(RV) O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta
segunda-feira (22/05), na Sala do Consistório, no Vaticano, cinquenta e
três participantes do 9º Capítulo Geral das Pias Discípulas do Divino
Mestre.
O Capítulo Geral das religiosas teve início, em Roma, no dia 10 de
abril e prossegue até 28 de maio, sobre o tema “Vinho novo em odres
novos”. No último dia 10, foi eleita a nova Superiora Geral, Ir. M.
Micaela Monetti, que exercerá o cargo até 2023. Este é o segundo mandato
da religiosa.
Comunhão
O Papa desejou às Pias Discípulas do Divino Mestre que esse tempo do
Capítulo Geral traga frutos abundantes do Evangelho na vida do
Instituto.
“Frutos, sobretudo, de comunhão. Abertas ao Espírito Santo, Mestre da
diversidade e Mestre da unidade nas diferenças, vocês caminharão na
comunhão que respeita a pluralidade, que as impulsione a tecer
incansavelmente a unidade nas diferenças legítimas, considerando a sua
presença em vários países e culturas. Como permitir a cada um de se
expressar, de ser acolhido com os seus dons específicos, de se tornar
plenamente co-responsável? Cultivando a atenção e o acolhimento
recíproco, praticando a correcção fraterna e o respeito pelas irmãs
vulneráveis, crescendo no espírito de viver juntas, banindo das
comunidades as divisões, invejas e fofocas, dizendo as coisas com
franqueza e caridade.”
Carismas
Francisco destacou os frutos de comunhão com os homens e mulheres de
nosso tempo, com os irmãos e irmãs da Família Paulina, pois as Pias
Discípulas do Divino Mestre tem como pai e fundador Pe. Tiago Alberione,
e a missão de levar o Evangelho aos homens e mulheres de nosso tempo,
“através do apostolado litúrgico e auxílio aos sacerdotes”.
Frutos de comunhão com outros carismas. “É o momento da sinergia de
todos os consagrados para acolher as riquezas de outros carismas e
colocá-los a serviço da evangelização, permanecendo fiéis à própria
identidade. Ninguém constrói o futuro isolando-se, nem com as próprias
forças”, disse o Papa.
Escuta
“O Capítulo Geral é tempo de ouvir o Senhor que nos fala através dos
sinais dos tempos. Tempo de escuta recíproca e abertura ao que o Senhor
nos comunica através dos irmãos. Tempo de confronto sereno e sem
preconceitos entre os próprios projectos e os dos outros. Tudo isso
requer abertura da mente e do coração.”
“O Capítulo Geral é um tempo propício para exercer o espírito do
êxodo e da hospitalidade: sair de si para acolher com alegria a parte da
verdade que o outro me comunica e juntos caminhar para a verdade plena e
única que nos torna livres”.
Discernimento
“Ouvir as irmãs, como também os homens e as mulheres de hoje. Nesse
tempo de grandes desafios, que exigem dos consagrados fidelidade
criativa e busca apaixonada, a escuta e a partilha são muito
necessárias, se quisermos que a nossa vida seja plenamente significativa
para nós mesmos e para as pessoas que encontramos.”
“Para tal objectivo é necessário manter um clima de discernimento,
para reconhecer o que pertence ao Espírito e o que é contrário a Ele.
Diante de nós se abre um mundo de possibilidades. A cultura em que
estamos imersos nos apresenta todas como válidas e boas, mas se não
quisermos ser vítimas da cultura do zapping, e às vezes de uma cultura
de morte, devemos incrementar o hábito do discernimento, nos formar e
formar para o discernimento. Nunca se cansem de se perguntar como
indivíduo e comunidade: Senhor, o que devo fazer? O que devemos fazer?”
Profecia
Segundo Francisco, “o Capítulo é também tempo para renovar a
docilidade ao Espírito que anima a profecia. Este é o valor
irrenunciável para a vida consagrada, pois é uma forma especial de
participação na missão profética de Cristo”.
O Papa encorajou as religiosas a viverem “a profecia da alegria,
aquela que nasce do encontro com Cristo numa vida de oração pessoal e
comunitária, de escuta da Palavra, no encontro com os irmãos e irmãs,
numa vida comunitária fraterna e alegre, inclusiva da fragilidade e que
abraça a carne de Cristo nos pobres”.
Francisco incentivou as Pias Discípulas do Divino Mestre a serem
“profetas da esperança com os olhos voltados para o futuro”. “Como todos
os discípulos de Jesus sabemos que a esperança é para nós uma
responsabilidade. Jesus Cristo é a nossa esperança. Nele depositamos a
nossa confiança e com a força do Espírito Santo podemos ser profetas da
esperança. Não se unam aos profetas da desgraça que fazem tanto mal à
Igreja e à vida consagrada”, concluiu. (BS/MJ)
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