(RV) Em
conclusão da sua intensa visita pastoral a Génova, o Papa Francisco
presidiu na tarde deste sábado (27/05), na Praça Kennedy, à Santa Missa
com a participação de milhares de fiéis. Na homilia Francisco falou do
poder de Jesus ressuscitado, tema comum às leituras deste domingo da
Ascensão do Senhor. Mas em que consiste a força do Espírito Santo e este
poder de Deus?.
É antes de tudo o poder de ligar o céu e a terra, explicou o Pontífice:
“Hoje nós celebramos este mistério, porque quando Jesus subiu
ao Pai a nossa carne humana atravessou o limiar do Céu: a nossa
humanidade está lá, em Deus, para sempre. Lá está a nossa confiança,
porque Deus nunca se separará do homem”.
E conforta-nos saber que em Deus, com Jesus, está preparado para cada
um de nós um lugar: um destino de filhos ressuscitados nos espera e por
isso vale a pena viver aqui na terra buscando as coisas do alto, onde
está o nosso Senhor, pois é isto que Jesus fez, com o seu poder de ligar
para nós a terra ao céu, reiterou o Papa.
Mas este seu poder não terminou com a subida ao céu – prosseguiu
Francisco - ele continua ainda hoje e dura para sempre, porque Jesus
disse: "Eu estou sempre convosco, até ao fim dos tempos". E não é uma
simples maneira de dizer, garantiu o Papa:
“Não, Jesus está verdadeiramente connosco e para nós: no céu
mostra sempre ao Pai a sua humanidade, a nossa humanidade, e assim "está
sempre vivo para interceder" em nosso favor”.
Eis, pois, para Francisco, a primeira palavra-chave do poder de
Jesus: intercessão. Jesus junto do Pai intercede cada dia, em cada
momento por nós. Em cada oração, em cada pedido de perdão que fazemos,
sobretudo na Missa, Jesus como nosso advogado intervém, mostra ao Pai as
suas chagas, e intercede e obtém misericórdia para nós.
Esta capacidade de interceder, Jesus deu-a também a nós, à Sua
Igreja, que tem o poder e também o dever de interceder, de rezar por
todos, sublinhou o Papa. E para não nos deixarmos submergir pelas
correrias e pelo "mal da vida", recordemo-nos todos os dias de "lançar a
âncora em Deus", levando a Ele os nossos pesos, as pessoas e situações,
e confiando tudo a Ele – advertiu Francisco.
A oração é, portanto, a nossa força e o nosso poder: não para
prevalecer ou gritar mais alto, segundo a lógica deste mundo, mas
exercer com humilde o poder da oração, com o qual também se podem parar
as guerras e alcançar a paz.
Uma segunda palavra-chave que revela o poder de Jesus, disse ainda o
Pontífice, é o anúncio. O Senhor envia os seus a anunciá-lo apenas com o
poder do Espírito Santo, um acto de grande confiança nos discípulos:
“Jesus confia em nós, acredita em nós mais do que nós
acreditamos em nós mesmos! Nos envia apesar das nossas faltas; Ele sabe
que nunca seremos perfeito, e que se esperarmos de sermos melhores
para evangelizar, nunca havemos de iniciar”.
Importante, para Jesus, diz o Papa, é que superemos já desde agora o
fechamento, porque o Evangelho não pode ser fechado e selado, e o amor
de Deus é dinâmico e quer chegar a todos. Então, é necessário sair de si
mesmos, confiando apenas no Senhor e sem se refugiar nas próprias
seguranças.
Portanto, ir ao mundo com o Senhor faz parte da nossa identidade de
cristão, disse o Papa a terminar, mas ir não como um velocista que corre
loucamente, nem como um conquistador que deve chegar antes dos outros,
mas como peregrino, missionário, como um "maratonista esperançoso":
manso, mas decidido no caminhar.
"Peçamos ao Senhor a graça de não nos fossilizarmos em
questões não-centrais, mas dedicar-nos plenamente à urgência da missão;
deixemos a outros as fofocas e as falsa discussões de quem só ouve a si
mesmo, e trabalhemos concretamente para o bem comum e a paz" – concluiu Francisco.
(BS)
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