No histórico
encontro desta sexta-feira, dia 12 de fevereiro, em Cuba, o Papa Francisco
e o Patriarca de Moscovo Kirill assinaram uma declaração conjunta. Eis o
texto integral dessa declaração:
Declaração comum do Papa Francisco e do Patriarca Kirill de Moscovo e de toda a Rússia
"A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós" (2 Cor 13, 13)
"A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós" (2 Cor 13, 13)
1. Por vontade de Deus Pai de quem provém todo o dom, no nome
do Senhor nosso Jesus Cristo e com a ajuda do Espírito Santo
Consolador, nós, Papa Francisco e Kirill, Patriarca de Moscou e de toda a
Rússia, encontramo-nos, hoje, em Havana. Damos graças a Deus,
glorificado na Trindade, por este encontro, o primeiro na história.
Com alegria, encontramo-nos como irmãos na fé cristã que se reúnem
para “falar de viva voz” (2 Jo 12), coração a coração, e analisar as
relações mútuas entre as Igrejas, os problemas essenciais de nossos
fiéis e as perspectivas de progresso da civilização humana.
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Cuba
2. O nosso encontro fraterno teve lugar em Cuba, encruzilhada
entre Norte e Sul, entre Leste e Oeste. A partir desta ilha, símbolo
das esperanças do “Novo Mundo” e dos acontecimentos dramáticos da
história do século XX, dirigimos a nossa palavra a todos os povos da
América Latina e dos outros continentes.
Alegramo-nos porque aqui cresce, de forma dinâmica, a fé cristã. O
forte potencial religioso da América Latina, a sua tradição cristã
secular, presente na experiência pessoal de milhões de pessoas, são a
garantia de um grande futuro para esta região.
3. Encontrando-nos longe das antigas disputas do “Velho
Mundo”, sentimos mais fortemente a necessidade de um trabalho comum
entre católicos e ortodoxos, chamados a dar ao mundo, com mansidão e
respeito, razão da esperança que está em nós (cf. 1 Ped 3, 15).
Tradição comum
4. Damos graças a Deus pelos dons que recebemos da vinda ao
mundo do seu único Filho. Partilhamos a Tradição espiritual comum do
primeiro milênio do cristianismo. As testemunhas desta Tradição são a
Virgem Maria, Santíssima Mãe de Deus, e os Santos que veneramos. Entre
eles, contam-se inúmeros mártires que testemunharam a sua fidelidade a
Cristo e se tornaram “semente de cristãos”.
5. Apesar desta Tradição comum dos primeiros dez séculos, há
quase mil anos que católicos e ortodoxos estão privados da comunhão na
Eucaristia. Estamos divididos por feridas causadas por conflitos de um
passado distante ou recente, por divergências – herdadas dos nossos
antepassados – na compreensão e explicitação da nossa fé em Deus, uno em
três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Deploramos a perda da
unidade, consequência da fraqueza humana e do pecado, ocorrida apesar da
Oração Sacerdotal de Cristo Salvador: “Para que todos sejam um só, como
Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti; para que assim eles estejam em Nós”
(Jo 17, 21).
Superar divergências
6. Conscientes da permanência de numerosos obstáculos,
esperamos que o nosso encontro possa contribuir para o restabelecimento
desta unidade querida por Deus, pela qual Cristo rezou. Que o nosso
encontro inspire os cristãos do mundo inteiro a rezar ao Senhor, com
renovado fervor, pela unidade plena de todos os seus discípulos. Em um
mundo que espera de nós não apenas palavras mas gestos concretos, possa
este encontro ser um sinal de esperança para todos os homens de boa
vontade!
7. Determinados a realizar tudo o que seja necessário para
superar as divergências históricas que herdamos, queremos unir os nossos
esforços para testemunhar o Evangelho de Cristo e o patrimônio comum da
Igreja do primeiro milênio, respondendo em conjunto aos desafios do
mundo contemporâneo. Ortodoxos e católicos devem aprender a dar um
testemunho concorde da verdade, em áreas onde isso seja possível e
necessário. A civilização humana entrou em um período de mudança de
época. A nossa consciência cristã e a nossa responsabilidade pastoral
não nos permitem ficar inertes perante os desafios que requerem uma
resposta comum.
Oriente Médio
8. O nosso olhar dirige-se, em primeiro lugar, para as
regiões do mundo onde os cristãos são vítimas de perseguição. Em muitos
países do Oriente Médio e do Norte da África, os nossos irmãos e irmãs
em Cristo veem exterminadas as suas famílias, aldeias e cidades
inteiras. As suas igrejas são barbaramente devastadas e saqueadas; os
seus objetos sagrados profanados, os seus monumentos destruídos. Na
Síria, no Iraque e em outros países do Oriente Médio, constatamos, com
amargura, o êxodo maciço dos cristãos da terra onde começou a
espalhar-se a nossa fé e onde eles viveram, desde o tempo dos apóstolos,
em conjunto com outras comunidades religiosas.
9. Pedimos a ação urgente da Comunidade internacional para
prevenir uma nova expulsão dos cristãos do Oriente Médio. Ao levantar a
voz em defesa dos cristãos perseguidos, queremos expressar a nossa
compaixão pelas tribulações sofridas pelos fiéis de outras tradições
religiosas, também eles vítimas da guerra civil, do caos e da violência
terrorista.
10. Na Síria e no Iraque, a violência já causou milhares de
vítimas, deixando milhões de pessoas sem casa nem meios de subsistência.
Exortamos a Comunidade internacional a unir-se para pôr fim à violência
e ao terrorismo e, ao mesmo tempo, a contribuir por meio do diálogo
para um rápido restabelecimento da paz civil. É essencial garantir uma
ajuda humanitária em larga escala às populações martirizadas e a tantos
refugiados nos países vizinhos.
Pedimos a quantos possam influir sobre o destino das pessoas
raptadas, entre as quais se encontram os Metropolitas de Aleppo, Paulo e
João Ibrahim, sequestrados no mês de Abril de 2013, que façam tudo o
que é necessário para a sua rápida libertação.
Acordo de Paz
11. Elevamos as nossas súplicas a Cristo, Salvador do mundo,
pelo restabelecimento da paz no Oriente Médio, que é “fruto da justiça”
(Is 32, 17), a fim de que se reforce a convivência fraterna entre as
várias populações, as Igrejas e as religiões lá presentes, pelo regresso
dos refugiados às suas casas, a cura dos feridos e o repouso da alma
dos inocentes que morreram.
Com um ardente apelo, dirigimo-nos a todas as partes que possam estar
envolvidas nos conflitos pedindo-lhes que deem prova de boa vontade e
se sentem à mesa das negociações. Ao mesmo tempo, é preciso que a
Comunidade internacional faça todos os esforços possíveis para pôr fim
ao terrorismo valendo-se de ações comuns, conjuntas e coordenadas.
Apelamos a todos os países envolvidos na luta contra o terrorismo, para
que atuem de maneira responsável e prudente. Exortamos todos os cristãos
e todos os crentes em Deus a suplicarem, fervorosamente, ao Criador
providente do mundo que proteja a sua criação da destruição e não
permita uma nova guerra mundial. Para que a paz seja duradoura e
esperançosa, são necessários esforços específicos tendentes a
redescobrir os valores comuns que nos unem, fundados no Evangelho de
nosso Senhor Jesus Cristo.
12. Curvamo-nos perante o martírio daqueles que, à custa da
própria vida, testemunham a verdade do Evangelho, preferindo a morte à
apostasia de Cristo. Acreditamos que estes mártires do nosso tempo,
pertencentes a várias Igrejas mas unidos por uma tribulação comum, são
um penhor da unidade dos cristãos. É a vós, que sofreis por Cristo, que
se dirige a palavra do Apóstolo: “Caríssimos, (...) alegrai-vos, pois
assim como participais dos padecimentos de Cristo, assim também
rejubilareis de alegria na altura da revelação da sua glória” (1 Ped 4,
12-13).
Diálogo e Europa
13. Nesta época preocupante, é indispensável o diálogo
inter-religioso. As diferenças na compreensão das verdades religiosas
não devem impedir que pessoas de crenças diversas vivam em paz e
harmonia. Nas circunstâncias atuais, os líderes religiosos têm a
responsabilidade particular de educar os seus fiéis num espírito
respeitador das convicções daqueles que pertencem a outras tradições
religiosas. São absolutamente inaceitáveis as tentativas de justificar
ações criminosas com slogans religiosos. Nenhum crime pode ser cometido
em nome de Deus, “porque Deus não é um Deus de desordem, mas de paz” (1
Cor 14, 33).
14. Ao afirmar o alto valor da liberdade religiosa, damos
graças a Deus pela renovação sem precedentes da fé cristã que acontece
na Rússia e em muitos países da Europa Oriental, onde, durante algumas
décadas, dominaram os regimes ateus. Hoje as cadeias do ateísmo
militante estão quebradas e, em muitos lugares, os cristãos podem
livremente confessar a sua fé. Em um quarto de século foram construídas
dezenas de milhares de novas igrejas, e abertos centenas de mosteiros e
escolas teológicas. As comunidades cristãs desenvolvem uma importante
atividade sócio-caritativa, prestando variada assistência aos
necessitados. Muitas vezes trabalham lado a lado ortodoxos e católicos;
atestam a existência dos fundamentos espirituais comuns da convivência
humana, ao testemunhar os valores do Evangelho.
15. Ao mesmo tempo, estamos preocupados com a situação em
muitos países onde os cristãos se debatem cada vez mais frequentemente
com uma restrição da liberdade religiosa, do direito de testemunhar as
suas convicções e da possibilidade de viver de acordo com elas. Em
particular, constatamos que a transformação de alguns países em
sociedades secularizadas, alheias a qualquer referência a Deus e à sua
verdade, constitui uma grave ameaça à liberdade religiosa. É fonte de
inquietação para nós a limitação atual dos direitos dos cristãos, se não
mesmo a sua discriminação, quando algumas forças políticas, guiadas
pela ideologia de um secularismo frequentemente muito agressivo,
procuram relegá-los para a margem da vida pública.
16. O processo de integração europeia, iniciado depois de
séculos de sangrentos conflitos, foi acolhido por muitos com esperança,
como uma garantia de paz e segurança. Todavia, convidamos a manter-se
vigilantes contra uma integração que não fosse respeitadora das
identidades religiosas. Embora permanecendo abertos à contribuição de
outras religiões para a nossa civilização, estamos convencidos de que a
Europa deve permanecer fiel às suas raízes cristãs. Pedimos aos cristãos
da Europa Oriental e Ocidental que se unam para testemunhar em conjunto
Cristo e o Evangelho, de modo que a Europa conserve a própria alma
formada por dois mil anos de tradição cristã.
Família
17. O nosso olhar volta-se para as pessoas que se encontram em
situações de grande dificuldade, em condições de extrema necessidade e
pobreza, enquanto crescem as riquezas materiais da humanidade. Não
podemos ficar indiferentes à sorte de milhões de migrantes e refugiados
que batem à porta dos países ricos. O consumo desenfreado, como se vê em
alguns países mais desenvolvidos, está gradualmente esgotando os
recursos do nosso planeta. A crescente desigualdade na distribuição dos
bens da Terra aumenta o sentimento de injustiça perante o sistema de
relações internacionais que se estabeleceu.
18. As Igrejas cristãs são chamadas a defender as exigências da
justiça, o respeito pelas tradições dos povos e uma autêntica
solidariedade com todos os que sofrem. Nós, cristãos, não devemos
esquecer que “o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para
confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu
para confundir o que é forte. O que o mundo considera vil e desprezível é
que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada
aqueles que são alguma coisa. Assim, ninguém se pode vangloriar diante
de Deus” (1 Cor 1, 27-29).
19. A família é o centro natural da vida humana e da sociedade.
Estamos preocupados com a crise da família em muitos países. Ortodoxos e
católicos partilham a mesma concepção da família e são chamados a
testemunhar que ela é um caminho de santidade, que testemunha a
fidelidade dos esposos nas suas relações mútuas, a sua abertura à
procriação e à educação dos filhos, a solidariedade entre as gerações e o
respeito pelos mais vulneráveis.
20. A família funda-se no matrimônio, ato de amor livre e fiel
entre um homem e uma mulher. É o amor que sela a sua união e os ensina a
acolher-se reciprocamente como um dom. O matrimônio é uma escola de
amor e fidelidade. Lamentamos que outras formas de convivência já
estejam postas ao mesmo nível desta união, ao passo que o conceito,
santificado pela tradição bíblica, de paternidade e de maternidade como
vocação particular do homem e da mulher no matrimônio, seja banido da
consciência pública.
21. Pedimos a todos que respeitem o direito inalienável à vida.
Milhões de crianças são privadas da própria possibilidade de nascer no
mundo. A voz do sangue das crianças não nascidas clama a Deus (cf. Gn 4,
10).
O desenvolvimento da chamada eutanásia faz com que as pessoas idosas e
os doentes comecem a sentir-se um peso excessivo para as suas famílias e
a sociedade em geral.
Estamos preocupados também com o desenvolvimento das tecnologias
reprodutivas biomédicas, porque a manipulação da vida humana é um ataque
aos fundamentos da existência do homem, criado à imagem de Deus.
Consideramos nosso dever lembrar a imutabilidade dos princípios morais
cristãos, baseados no respeito pela dignidade do homem chamado à vida,
segundo o desígnio do Criador.
Juventude
22. Hoje, desejamos dirigir-nos de modo particular aos jovens
cristãos. Vós, jovens, tendes o dever de não esconder o talento na terra
(cf. Mt 25, 25), mas de usar todas as capacidades que Deus vos deu para
confirmar no mundo as verdades de Cristo, encarnar na vossa vida os
mandamentos evangélicos do amor de Deus e do próximo. Não tenhais medo
de ir contra a corrente, defendendo a verdade de Deus, à qual estão
longe de se conformar sempre as normas secularizadas de hoje.
23. Deus ama-vos e espera de cada um de vós que sejais seus
discípulos e apóstolos. Sede a luz do mundo, de modo que quantos vivem
ao vosso redor, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que
está no Céu (cf. Mt 5, 14.16). Haveis de educar os vossos filhos na fé
cristã, transmitindo-lhes a pérola preciosa da fé (cf. Mt 13, 46), que
recebestes dos vossos pais e antepassados. Lembrai-vos que “fostes
comprados por um alto preço” (1 Cor 6, 20), a custo da morte na cruz do
Homem-Deus Jesus Cristo.
24. Ortodoxos e católicos estão unidos não só pela Tradição
comum da Igreja do primeiro milênio mas também pela missão de pregar o
Evangelho de Cristo no mundo de hoje. Esta missão exige o respeito mútuo
entre os membros das comunidades cristãs e exclui qualquer forma de
proselitismo.
Não somos concorrentes, mas irmãos: por esta certeza, devem ser
guiadas todas as nossas ações recíprocas e em benefício do mundo
exterior. Exortamos os católicos e os ortodoxos de todos os países a
aprender a viver juntos na paz e no amor e a ter “os mesmos sentimentos,
uns com os outros” (Rm 15, 5). Por isso, é inaceitável o uso de meios
desleais para incitar os crentes a passar de uma Igreja para outra,
negando a sua liberdade religiosa ou as suas tradições. Somos chamados a
pôr em prática o preceito do apóstolo Paulo: “Tive a maior preocupação
em não anunciar o Evangelho onde já era invocado o nome de Cristo, para
não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15, 20).
Greco-católicos
25. Esperamos que o nosso encontro possa contribuir também para
a reconciliação, onde existirem tensões entre greco-católicos e
ortodoxos. Hoje, é claro que o método do “uniatismo” do passado,
entendido como a união de uma comunidade à outra separando-a da sua
Igreja, não é uma forma que permita restabelecer a unidade. Contudo, as
comunidades eclesiais surgidas nestas circunstâncias históricas têm o
direito de existir e de empreender tudo o que é necessário para
satisfazer as exigências espirituais dos seus fiéis, procurando ao mesmo
tempo viver em paz com os seus vizinhos. Ortodoxos e greco-católicos
precisam de reconciliar-se e encontrar formas mutuamente aceitáveis de
convivência.
26. Deploramos o conflito na Ucrânia que já causou muitas
vítimas, provocou inúmeras tribulações a gente pacífica e lançou a
sociedade em uma grave crise econômica e humanitária. Convidamos todas
as partes do conflito à prudência, à solidariedade social e à atividade
de construir a paz. Convidamos as nossas Igrejas na Ucrânia a trabalhar
por se chegar à harmonia social, abster-se de participar no conflito e
não apoiar ulteriores desenvolvimentos do mesmo.
27. Esperamos que o cisma entre os fiéis ortodoxos na Ucrânia
possa ser superado com base nas normas canônicas existentes, que todos
os cristãos ortodoxos da Ucrânia vivam em paz e harmonia, e que as
comunidades católicas do país contribuam para isso de modo que seja
visível cada vez mais a nossa fraternidade cristã.
28. No mundo contemporâneo, multiforme e todavia unido por um
destino comum, católicos e ortodoxos são chamados a colaborar
fraternalmente no anúncio da Boa Nova da salvação, a testemunhar juntos a
dignidade moral e a liberdade autêntica da pessoa, “para que o mundo
creia” (Jo 17, 21). Este mundo, onde vão desaparecendo progressivamente
os pilares espirituais da existência humana, espera de nós um vigoroso
testemunho cristão em todas as áreas da vida pessoal e social. Nestes
tempos difíceis, o futuro da humanidade depende em grande parte da nossa
capacidade conjunta de darmos testemunho do Espírito de verdade.
Testemunhas da verdade
29. Neste corajoso testemunho da verdade de Deus e da Boa Nova
salvífica, possa sustentar-nos o Homem-Deus Jesus Cristo, nosso Senhor e
Salvador, que nos fortifica espiritualmente com a sua promessa
infalível: “Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai
dar-vos o Reino” (Lc 12, 32).
Cristo é fonte de alegria e de esperança. A fé n’Ele transfigura a
vida humana, enche-a de significado. Disto mesmo puderam convencer-se,
por experiência própria, todos aqueles a quem é possível aplicar as
palavras do apóstolo Pedro: “Vós que outrora não éreis um povo, mas sois
agora povo de Deus, vós que não tínheis alcançado misericórdia e agora
alcançastes misericórdia” (1 Ped 2, 10).
30. Cheios de gratidão pelo dom da compreensão recíproca
manifestada durante o nosso encontro, levantamos os olhos agradecidos
para a Santíssima Mãe de Deus, invocando-A com as palavras desta antiga
oração: “Sob o abrigo da vossa misericórdia, nos refugiamos, Santa Mãe
de Deus”. Que a bem-aventurada Virgem Maria, com a sua intercessão,
encoraje à fraternidade aqueles que A veneram, para que, no tempo
estabelecido por Deus, sejam reunidos em paz e harmonia num só povo de
Deus para glória da Santíssima e indivisível Trindade!
Havana (Cuba), 12 de fevereiro de 2016.
Texto da Rádio Vaticano
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