(RV) Após 61 anos da história da Igreja e por ocasião da solenidade da Assunção da Virgem Maria aos céus que se celebra hoje, sábado dia 15 de Agosto, o Papa Francisco recitou, esta manhã, às 12 horas de Roma, na Praça de S. Pedro repleta de fiéis e peregrinos vindos dos diversos cantos do mundo e da Itália, a cerimónia do Angelus. Esta é a primeira recitação do ângelus na Praça de S. Pedro nesta data de 15 de Agosto, após aquela de 1954 recitada pelo Papa Pio XII.
Na sua alocução, Francisco iniciou por recordar que «hoje a Igreja celebra
uma das festas mais importantes dedicadas à Virgem Maria: a festa da Assunção.
Ao fim da sua vida terrena, a Mãe de Cristo subiu aos céus em corpo e alma,
isto é na glória da vida eterna, em plena comunhão com Deus».
Comentando o Evangelho segundo S. Lucas (Lc 1, 39 – 51), Francisco recordou
que o Evangelista apresenta-nos Maria que logo após ter concebido Jesus por
obra do Espírito Santo, foi visitar a sua prima Isabel, também ela
milagrosamente na espera de um filho. Neste encontro cheio de Espírito Santo,
disse o Papa, Maria exprimiu a sua alegria mediante o Cântico do Magnificat,
pois tomou plena consciência do significado das grandes obras que estão a ser
realizadas na sua vida: por intermédio dela chega ao cumprimento toda a
esperança do seu povo.
Mas o Evangelho, acrescenta Francisco, nos mostra também qual é o motivo
mais verdadeiro da grandeza de Maria e da sua bem-aventurança: é a fé. De facto,
Isabel saúda-a com estas palavras: “ Bem-aventurada aquela que acreditou,
porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu”.
A fé é o coração de toda a história de Maria; ela sabe – e o disse – que na
história pesa a violência dos prepotentes, o orgulho dos ricos, a arrogância
dos soberbos. Todavia, Maria acredita e proclama que Deus não deixa sozinhos os
seus filhos, humildes e pobres, mas socorre-os com misericórdia e
solicitude, derrubando os poderosos dos seus tronos, dispersa os orgulhosos nas
tramas de seus corações. E esta, recordou o Santo Padre, é a fé da nossa Mãe
Maria.
O Magnificat permite-nos também intuir o sentido do evento realizado na vida
de Maria: se a misericórdia do Senhor é o motor da história, então não poderia
conhecer a corrupção do sepulcro daquela que gerou o Senhor da vida. Tudo isso
não diz respeito sómente a Maria. As grandes coisas realizadas nela pelo
Omnipotente tocam-nos profundamente, falam-nos da nossa viagem na vida,
recorda-nos a meta que nos espera: a casa do Pai. A nossa vida, vista à luz de
Maria assunta ao Céu, não é uma “vagabundagem” sem sentido, mas uma
peregrinação que com todas as suas incertezas e sofrimentos, tem uma meta
segura: a casa do nosso Pai, que nos espera com amor. «Como é tão bonito
pensar isso: nós temos um Pai que nos espera com amor. E também a nossa Mãe
Maria está lá nos céus e espera por nós com tanto amor».
No entanto, enquanto transcorre a vida, Deus faz resplandecer para o seu
povo, peregrino na terra, um sinal de consolação e de esperança segura. Aquele
sinal tem um rosto e um nome: o rosto luminoso da Mãe do Senhor, o nome bendito
de Maria, a cheia de graça, bem-aventurada porque acreditou na palavra do
Senhor. Como membros da Igreja, somos destinados a partilhar da glória da nossa
Mãe, porque, graças a Deus, também nós acreditamos no sacrifício de Cristo na
Cruz e através do baptismo, somos inseridos em tal mistério de salvação.
Finalmente, o Papa Francisco pediu à todos para que rezarem juntos a nossa
Mãe de Deus, para que enquanto se desenvolve o nosso caminho nesta terra, ela
nos dirija o seu olhar misericordioso, ilumine o nosso caminho, nos indique a
meta, e nos mostre depois do nosso exílio terrestre Jesus, o fruto bendito do
seu ventre. Rezemos todos juntos: Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem
Maria.
Após a recitação do Ângelus, Francisco dirigius-se à multidão concentrada na
Praça de S. Pedro com estas palavras e preocupações: «o meu pensamento vai,
neste momento, à população da cidade de Tinjin, na China setentrional, onde
algumas explosões na área industrial causaram numerosos mortos e feridos e
grandes danos. Aseguro a minha oração para todos aqueles que perderam a vida e
para todas as pessoas provadas por este desastre; que o Senhor dê conforto a
eles e o sustento a quantos estão empenhados em aliviar os seus sofrimentos.
Saúdo todos vós, romanos e peregrinos de diversos países Confio-vos
aos maternos cuidados da nossa Mãe, que vive na glória de Deus e sempre
acompanha o nosso caminho. Agradeço-vos por terem vindo e desejo-vos uma boa
festa. Por favor não esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até logo».
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