(RV) Quarta-feira,
12 de agosto, muito entusiasmo na Sala Paulo VI para a segunda
audiência geral de agosto, após a suspensão de verão no mês de julho.
O Papa Francisco propôs na sua catequese um percurso em três
dimensões até ao final do mês de agosto: a família enquanto festa,
trabalho e oração.
Nesta quarta-feira o Santo Padre afirmou a festa como algo que marca o
ritmo da vida familiar dizendo, desde logo, que é uma invenção de Deus,
como nos sugere o Livro do Genesis no relato da criação ao declarar que
Deus repousou no sétimo dia. Assim, aprendemos que é preciso dedicar um
tempo para contemplar e regozijar-se com o trabalho bem feito.
A festa, portanto, não é sinónimo de preguiça, mas tempo de dirigir
um olhar amoroso e agradecido a tantas realidades que nos circundam: os
filhos, os netos, a nossa casa, os amigos, a nossa comunidade –
sublinhou o Papa.
O tempo de festa suspende o trabalho profissional porque é um tempo
sagrado – declarou o Santo Padre frisando que ninguém pode ser escravo
do trabalho ao ser excluído do tempo de repouso e de festa:
“Mas o verdadeiro tempo da festa suspende o trabalho profissional e é
sagrado, porque recorda ao homem e à mulher que foram feitos à imagem
de Deus, o qual não é escravo do trabalho, mas Senhor, e, portanto,
também nós não devemos nunca ser escravos do trabalho, mas “senhores”.
Há um mandamento para isto, um mandamento que é para todos, ninguém
excluído! Ao invés, sabemos que existem milhões de homens e mulheres
escravos do trabalho! Isto é contra Deus e contra a dignidade da pessoa
humana! A obsessão pelo lucro económico e o eficientismo da técnica
colocam em risco os ritmos humanos da vida.”
“ O tempo do repouso, sobretudo aquele dominical, é destinado a nós
para que possamos gozar daquilo que não se produz e não se consuma, não
se compra nem se vende. Mas, pelo contrário, vemos que a ideologia do
lucro e do consumo quer comer também a festa: mesmo essa é, às vezes,
reduzida a um “negócio”, a um modo para fazer dinheiro e gastá-lo.”
“Mas é para isto que trabalhamos?”
“…o tempo da festa é sagrado porque Deus o habita num modo especial. A
Eucaristia dominical leva à festa toda a graça de Jesus Cristo: a sua
presença, o seu amor, o seu sacrifício, o seu fazer comunidade, o seu
estar connosco… E assim cada realidade recebe o seu sentido pleno: o
trabalho, a família, as alegrias e as canseiras de cada dia, também o
sofrimento e a morte; tudo é transfigurado pela graça de Cristo.”
No final da sua catequese o Papa Francisco pediu que não estraguemos
os dias de festa porque são um belo presente de Deus, pois “a família é
dotada de uma competência extraordinária para compreender, endereçar e
sustentar o autêntico valor do tempo de festa e me particular do
domingo. Não é com certeza um acaso que as festas onde participa toda a
família são as que correm melhor! – afirmou o Santo Padre.
Nas saudações o Papa dirigiu-se também aos peregrinos de língua
portuguesa dizendo-lhes que são “chamados a ser testemunhas do Evangelho
no mundo transfigurados pela alegria e pela graça misericordiosa que
Jesus nos dá em cada domingo na Santa Missa”.
O Papa Francisco a todos deu a sua benção! (RS)
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