(RV) Cidade do Vaticano (RV) – “O Concílio
Vaticano II, cinquenta anos depois. Uma revisitação do ponto de vista
espiritual”, é o tema das pregações da Quaresma 2016 para a Cúria
Romana, a cargo do frei capuchinho Raniero Cantalamessa. O primeiro
encontro será esta sexta-feira, 19, na Capela Redemptoris Mater, na presença do Papa Francisco.
Concílio Vaticano II, 50 anos depois
O pregador da Casa Pontifícia explicou ao L’Osservatore Romano que o
50º aniversário de conclusão do Concílio Vaticano II “é também a
circunstância que inspirou no Papa Francisco a ideia do Ano Jubilar da
Misericórdia”. Já no período de Advento, o Pregador da Casa Pontifícia
havia dedicado as meditações da sua pregação no Vaticano à Constituição
Conciliar Lumen gentium (compiladas no livro “Dois pulmões, um
único respiro. Oriente e Ocidente diante dos grandes mistérios da fé”,
editado pela LEV). Para esta Quaresma foi proposto seguir nesta mesma
linha, “colhendo – esclarece – alguns aspectos mais espirituais dos
outros documentos conciliares”, com o objetivo também “de revisitar o
Concílio à luz de seus frutos às vezes “inesperados”, como os definiu
Bento XVI na sua última carta para a Quinta-feira Santa”.
Papa e Kirill
Nas pregações, encontrarão espaço também alguns temas de atualidade,
como o recente encontro em Cuba entre o Papa Francisco e o Patriarca
Kirill. Um acontecimento que será inserido “no contexto dos frutos do
decretos sobre o ecumenismo”. O motivo - como explica o religiosos - é
que “dediquei toda a pregação da Quaresma passada às relações entre a
Igreja Católica e a ortodoxia”.
500 anos da Reforma
Em vista dos 500 anos da Reforma protestante, celebrado em 2017, o
capuchinho dedicará uma meditação precisamente sobre o problema da
unidade dos cristãos, comentando a Unitatis redintegratio. Uma tentativa
de falar sobre o diálogo com outro grande interlocutor da Igreja
Católica no compromisso ecumênico, ou seja, a comunidade da Reforma. Não
faltará uma referência ao Documento conciliar Sacrosanctum concilium, sem entrar, no entanto, nos problemas advindos das reformas litúrgicas.
A Liturgia do Espírito
Padre Raniero Cantalamessa, fiel à linha das meditações, se ocupará
daquilo que, na linha de Romano Guardini, “Joseph Ratzinger em seu livro
chama “o espírito da liturgia””. Neste campo – observa o capuchinho –
“a Constituição apresenta uma lacuna que será preenchida à luz dos
desdobramentos que teve a teologia nos últimos anos, que diz respeito ao
papel do Espírito Santo na Liturgia. Mais que do “espírito da
liturgia”, falarei da “liturgia do Espírito”, isto é, do Espírito Santo
como alma da liturgia.
Matrimônio e família
De fato, cada Constituição conciliar encontrará motivos de reflexão. O
pregador se ocupará de cada documento, concentrando-se porém, sobre um
aspecto particular, e evitando assim considerações genéricas. Em
particular, inspirado na Gaudium et Spes, o Frei Cantalamessa
que propor uma reflexão “sobre o matrimônio e família, à luz das grandes
mudanças em andamento neste delicado campo da sociedade atual”. Não
tratará, pelo contrário, de problemas pastorais específicos, sobre os
quais, “depois dos dois Sínodos dos Bispos, somente o Papa tem o direito
de acrescentar a sua palavra”. Um comentário será reservado, por outro
lado, ao Ano Extraordinário da Misericórdia, que encontrará expressão em
particular, na pregação da Sexta-feira Santa, enquanto “momento mais
propício”, dado que a Igreja “celebra naquele dia o ápice da
misericórdia de deus na história da salvação”. (JE/Osservatore Romano)
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