(RV) – O
Papa Francisco recebeu hoje, sábado dia 20 de Maio de 2017, às 12 horas
de Roma, em audiência na Sala Clementina do Vaticano, cerca de 250
participantes do encontro promovido pela Fundação Centesimus Annus-Pro
Pontífice.
Dou-vos um cordial bem-vindo, disse Francisco aos presentes, por
ocasião da Conferência Internacional da Fundação Centesimus Annus Pro
Pontifice e exprimo o meu apreço pelos esforços levados a cabo pela
Fundação em criar alternativas de compreensão da economia, do
desenvolvimento e do comércio, por forma a responder aos desafios éticos
colocados pela imposição de novos paradigmas e formas de poder
derivados da tecnologia, da cultura do desperdício e por estilos de vida
que ignoram os pobres e desprezam os fracos.
Muitas pessoas se empenham para unir a família humana na busca comum
de um desenvolvimento sustentável e integral, pois, sabemos que as
coisas podem mudar. A vossa Fundação oferece também um precioso
contributo precisamente em considerar as actividades comerciais e
financeiras à luz da rica tradição da doutrina social da Igreja e de uma
inteligente pesquisa de alternativas construtivas. Com base na vossa
competência e experiência, e em cooperação com outras pessoas de boa
vontade, empenhastes em desenvolver modelos de crescimento económico
centrados sobre a dignidade, a liberdade e a criatividade, que são
características peculiares da pessoa humana.
A vossa Declaração deste ano, prosseguiu o Santo Padre, sublinha
justamente que a luta contra a pobreza exige uma melhor compreensão da
pobreza como um fenómeno humano e não meramente económico. Neste sentido
para o Papa Francisco, promover o desenvolvimento humano integral
requer diálogo e envolvimento com as necessidades e as aspirações das
pessoas, requer sobretudo escutar os pobres e a sua quotidiana
experiência de privações múltiplas, elaborando respostas específicas
para situações concretas.
Tudo isso, sublinha ainda Francisco, requer que sejam postas em acto
no seio das comunidades e entre as comunidades e o mundo dos negócios,
estruturas de mediação capazes de pôr juntas, pessoas e recursos,
iniciando assim processos nos quais os pobres sejam protagonistas
principais e beneficiários. Uma tal perspectiva de actividade económica
centrada na pessoa humana, disse ainda o Santo Padre, encorajará para
mais iniciativa, mais criatividade, o espírito empresarial e da
comunidade de trabalho e de empresa e assim favorecerá inclusão social e
o crescimento de uma cultura de solidariedade eficaz.
Nestes dias colocastes particular atenção à questão crucial da
criação de trabalho no contexto da nova revolução tecnológica em acto.
Como não preocupar-se pelo grave problema do desemprego dos jovens e dos
adultos que não dispõem de meios para “promover” a si mesmos? Trata-se
de um problema que atingiu proporções realmente dramáticas seja nos
países desenvolvidos seja nos países em vias de desenvolvimento e que
precisa de ser enfrentado por uma questão de justiça entre gerações e de
responsabilidade para com o futuro. Da mesma maneira, os esforços para
enfrentar as questões conexas ao crescimento de novas tecnologias, a
transformação dos mercados e as legítimas aspirações dos trabalhadores
devem ter em consideração não só os indivíduos mas também as famílias.
Finalmente, Francisco encorajou os presentes pelos esforços em levar a
luz do Evangelho e a riqueza da doutrina social da Igreja sobre todas
essas questões e desafios epocais dramáticos, contribuindo deste modo,
para um debate mais informativo, para o diálogo e a pesquisa, mas também
empenhando-se por construir um mundo mais justo, livre e em harmonia.
Ao formular os meus anseios e o meu augúrio pela fecundidade do vosso
trabalho, invoco a bênção de Deus sobre vós, sobre as vossas famílias e
sobre os membros da vossa Fundação.
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