04 maio, 2017

Egipto: Terra de refúgio da Sagrada Família de Nazaré


(RV) Como habitualmente, também na manhã de hoje, quarta-feira, dia 03 de Maio de 2017, às 10 horas de Roma, o Papa Francisco presidiu a audiência geral na Praça de S. Pedro. Tema da catequese de hoje, a sua recente viagem apostólica ao Egipto: um momento para Francisco de partilhar com os milhares de fiéis e peregrinos provenientes de diversas partes da Itália e do mundo inteiro, os frutos da sua viagem apostólica à este país africano e árabe. Recordamos que é a segunda viagem apostólica do Papa Francisco ao continente africano.

Hoje quero falar-vos da viagem apostólica que, com a ajuda de Deus, realizei recentemente no Egipto. Fui para este país após ter recebido um quarto convite: do Presidente da República, de Sua Santidade o Patriarca Copto Ortodoxo, do Gran Imãn de Al-Azhar e do Patriarca Copto Católico. Agradeço cada um deles pela calorosa hospitalidade que me reservaram. E agradeço também a todo o povo egípcio pela participação e o afecto com que viveu esta visita do Sucessor de S. Pedro.

Após ter sublinhado o extraordinário empenho levado a cabo pelo Presidente e pelas autoridades civis e religiosas do país para que tudo podesse decorrer da melhor maneira possível e sobretudo para que a sua visita podesse também, ser um sinal concreto de busca da paz, para o Egipto e para toda a subregião do Médio Oriente, Francisco confirmou aos presentes que a sua viagem apostólica tinha realmente como principal objetivo ser um sinal de paz para aquela região, atribulada por séculos de conflitos e terrorismo. Daí o lema da viagem, “O Papa da paz num Egito de paz”.

A minha visita à Universidade Al-Azhar, a mais antiga universidade islâmica e máxima instituição do Islão sunita, disse o Santo Padre, se revestiu de um duplo horizonte: o do diálogo entre cristãos e muçulmanos e ao mesmo tempo, o da promoção da paz no mundo. Ainda em Al-Alzhar, acrescentou o Papa, encontrei-me antes de mais com o Grãn Imãme; encontro esse que prosseguiu depois na participação conjunta da Conferência Internacional para a Paz. E referindo-se da sua comunicação, Francisco disse que “ofereceu uma reflexão que valorizou a história do Egipto como terra de civilização e terra de aliança”.

Para toda a humanidade, frisou, o Egipto é sinónimo de antiga civilização, de tesouros de arte e conhecimento; e isto recorda-nos que a paz se constrói mediante a educação, a formação do saber,  a formação de um humanismo que compreende também a dimensão religiosa, a relação com Deus, como sublinhou, recordou o Santo Padre, o Grãn Imãme no seu discurso.

A paz se constrói também partindo  da Aliança entre Deus e o homem, fundamento da aliança entre todos os homens, baseada no Decálogo, nos 10 mandamentos da Lei de Deus escritos na tábua da pedra do Sinai, mas mais profundamente, inscrita no coração de cada ser humano, de todos os tempos e de todos os lugares. Esta lei, acrescentou Francisco, se resume em dois mandamentos: o do amor à Deus e ao próximo.

Este mesmo fundamento está também na base da construção da ordem social e civil e, disse o Santo Padre, no encontro com o Presidente da República, falou-se da necessidade  a que todos os cidadãos, independentemente da sua cultura ou religião possam prestar a sua colaboração na construção dessa ordem social e civil. O grande património histórico e religioso do Egipto e o seu papel na região medioriental lhe atribui uma tarefa peculiar no caminho rumo a paz douradoura e estável, que se assente não no direito da força, mas na força do direito disse ainda o Papa.

Os cristãos, no Egipto, como em todas as nações da terra, estão chamados a ser fermento de fraternidade. E isso é posível se viverem na comunhão com Cristo. Um forte sinal de comunhão, graças a Deus, conseguimos dar juntos com o meu caro irmão Papa Tawadrós II, Partriarca dos Coptos Ortodoxos. Renovamos o empenho, assinando uma Declaração conjunta, de caminhar juntos e de empenharmo-nos em não repetir o Baptismo administrado nas respectivas Igrejas. Juntos rezamos para os mártires dos recentes atentados que atingiram trágicamente aquela venerável Igreja e o sangue destes mártires fecundou aquele encontro ecuménico, no qual partecipou também o Patriarca de Constantinopla Bartolomeu, o Patriarca Ecuménico e meu irmão.

 Por fim, sublinhou ainda Francisco entre outros, o encontro com a comunidade católica local que se desenvolveu num clima de fé e de fraternidade na presença do Senhor Ressuscitado, e que para o Santo Padre, renovou no coração de cada um o apelo a ser sal e luz para o povo egípcio.

E Francisco agradeceu novamente todos aqueles que, de diversos modos, contribuiram a tornar possível a realização efectiva desta viagem, sobretudo aqueles que ofereceram mediante a oração, o seu sofrimento a bem desta viagem.

 A Sagrada Família de Nazaé, concluiu dizendo Francisco, que emigrou pelas margens do rio Nilo para escapar da violência de Herodes, abençoe e proteja sempre o povo egípcio e o guie pelos caminhos da fraternidade e da paz.

E, como habitualmente, também hoje não faltou a saudação espcial de Francisco aos peregrinos de língua oficial portuguesa presentes na Praça de S. Pedro: “Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos saúdo com grande afeto e alegria, de modo especial os grupos vindos do Brasil: os membros da família Esperança, da Federação brasileira de Academias de Medicina, bem como os fiéis de Ribeirão Preto, Londrina e Caratinga. Desça sobre vós e vossas famílias a bênção de Deus.

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