(RV) Depois
da audiência a Donald Trump, que durou cerca de meia hora, o Papa
Francisco dirigiu-se à Praça de São Pedro, onde milhares de fiéis e
peregrinos de várias partes do mundo estavam já reunidos para ouvir a
sua catequese semanal, desta vez centrada sobre “Emaús, o caminho da esperança”
O Papa partiu da leitura bíblica do Evangelho de São Lucas, para
falar da experiencia dos dois discípulos de Emaús que tinham posto toda a
sua esperança em Jesus. Pensavam que depois de um longo período de
preparação e escondimento, Jesus teria manifestado a sua potencia, mas
isso não aconteceu. Ele morreu na cruz.
Os dois discípulos estavam tristes – disse o Papa – porque tinham
cultivado uma esperança só do ponto de vista humano e que acabou por
desmoronar. Por isso eles fugiram de Jerusalém tristes para ir procurar
tranquilidade numa aldeia. Aquela festa de Páscoa que devia entoar o
cântico da libertação tinha-se, pelo contrário, transformado num dia
doloroso. Estão caminham tristes. Francisco chamou atenção para o
elemento “caminho” que era já importante nas narrações evangélicas e
que torna-se ainda mais importante quando se começa a contar a história
da Igreja.
Os dois discípulos caminham pensativos quando alguém se põe ao lado
deles. É Jesus, mas não o reconhecem. Jesus começa então a sua “terapia
da esperança – sublinhou o Papa indicando o método seguido por Cristo:
pergunta e escuta, pois que Jesus não se imiscui. Deixa aos discípulos o
tempo de remexer eles próprios em profundidade a sua amargura. O
resultado é uma confissão: “nós esperávamos, mas….” O Papa compara a
amargura destes dois discípulos às que cada um de nós pode ter e tem na
vida. Mas Jesus caminha, diz o Papa…
“Jesus caminha com todas as pessoas desconfortadas que
caminham com a cabeça abaixada. E caminhando com eles, de maneira
discreta, consegue voltar a dar esperança” .
Jesus – prosseguiu o Papa – fala aos discípulos de Emaús antes de
mais através das Escrituras para fazer compreender que não há heroísmo
fácil. A verdadeira esperança passa sempre por derrotas, por
sofrimentos...
Depois Jesus repete-lhes o gesto principal de cada Eucaristia: toma o
pão, o abençoa, o parte e o dá. Nesta serie de gestos não está por
ventura toda a história de Jesus, aquilo que deve ser a Igreja? –
pergunta Francisco que responde:
“Jesus nos toma, nos abençoa, “quebra” a nossa vida – porque
não há amor sem sacrifício – e a oferece aos outros, a oferece a todos”.
O encontro de Jesus com os dois discípulos é rápido, mas nele está
todo o destino da Igreja. Uma Igreja em caminho, não encerrada numa
cidadela. E no caminho “encontra as pessoas com as suas esperanças e
desilusões, por vezes pesadas”; escuta-as e dá a Palavra de esperança,
testemunho de amor, amor fiel até ao fim.
“Todos nós, na nossa vida, temos tido momentos difíceis, de
escuridão; momentos em que caminhávamos tristes, pensativos, sem
horizontes, só um muro à frente. E Jesus está sempre ao nosso lado para
nos dar esperança, para aquecer o nosso coração e dizer “vai em frente,
eu estou contigo. Vai em frente”
O segredo de Emaús está nisto – disse Francisco. Mesmo através de
aparência contrárias, continuamos a ser amados, e Deus não deixará nunca
de nos querer bem.
“Deus caminhará sempre connosco, sempre, mesmo nos momentos
mais dolorosos, mesmo nos momentos mais duros, mesmo nos momentos de
derrota: ali está o Senhor. E é esta a nossa esperança: vamos para a
frente com esta esperança, porque Ele está ao nosso lado caminhando
connosco. Sempre! “
*
A catequese do Papa foi depois resumida em diversas línguas,
incluindo a língua ucraina, e ao saudar em italiano os peregrinos desta
língua, mas com algumas palavras em ucraino, o que suscitou aplausos, o
Papa disse que continua a inovar do Senhor a paz para a querida terra
ucraina.
Eis a saudação do Papa aos peregrinos de língua portuguesa
"Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, invocando para
todos as consolações e luzes do Espírito de Deus, a fim de que, vencidos
pessimismos e desilusões da vida, possam cruzar, juntamente com os
seres queridos, o limiar da esperança que temos em Cristo ressuscitado.
Conto com as vossas orações. Obrigado!"
(DA)
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