(RV) O
Papa Francisco recebeu hoje, segunda-feira, dia 8 de Maio de 2017, às
12 horas de Roma, em audiência na Sala do Consistório, no Vaticano, os
cerca de 50 membros da Comunidade do Pontifício Colégio Português de
Roma.
Obrigado por terem vindo visitar-me; sejam bem-vindos, disse
Francisco no seu breve discurso, iniciando, antes de mais, por agradecer
ao Reitor, o Padre Caldas pelas amáveis palavras que lhe dirigiu a nome
de toda a comunidade do Colégio. Francisco estendeu assim o seu abraço à
todos os colaboradores, às irmãs e ao pessoal em geral que trabalha
neste Colégio. Agradeço-vos, acrescentou o Papa, pelas vossas orações;
da minha parte faço votos de paz e esperança no Senhor a cada de um de
vós e as vossas famílias e Nações de proveniência.
Em Portugal, este augúrio o levarei, se Deus quiser, pessoalmente
durante a minha eminente peregrinação ao Santuário de Fátima, onde, cem
anos atrás, nossa Senhora apareceu aos três Pastorinhos. O Encontro com
Nossa Senhora foi para eles uma experiência de graça que os fez
apaixonar de Jesus.
Maria, sublinhou o Santo Padre, introduziu os três pastorinhos na
intimidade do conhecimento do Amor Trinitário e os levou a saborear Deus
como a realidade mais bonita da existência humana. Francisco fez então
votos para que cada um dos presentes possa fazer a mesma experiência:
por de cima de todos os outros objectivos que vos trouxeram aqui em
Roma, disse, esteja sempre o seguinte: conhecer e amar Cristo,
procurando conforma-se a Ele até ao dom total da própria vida.
Concretamente, vós, caros presbíteros, sois chamados a progredir, sem
nunca se levarem pelo cansaço, na vossa formação cristã e sacerdotal,
pastoral e cultural. Qualquer que seja a vossa especialização académica,
a vossa primeira preocupação permaneça sempre aquela de crescer no
caminho da consagração sacerdotal, mediante a experiência amorosa de
Deus: um Deus próximo e fiel como o sentiram os beatos Francisco e
Jacinta e a Serva de Deus, Lúcia. Hoje, contemplando a sua vida, humilde
entretanto gloriosa, sentimo-nos levados, também nós, a entregarmo-nos
aos cuidados da mesma Mestra.
O mistério desta jovem de Nazaré, prosseguiu o Santo Padre, não nos é
estranho. Não é: “Ela lá e nós aqui”!, Estamos ligados. A relação com
Nossa Senhora ajuda-nos por conseguinte a ter uma boa relação com a
Igreja: ambas são Mães: o que se pode dizer de Maria se pode dizer
também da Igreja e da nossa alma. Ambas as três são femininas, ambas as
três são Mães, ambas as três dão vida. Por isso é necessário cultivar
uma relação filial com Nossa Senhora, pois faltando este aspecto se
introduz algo de órfão no nosso coração.
Daí, a chamada de atenção do Papa aos presentes: um sacerdote que
esquece da Mãe de Deus e sobretudo nos momentos de dificuldade, está
privado de algo. É como se ele fosse órfão, quando na realidade não o é.
Esqueceu-se da sua mãe. Ora, sublinha Francisco, nos momentos de
dificuldade a criança vai sempre ter com a sua mãe. E a palavra de Deus
ensina-nos a ser como as crianças nos braços da mãe.
Ao concluir, faço votos para que a vossa comunidade sacerdotal
continue a ser um celeiro de apóstolos, ponto de união das Igrejas dos
vossos países com Roma, unidos na caridade e no testemunho vivo do amor
de Deus para com a humanidade. Com estes augúrios para um melhor futuro
do Pontifício Colégio Português, dou de coração aos superiores, aos
estudantes, aos colaboradores e as vossas famílias, a Bênção Apostólica.
Rezo a Nossa Senhora de Fátima para que vos ensine a acreditar, adorar,
a esperar e amar como os Beatos Francisco e Jacinta e a Serva de Deus
Lúcia. E por favor, não esqueçam de rezar por mim.
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