(RV) Na
segunda audiência jubilar dedicada ao tema “misericórdia e empenho” o
Papa Francisco, dirigindo-se aos milhares de fiéis e peregrinos
presentes, falou do Jubileu da Misericórdia como uma verdadeira
oportunidade para entrar em profundidade no mistério da bondade e do
amor de Deus. Neste tempo de Quaresma, disse o Papa, somos convidados a
viver de maneira coerente a nossa fé com um estilo de vida que exprima a
misericórdia do Pai, um empenho que somos chamados a assumir para
oferecermos a todos os que encontramos o sinal concreto da proximidade
com Deus. Sobre o significado do empenho na vida do cristão, disse
Francisco:
“O que é o empenho? E o que significa
comprometer-se? Quando me comprometo, isso significa que assumo uma
responsabilidade, uma tarefa para com alguém; e significa também o
estilo, a atitude de fidelidade e dedicação, de atenção particular com a
qual eu realizo esta tarefa. Todos os dias somos convidados a realizar
com empenho as coisas que fazemos: na oração, no trabalho, no estudo,
mas também no desporto, nas actividades livres ...”
Também Deus empenhou-se connosco –
prosseguiu o Papa – antes de tudo criando o mundo e mantendo-o vivo
apesar das nossas tentativas de arruiná-lo; mas sobretudo empenhou-se
dando-nos Jesus, que é o empenho extremo que Deus assumiu connosco, pois
(como diz S. Paulo) "não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por
todos nós".
E no Evangelho vemos como se manifesta o empenho de Deus para com a humanidade, explicou o Papa:
“Em Jesus, Deus empenhou-se de
maneira completa para restituir esperança aos pobres, àqueles que não
tinham dignidade, aos estrangeiros, os doentes, os prisioneiros, e aos
pecadores que Ele acolhia com bondade. Em tudo isto, Jesus era uma
expressão viva da misericórdia do Pai. Jesus acolhia com bondade os
pecadores, amava-os e mudava-lhes o coração”.
Partindo deste amor misericordioso
com que Jesus exprimiu o empenho de Deus, disse ainda Francisco, também
nós podemos e devemos corresponder ao seu amor com o nosso empenho,
sobretudo nas situações de maior necessidade e onde há mais sede de
esperança, como por exemplo, com as pessoas abandonadas, os trazem
graves deficiências, os doentes mais graves, os moribundos, os que não
são capazes de exprimir a sua gratidão ... Em todas estas realidades nós
trazemos a misericórdia de Deus através de um empenho de vida, que é
testemunho da nossa fé em Cristo – sublinhou Francisco.
E o Papa terminou com a esperança de
que este Jubileu possa ajudar a nossa mente e o nosso coração a tocar
com a mão o empenho de Deus com cada um de nós, para podermos
transformar a nossa vida num empenho de misericórdia para com todos.
Aos peregrinos de língua portuguesa o Papa dirigiu as seguinte palavras:
“Amados peregrinos de língua
portuguesa, a minha saudação fraterna para todos vós. Ao realizardes
esta peregrinação jubilar, que Deus vos abençoe com uma grande coragem
para abraçardes diariamente a vossa cruz e um vivo anseio de santidade
para iluminardes com a esperança a cruz dos outros irmãos. Conto com as
vossas orações por mim. Bom caminho da Quaresma”.
Em seguida o Papa saudou
cordialmente, entre outros, os membros da Federação Italiana das
Associações de Doadores de Sangue e a Associação das sociedades de mútuo
socorro, com o augúrio de que o Jubileu da misericórdia seja para
todos uma oportunidade para redescobrir a importância da fé e difundir
na vida quotidiana a beleza do amor de Deus por cada um de nós.
A concluir o Santo Padre dirigiu um pensamento particular aos jovens, os doentes e recém-casados, tendo acrescentado:
“Próxima segunda-feira é a festa da
Cátedra do Apóstolo Pedro, dia de comunhão especial dos crentes com o
Sucessor de São Pedro e com a Santa Sé. Este evento, neste Ano Santo,
será também dia de jubileu para a Cúria Romana, que trabalha diariamente
ao serviço do povo cristão. Exorto-vos a perseverar na oração pelo meu
ministério universal, e agradeço-vos pelo vosso empenho na edificação
diária da comunidade eclesial”.
E a todos o Papa Francisco deu a sua bênção.
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