacramento. Contemplem os "milagres" de conversão que a graça opera no segredo do confessionário, milagres dos quais somente vós e os anjos serão testemunhas. E que sobretudo podeis santifica-vos, no exercício humilde e fiel do ministério da Reconciliação”.
Palavras do Papa dirigidas aos cerca de 750 participantes do 30º
Curso sobre Foro Interno -promovido pelo Tribunal da Penitenciaria
Apostólica – e recebidos em audiência na Sala Paulo VI no final da manhã
desta sexta-feira, 29.
Francisco saiu do texto escrito logo no início, para explicar o real
sentido da palavra "Foro interno", que "não é uma palavra jogada ao ar, é
serio (...) é algo sagrado". "'Foro interno' - insistiu - é foro
interno e não pode sair para fora. E digo isto porque dei conta de que
em alguns grupos na Igreja, os encarregados, os superiores - digamos
assim - misturam as duas coisas e baseiam-se no Foro interno para tomar
decisões externas e vice-versa. Por favor, isto é pecado! É um pecado
contra a dignidade da pessoa que confia no sacerdote, mostra a sua
realidade para pedir o perdão e depois se usa (isto) para organizar as
coisas de um grupo ou de um movimento, talvez - não sei, invento - até
mesmo de uma nova Congregação, não sei".
A importância do "ministério da misericórdia" – observou o Santo
Padre a seguir - “justifica, exige e quase nos impõe uma adequada
formação, para que o encontro com os fiéis que pedem o perdão de Deus
seja sempre um encontro real de salvação, no qual o abraço do Senhor é
percebido em toda a sua força, capaz de mudar, converter, curar e
perdoar”.
Necessidade de formação
O Pontífice recorda que diante da longa história da Igreja e da
antiguidade da Penitenciaria Apostólica – o mais antigo Tribunal oa
serviço do Papa, um tribunal de misericórdia - , estes trinta anos do
Curso sobre Foro Interno podem não parecer muito. Mas para a nossa época,
em que tudo corre velozmente, é tempo suficiente “para poder fazer
reflexões e balanços”.
O número de participantes nesta 30ª edição – mais de 700 – chamou a
atenção de Francisco. Isto indica - observou ele - “quão séria é a
necessidade de formação e segurança, em relação a matérias tão
importantes para a própria vida da Igreja e para o cumprimento da missão
que o Senhor Jesus a ela confiou”.
Superar a crise com as armas da fé
Se por um lado há uma certa dificuldade do homem contemporaneo em
relação à Confissão e ao senso de pecado - e devemos reconhecer isto,
diz o Papa -, “esta grande participação de sacerdotes, recém-ordenados e
ordenandos, testemunha o permanente interesse em trabalhar juntos para
enfrentar e superar a crise, antes de tudo com as "armas da fé" e
oferecendo um serviço cada vez mais qualificado e capaz de manifestar
realmente a beleza da Misericórdia divina”.
O Sacramento da Reconciliação é um verdadeiro “caminho de
santificação” – enfatiza o Pontífice - pois “é o sinal eficaz que Jesus
deixou à Igreja para que a porta da casa do Pai permanecesse sempre
aberta, sendo assim sempre possível o retorno dos homens a Ele”.
Santificação para o penitente e para o confessor
A confissão é o caminho de santificação para o penitente e para o
confessor, “e vós, queridos jovens confessores, farão a
experiência disto”, diz Francisco, explicando:
“Para o penitente, é claramente caminho de santificação porque,
como repetidamente enfatizado durante o recente Jubileu da Misericórdia,
a absolvição sacramental, validamente celebrada, restaura a inocência
batismal, a plena comunhão com Deus. Aquela comunhão que Deus nunca
interrompe com o homem, mas a qual o homem às vezes se subtrai, fazendo
mau uso do estupendo dom da liberdade”.
O Papa recordou que no encontro com os sacerdotes da sua Diocese,
escolheu para este ano o lema "Reconciliação, irmã do Batismo".
Para nós, sacerdotes – explicou - o quarto Sacramento também é o caminho da santificação:
“Antes de tudo quando, humildemente, como todos os pecadores, nos
ajoelhamos perante o confessor e imploramos por nós mesmos a
Misericórdia divina. Recordemos sempre - e isto nos ajudará tanto -
antes de irmos ao confessionário, de sermos primeiro pecadores
perdoados, e somente mais tarde, ministros do perdão”.
Como confessores – sublinha - “temos o privilégio de contemplar
constantemente os “milagres” das conversões. Devemos reconhecer sempre a
poderosa ação da graça, que é capaz de transformar o coração de pedra num coração de carne, de mudar um pecador que fugiu para longe num
filho arrependido que volta à casa do pai”.
Importância da formação
Neste sentido, é importante a “formação para uma celebração reta e
eficaz do Sacramento da Reconciliação, pressuposto indispensável para
que dê frutos”:
“Isto para que cada confissão seja sempre um novo e definitivo
passo em direção a uma santificação mais perfeita; um terno abraço,
cheio de misericórdia, que contribui para expandir o Reino de Deus,
Reino de amor, de verdade e paz”.
Indispensável o segredo da confissão
O Papa recorda que a própria Reconciliação “é um bem que a sabedoria
da Igreja salvaguardou sempre com toda a sua força moral e jurídica com o
segredo sacramental. Isso, embora nem sempre entendido pela mentalidade
moderna, é indispensável para a santidade do Sacramento e para a
liberdade de consciência do penitente, o qual deve estar certo, em
qualquer momento, de que o colóquio sacramental permanecerá no segredo do
confessionário, entre a própria consciência que se abre para a graça e
Deus, com a necessária mediação do sacerdote”.
VN
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