(RV) Prossegue na
cidade do México a 12ª viagem apostólica do Papa Francisco. Esta manhã
às 10, 15, horas locais, Francisco teve o encontro com as autoridades, a
sociedade civil e o Corpo diplomático acreditado no país.
No seu breve discurso, Francisco iniciou por agradecer o Presidente, pelas palavras de boas-vindas que lhe dirigiu, dizendo:
“É motivo de alegria poder pisar esta
terra mexicana que ocupa um lugar especial no coração das Américas.
Hoje venho como missionário de misericórdia e de paz, mas também como um
filho que quer prestar homenagem à sua mãe, a Virgem de Guadalupe, e
deixar-se olhar por Ela”.
Procurando ser um bom filho que segue
os passos da mãe, prosseguiu Francisco, desejo, por minha vez, prestar
homenagem a este povo e a esta terra tão rica de cultura, história e
diversidade. Na sua pessoa, Senhor Presidente, desejo saudar e abraçar o
povo mexicano nas suas múltiplas expressões e nas mais diversas
situações em que vive.
O México é um grande país, sublinhou
Francisco, abençoado com riquezas naturais abundantes e uma enorme
biodiversidade que se estende ao longo de todo o seu vasto território. A
sua localização geográfica privilegiada faz dele uma encruzilhada das
Américas; e as suas culturas indígenas, mestiças e crioulas dão-lhe uma
identidade própria que possibilita uma riqueza cultural nem sempre fácil
de encontrar e, especialmente, de valorizar.
E sobre os jovens, maior riqueza do México, Francisco reiterou:
“Penso e ouso dizer que, hoje, a
principal riqueza do México tem um rosto jovem; sim, são os seus jovens.
Um pouco mais de metade da população é composta por jovens. Isto
permite pensar e projectar um futuro, um amanhã. Isto dá esperança e
abertura ao futuro. Um povo rico de juventude é um povo capaz de se
renovar, de se transformar; é um convite a levantar o olhar com
confiança para o futuro e, ao mesmo tempo, desafia-nos positivamente no
presente”.
E o Papa falou ainda da responsabilidade de todos na construção do País:
“Esta realidade leva-nos,
inevitavelmente, a reflectir sobre a responsabilidade de cada um na
construção do México que desejamos, do México que pretendemos transmitir
às gerações futuras; e leva-nos igualmente à certeza de que um futuro
rico de esperança se forja num presente feito de homens e mulheres
justos, honestos, capazes de comprometer-se com o bem comum, aquele «bem
comum» que neste século XXI não é muito apreciado”.
Em seguida Francisco sublinhou que o
povo mexicano reforçou a sua experiência com uma identidade que foi
forjada, em momentos árduos e difíceis da sua história, por grandes
testemunhos de cidadãos que compreenderam que, para se poder superar as
situações nascidas do fechamento do individualismo, era necessário o
acordo das instituições políticas, sociais e de mercado, e de todos os
homens e mulheres comprometidos na busca do bem comum e na promoção da
dignidade da pessoa.
“Uma cultura ancestral e um capital
humano aberto à esperança, como o vosso – insistiu o Santo Padre - deve
ser uma fonte de estímulo para encontrar novas formas de diálogo, de
negociação, de pontes capazes de nos guiar ao longo do percurso dum
empenho de solidariedade; um empenho no qual todos, a começar por
aqueles que se definem cristãos, nos dediquemos à construção de «uma
política verdadeiramente humana» e de uma sociedade onde ninguém se
sinta vítima da cultura do descarte”.
Finalmente, aos responsáveis pela
vida social, cultural e política disse o Papa que compete de modo
especial a eles trabalhar para oferecer a todos os cidadãos a
oportunidade de serem dignos protagonistas do seu destino na família e
em todos os âmbitos onde se desenvolve a socialidade humana, ajudando-os
a ter acesso efectivo aos bens materiais e espirituais indispensáveis:
moradia adequada, trabalho digno, alimentação, justiça real, uma
segurança eficaz, um ambiente são e pacífico. Isto não é só uma questão
de leis que requerem actualizações e melhorias, mas da formação urgente
da responsabilidade pessoal de cada um no pleno respeito pelo outro como
co-responsável na causa comum de promover o desenvolvimento da nação – é
um dever que envolve todo o povo mexicano nas suas várias instâncias:
públicas e privadas, colectivas e individuais.
E neste esforço, assegurou Francisco, o Governo mexicano pode contar
com a colaboração da Igreja católica, que sempre acompanhou a vida da
nação e renova o seu compromisso e vontade de serviço à grande causa do
homem: a edificação da civilização do amor. E o Papa concluiu colocando
a sua missão ao México sob a protecção da Virgem de Guadalupe para que,
por sua intercessão, “estes dias e o futuro desta terra sejam uma
oportunidade de encontro, comunhão e paz”. (FL)
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