Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre concluiu as suas atividades, na manhã deste sábado (16/3),
recebendo na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de sete mil membros da
Confederação das Cooperativas Italianas, por ocasião do seu centenário
de instituição.
No seu longo discurso, o Papa recordou o objetivo das Cooperativas
Italianas, nestes cem anos de atividades, que não pode passar no
silêncio:
“Eles representam um percurso, do qual somos gratos, de tudo o que
conseguiram realizar, inspirados no grande apelo da encíclica “Rerum
novarum” de Leão XIII. De maneira profética, este pontífice deu início à
grande reflexão sobre a Doutrina Social da Igreja. A sua intuição
nasceu da convicção de que o Evangelho não é apenas para uma parte dos homens ou da sociedade, mas para toda a humanidade, para torná-la cada
vez mais humana”.
A cooperativa satisfaz as necessidades sociais
A história das Cooperativas Italianas, disse o Papa, é preciosa
porque levou a sério as palavras de Leão XIII, colocando em prática um
compromisso sério e generoso que durou um século. A Doutrina Social da
Igreja é um sinal de esperança porque não permaneceu uma palavra morta
ou um discurso abstrato, mas tornou-se vida, graças a homens e mulheres
que a transformaram em gestos pessoais e sociais concretos, visíveis e
úteis. E acrescentou:
“O seu modelo cooperativo, além de se inspirar na Doutrina Social da
Igreja, corrige certas tendências típicas da sociedade e do estado, às
vezes letais em relação às iniciativas privadas; detém a tentação do
individualismo e do egoísmo típicos do liberalismo. Enquanto a empresa
capitalista visa só o lucro, a cooperativa satisfaz as necessidades
sociais”.
Vencer a solidão
Por isso, o modelo de cooperativa social conjuga a lógica da empresa
com a solidariedade, de modo a realizar a sua função profética e
testemunho social à luz do Evangelho. Por outro lado, afirmou Francisco,
a vantagem óbvia da cooperação é vencer a solidão, que transforma a
vida do homem em inferno. Neste sentido, a cooperação torna concreta a
esperança das pessoas, torna-se um modo de vida. E o Papa explicou:
Enfim, num mundo globalizado, Francisco pediu às Cooperativas
Italianas para continuarem em sintonia com o que a Doutrina Social da Igreja
ensina sobre a centralidade da pessoa.
Concluindo o seu pronunciamento, o Santo Padre recordou que “num
mundo global como o nosso, são, sobretudo, as mulheres que arcam com o
peso da pobreza material, da exclusão social e cultural. O tema das
mulheres, disse, deve voltar a ter um lugar prioritário nos projetos da
esfera cooperativa”.
VN
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