Visto-me de saco, cubro-me de cinzas, prostro-me a Teus pés e suplico-Te:
Tem compaixão, Senhor, que sou pecador. Perdoa-me e guia os meus passos segundo a Tua vontade.
Inclinas-Te
até mim, olhas-me com os Teus olhos rasos de amor, tomas-me pela mão,
levantas-me, encostas-me ao Teu coração e num alento de ternura,
dizes-me:
Estás
perdoado! Não temas! Vou mostrar-te o caminho, que será largo por vezes
e bem estreito outras vezes, será plano e fácil, mas passará também por
veredas
tenebrosas, nuns tempos dar-te-á segurança, noutros caminharás entre
abismos, terá momentos de alegria exaltante e lágrimas de tristeza
frustrante, mas uma coisa saberás inabalavelmente, é que se não Me
largares a mão, se confiares em Mim, tudo ultrapassarás e chegarás ao
fim ao encontro do amor eterno!
Levanto-me do chão, olho-Te nos olhos, dou-Te a mão e digo baixinho, com medo de perder o momento:
Obrigado, Senhor. Partamos então no
caminho da Tua vontade para a vida que me deste e, se sentires por um
momento que quero largar a Tua mão, não o permitas, Senhor, e agarra-a
ainda com mais força, para que nunca me separe de Ti.
Quarta Feira de Cinzas 2016
Marinha Grande, 10 de Fevereiro de 2016
Joaquim Mexia Alves
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