18 março, 2019

Papa: imitar a misericórdia do Senhor. A esmola não é só material, mas também espiritual

 
 O Papa celebra a missa na Casa de Santa Marta  (Vatican Media)
 
Durante a missa celebrada na Casa de Santa Marta, o Papa fala da misericórdia de Deus e oferece conselhos para viver plenamente o tempo da Quaresma.
 
Barbara Castelli – Cidade do Vaticano

Não julgar os outros, não condenar e perdoar: deste modo, se imita a misericórdia do Pai. Na missa celebrada na Casa de Santa Marta (18/03), o Papa Francisco recordou a todos que na vida, para não errar, é preciso “imitar Deus”, “caminhar diante dos olhos do Pai”. Partindo do Evangelho do dia, extraído de Lucas (Lc 6,36-38), o Pontífice falou antes de mais sobre a misericórdia de Deus, capaz de perdoar as ações mais “graves”.

A misericórdia de Deus é algo tão grande, tão grande. Não nos esqueçamos disto. Quantas pessoas [dizem]: “Eu fiz coisas tão graves. Eu comprei o meu lugar no inferno, não poderei voltar atrás”. Mas pense na misericórdia de Deus, não? Recordemos aquela história da pobre viúva que foi confessar-se com o cura d’Ars (o marido tinha-se suicidado; tinha-se lançado da ponte num rio, não?). E chorava. Disse: “Mas eu sou uma pecadora, coitada. Mas coitado do meu marido! Está no inferno! Ele suicidou-se e o suicídio é um pecado mortal. Está no inferno”. E o cura d’Ars disse-lhe: “Mas espere senhora, porque da ponte até ao rio existe a misericórdia de Deus”. Mas até o fim, até o fim, há a misericórdia de Deus. 

Bons hábitos na Quaresma

Para colocar-se no sulco da misericórdia, Jesus indica conselhos práticos. Antes de tudo, não julgar: um péssimo costume do qual devemos abster-nos, sobretudo neste tempo de Quaresma.

É um hábito que se infiltra na nossa vida sem que percebamos. Sempre! Até mesmo para começar uma conversa, não? “Mas viste o que fez aquela pessoa?”. O julgamento sobre o outro. Pensemos quantas vezes por dia nós julgamos. Mas por favor! Parecemos todos juízes, não! Todos. Mas sempre para começar uma conversa, um comentário a respeito do outro, julgamos: “Mas olha, fez uma plástica! Está pior do que antes”. O julgamento.

Depois, perdoar, mesmo que seja “tão difícil”, porque as nossas ações dão “a medida a Deus de como deve fazer connosco”. 

Mantenhamos os bolsos abertos

Na homilia, o Papa convidou todos a aprender a sabedoria da generosidade, via mestra para renunciar à “maledicência”, em que “julgamos continuamente, condenamos continuamente e dificilmente perdoamos”.

O Senhor ensina-nos: “Dai”. “Dai e vos será dado”: sejam generosos em doar. Não tenham os bolsos fechados; sejam generosos em doar aos pobres, àqueles que precisam e dar também tantas coisas: dar conselhos, dar sorrisos às pessoas, sorrir. Dar sempre, dar. “Dai e vos será dado. E vos será dado uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante”, porque o Senhor será generoso: nós damos um e Ele nos dará cem de tudo aquilo que nós damos. E esta é a atitude que blinda o não julgamento, o não condenar e o perdoar. A importância da esmola, mas não só a esmola material, mas também a esmola espiritual; dedicar tempo a quem precisa, visitar um doente, sorrir.

Veja um trecho da homilia do Santo Padre

VN

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