(RV) O Papa
Francisco esteve no Egipto nos passados dias 28 e 29 de abril, numa
viagem apostólica marcada pelos valores da paz, da caridade e do
ecumenismo. Em particular, o Santo Padre assinou uma declaração conjunta
com o Papa Copto-Ortodoxo Tawadros II num ato importante de duas
comunidades que se separaram no século V mas que procuram agora o
“restabelecimento da plena comunhão”.
Na missa com a comunidade Copto-Católica Francisco afirmou na sua
homilia que “o único extremismo permitido aos cristãos é o da caridade”.
Transmitimos aqui as declarações proferidas pelo Mons. Dario Edoardo
Viganò, Prefeito da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé, sobre a
viagem de Francisco ao Egipto na reportagem da jornalista italiana da
Rádio Vaticano Adriana Masotti:
“O Papa foi ao Egipto como peregrino da paz, procurando os encontros
possíveis, os abraços e, sobretudo, para individuar possíveis estradas
para que as religiões possam ser protagonistas de aliança e de paz.
Portanto, uma viagem que fez passos importantes seja no âmbito de uma
responsabilidade das religiões, seja também de um ponto de vista das
relações, penso, por exemplo, nos coptas ortodoxos e na declaração
conjunta.”
Nesta entrevista à Rádio Vaticano o Mons. Dario Viganò referiu-se aos
gestos de Francisco no Egipto, especialmente, o abraço com o grande Imã
de Al Azhar. Muito importantes as palavras proferidas por Francisco que
acompanharam os seus vários gestos:
“ São muitas. Penso, por exemplo, quando encontrou as autoridades e o
Papa disse: ‘A paz é dom de Deus mas também trabalho do homem’. E isto
disse-o depois de ter recordado os 70 anos das relações entre a Santa Sé
e o Egipto. E ali recordou também como é importante reconhecer os
passos feitos pelo Egipto, ou seja, os projetos nacionais para o Médio
Oriente. Isto, certamente, é também uma responsabilidade para o povo
egípcio. Penso, sobretudo, nas palavras que Francisco dirigiu ao Papa
copto-ortodoxo quando falou de ecumenismo de sangue. Depois, a Missa; a
Missa foi um momento muito importante, muitos jovens, muitas famílias,
falou de morte, ressurreição e vida, recordando os discípulos de Emaús,
dizendo: olhai que é preciso aprender a ‘despedaçar o endurecimento dos
nossos corações para procurar Jesus’. E ainda aos religiosos quando o
Papa, antes de mais, recordou o Evangelho de Lucas dizendo: ‘Não temais,
pequeno rebanho’, agradeceu-lhes pelo seu testemunho, pelo facto de
estar naquela terra. Disse-lhes para não terem medo do quotidiano; e
sobretudo disse depois: atenção, porque nestas situações, às vezes, pode
haver uma tentação, que é aquela de tentar fugir, de escapar da cruz.
Portanto, uma viagem de grande intensidade espiritual, de grande
proximidade humana e sobretudo de grande apoio àqueles passos possíveis
que possam ser realizados em nome e a favor da paz.”
(RS)
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