(RV) Na
tarde de dia 15 de fevereiro o Papa Francisco esteve com as famílias do
México na cidade de Tuxtla Gutiérrez, capital do Estado de Chiapas.
Foi um encontro de grande alegria, aquele que o Santo Padre teve com
as famílias mexicanas no repleto Estádio ‘Victor Manuel Reyna’.
Testemunhos e vários acontecimentos fora do programa marcaram este
momento de partilha com as milhares de famílias presentes.
Neste particular foi comovente no final da intervenção do Papa a
atitude de uma menina que surpreendentemente correu para o Santo Padre e
ali esteve um pouco no colo de Francisco. Um outro momento inesperado
foi quando a multidão levou uma criança com deficiência até ao palco,
onde estava o Papa, que logo a abraçou e saudou.
O Papa Francisco começou por agradecer a presença de todos dizendo
que se sentia ali o “sabor de família” e agradeceu, em especial os
testemunhos.
Manuel, um rapaz de 14 anos com deficiência motora e em cadeira de
rodas foi um desses testemunhos e o Papa Francisco agradeceu-lhe as suas
palavras e elogiou os seus pais, em particular, a expressão utilizada:
“encher-se de vontade”.
O Papa Francisco utilizou mesmo esta expressão para continuar a sua
intervenção afirmando que “isto é o que o Espírito Santo quer fazer
sempre no meio de nós: encher-nos de vontade, dar-nos motivos para
continuar a apostar, sonhar e construir uma vida com sabor a casa, a
família” – disse o Papa.
Rezar pelos adolescentes que vivem desanimados foi um dos pedidos de
Manuel que serviu para o Santo Padre referir-se a um dos outros
testemunhos, aquele de Beatriz. O Papa Francisco falou então de
precariedade, de solidão e de isolamento frisando que muitas vezes quem
se vê privado do mínimo indispensável pode sentir uma “forte ansiedade”:
“A forma de combater esta precariedade e isolamento, que nos tornam
vulneráveis a muitas soluções ilusórias, deve concretizar-se sob
distintas formas e a diferentes níveis. Uma das formas é por meio de
leis que protejam e garantam o mínimo necessário para que cada lar e
cada pessoa possam crescer através do estudo e dum trabalho digno” –
disse o Papa Francisco.
Na intervenção do Santo Padre destaque ainda para as ideologias que colonizam e colocam em causa a família:
“Hoje vemos e experimentamos, em várias frentes, como a família está a
ser fragilizada e posta em discussão. Julgando-a um modelo já
ultrapassado e sem lugar nas nossas sociedades, a pretexto de
modernidade favorece-se cada vez mais um sistema baseado no modelo do
isolamento” – afirmou o Papa.
Humberto e Cláudia, foi um outro casal que testemunhou a sua vida e
fé perante o Santo Padre, que apesar de casados apenas civilmente,
devido ao divórcio de Cláudia, vivem integrados na vida da Igreja no
serviço e na assistência aos outros.
Uma palavra ainda do Papa Francisco para as famílias que resistem à
“sociedade narcisista e obcecada com o luxo e o conforto” e para as
famílias que já com rugas testemunham a sua fidelidade no amor
matrimonial. A este propósito o Papa Francisco afirmou:
“Prefiro uma família ferida que procura em cada dia conjugar o amor, a
uma família e sociedade doente pela comodidade e o medo de amar”
“Prefiro uma família que procura uma vez e outra recomeçar, a uma
família e sociedade narcisista e obcecada com o luxo e o conforto.”
No final do encontro 200 casais que festejam bodas de ouro (50 anos de casamento) renovaram as suas promessas matrimoniais.
(RS)
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