Fátima
(RV) – O Papa Francisco realizou na sexta-feira e sábado uma
peregrinação ao Santuário mariano de Fátima por ocasião do primeiro
Centenário das Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria a 3 crianças.
Duas delas canonizadas neste sábado, Francisco e Jacinta, a terceira
Lúcia, em processo de beatificação.
Pouco mais de 23 horas em terras lusitanas, 4 discursos, sete
presentes, dois encontros privados, um almoço com os bispos portugueses e
a oração do Terço diante da imagem de Nossa Senhora e a Santa Missa com
a presença de milhares de fiéis e peregrinos.
Poucas horas, mas intensas. A paz e a esperança foram o lema da peregrinação ao santuário que tem na paz a sua melhor mensagem.
Francisco veio a Fátima como o peregrino da esperança e da paz
acolhendo o convite do Presidente da República e dos Bispos portugueses.
Foram momentos vividos com grande alegria pelos portugueses porque,
neste centenário, através da presença do Santo Padre a Igreja portuguesa
esteve unida a toda a igreja do mundo. Sim, porque sempre que o Papa
peregrina é toda a Igreja que peregrina com ele.
Como o próprio Francisco disse aos cerca de 70 jornalistas presentes
no avião papal, esta foi uma “viagem um pouco especial, uma viagem de
oração, um encontro com o Senhor e com a Santa Mãe de Deus”.
Na grande vigília de oração na sexta-feira Francisco rezou diante da
imagem de Nossa Senhora. Ali aos pés da imagem colocou flores e depois
uma Rosa de Ouro, pediu paz e concórdia para o mundo, e para os povos.
Recordou os pastorinhos e que podemos também ser peregrinos de todos os
caminhos, derrubando muros e fronteiras.
O Papa peregrino foi doce mas preciso em suas palavras, numa mensagem
na qual falou de perdão, da humanidade e dos mais fracos. Francisco
recordou que não há Cristianismo sem Maria e avisou que é um erro pensar
em Deus ou em Nossa Senhora como figuras “castigadoras” do pecado. São
misericordiosos.
O Papa Francisco deixou a todos uma pergunta que certamente os
peregrinos vão levar na sua bagagem espiritual; Peregrinos com Maria…
Qual Maria? Uma “Mestra de vida espiritual”, a primeira que seguiu
Cristo pelo caminho “estreito” da cruz dando-nos o exemplo, ou então uma
Senhora “inatingível” e, consequentemente, inimitável? A “Bendita por
ter acreditado” sempre e em todas as circunstâncias nas palavras
divinas, ou então uma “Santinha” a quem se recorre para obter favores a
baixo preço? Francisco exortou os fiéis a deixarem de lado as próprias
ambições e interesses.
A Praça diante do Santuário ficou pequena para acolher tantos
peregrinos que chegaram a dormir ao ar livre para poder ver e ouvir
Francisco. Uma verdadeira festa de fé, de cores e louvores.
Muitos dos peregrinos carregaram com orgulho na sua peregrinação a
bandeira do seu país. Vieram rezar e pedir pela paz nas suas nações,
todos de coração cheio. Vieram e voltam agora para casa com uma mensagem
de paz. Carregam em suas bagagens uma experiência ímpar, indescritível.
Vieram renovar a fé e deixar aos pés da Senhora de Fátima, todos os
desejos, anseios e horizontes.
Fátima tocou e toca o coração das pessoas, como certamente tocou o
coração de Francisco. Também ele trouxe aos pés da mãe os pedidos e
anseios de toda uma humanidade; trouxe no coração as preces de uma
humanidade ferida e oprimida em tantas situações de guerras,
perseguições e injustiças.
E na sua passagem por Fátima Francisco deu à Igreja dois novos
santos, duas crianças, os mais jovens santos não mártires a serem
canonizados. Um novo capítulo na história da Igreja no que diz respeito à
infância.
A peregrinação de Francisco a Fátima certamente ficará na memória
deste Santuário e dos peregrinos que o visitam. Deste lugar sagrado o
Sucessor de Pedro falou de uma “revolução” centralizada na misericórdia e
no perdão, palavras-chave de seu pontificado, a revolução da ternura e
do carinho. Com Maria, disse, possamos ser sinal e sacramento de
misericórdia de Deus, que perdoa sempre, perdoa tudo.
Francisco concluiu, como tantos outros fiéis a sua peregrinação a
Fátima. Ele como tantos outros percorreu o caminho até a “Casa da Mãe”.
De Fátima, para a Rádio Vaticano, Silvonei José
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