(RV) O
Papa Francisco celebrou neste sábado dia 13 de fevereiro a Santa Missa
no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe. Na sua homilia o Santo Padre
afirmou que todos somos necessários na construção do santuário da vida.
Numa celebração participada por mais de trinta mil fiéis que seguiram
a liturgia no exterior do Santuário o Papa Francisco cumpriu o seu
desejo de rezar junto de Nossa Senhora de Guadalupe.
Francisco começou a sua homilia recordando a visita de Maria à sua
prima Isabel que “sem demora nem hesitação” vai fazer companhia à sua
parente que estava nos últimos meses de gravidez”.
“O encontro com o anjo não deteve Maria, pois não Se sentiu
privilegiada, nem no dever de Se afastar dos seus. Pelo contrário,
reavivou e pôs em marcha uma atitude pela qual Maria é e será sempre
lembrada: a mulher do sim, um sim de entrega a Deus e, ao mesmo tempo,
um sim de entrega aos seus irmãos” – afirmou o Santo Padre.
Em Guadalupe o sabor desta passagem do Evangelho é especial –
declarou o Papa – pois “Maria a mulher do sim, também quis visitar os
habitantes desta terra da América na pessoa do índio S. Juan Diego.”
Maria apresentou-se a Diego como se apresenta a cada um de nós, em
especial, àqueles que, tal como o índio, sentem que não valem nada:
“Assim como Se apresentou ao humilde Juanito, de igual modo continua a
fazer-se presente junto de todos nós, especialmente daqueles que
sentem, como ele, que não valem nada.”
Naquele mês de dezembro de 1531 – recordou o Papa – tinha lugar o
primeiro milagre que se tornará depois a memória viva de tudo o que
guarda o Santuário de Guadalupe. Um amanhecer que se fez encontro com
Deus e despertou a esperança de Juan Diego. E Deus “desperta a esperança
dos mais humildes, dos atribulados, dos deslocados e marginalizados, de
quantos sentem que não têm um lugar digno nestas terras” – frisou o
Santo Padre.
O Papa Francisco sublinhou também que Deus “aproxima-Se do coração
atribulado mas resistente de tantas mães, pais, avós que viram os seus
filhos partir, viram-nos perdidos ou mesmo arrebatados pela
criminalidade”.
“Naquele amanhecer, Juanito experimenta na sua vida o que é a
esperança, o que é a misericórdia de Deus” – afirmou o Papa que
salientou que “todos somos necessários” para a construção do “santuário
da vida”:
“O santuário de Deus é a vida dos seus filhos, de todos e em todas as
condições, especialmente dos jovens sem futuro, expostos a uma
infinidade de situações dolorosas e arriscadas, e dos idosos sem
reconhecimento, esquecidos em tantos cantos.”
“O santuário de Deus são as nossas famílias que precisam do mínimo
necessário para se poderem formar e sustentar. O santuário de Deus é o
rosto de tantos que encontramos no nosso caminho...”
Em forma de oração o Santo Padre referiu ainda na sua homilia que
devemos olhar “intensamente e com calma” Maria, nossa Mãe e “abrigar” a
nossa “solidão” nos seus olhos de “Mãe enamorada”.
“Ela diz-nos que tem a “honra” de ser nossa mãe. Isto dá-nos a
certeza de que as lágrimas daqueles que sofrem, não são estéreis” –
disse o Papa que na conclusão da sua homilia, recordando as obras de
misericórdia que se devem cumprir nas comunidades, bairros e paróquias,
declarou:
“Hoje, volta a enviar-nos; hoje repete para nós: Sê o meu mensageiro,
sê o meu enviado para construir muitos santuários novos, acompanhar
tantas vidas, consolar tantas lágrimas.”
No final da homilia e em silêncio o Papa Francisco recolheu-se em
oração olhando a imagem da Virgem de Guadalupe e ofereceu uma coroa para
demonstrar a sua própria filiação a Maria.
No final da celebração o Papa Francisco recolheu-se a sós em oração
no ‘Camarín’, lugar onde é conservada a imagem que remonta às aparições
do século XVI ao índio S. Juan Diego.
(RS)
Sem comentários:
Enviar um comentário