Por
vezes fazemos da nossa vida cristã um cofre!
Tanto
a queremos proteger de influências exteriores, que a fechamos ao mundo, que a
escondemos no nosso dia-a-dia, que fazemos dela uma relação quase exclusiva
entre Deus e nós, onde outros não entram.
E,
no entanto, a vida cristã é essencialmente comunitária, é Igreja, ou seja,
assembleia de fiéis, pois se assim não fosse, como poderíamos dar testemunho
cristão, como chamar outros a Deus, na certeza de que Ele se quer servir de nós
para essa missão?
A
nossa relação com Deus, a nossa vida cristã deve revestir-se da certeza de que
Ele está sempre connosco, e assim, deve enformar de tal modo a nossa vida
diária, que não devemos temer a influência do mundo, pois na comunhão com
Cristo e com os irmãos, reside a nossa força para resistir ao pecado.
O
mundo é bom, é belo, é uma criação de Deus e como tal o mal não está no mundo,
mas sim naquilo que o homem pecador transforma no mundo, e o afasta de Deus.
A
Confissão/Reconciliação é realmente uma relação inteiramente a dois, entre o
pecador e Deus/sacerdote, mas é celebrada em Igreja e leva sempre à Eucaristia,
à Comunhão de Cristo Sacramentado, e essa Comunhão só se torna completa
verdadeiramente, quando se torna também comunhão com os outros, amando-nos uns
aos outros como Ele nos ama.
Sim,
a nossa vida cristã deve ser um cofre para proteger o tesouro mais sagrado da
fé em Deus, mas deve ter como combinação de abertura a oração, a Confissão, a
Eucaristia, a Comunhão, combinação essa que nos torna sempre abertos ao mundo,
aos outros, precisamente porque estamos abertos a Deus.
Monte
Real, 20 de Agosto de 2015
Joaquim
Mexia Alves
Nota:
Não sei bem porque escrevi este texto, mas sem dúvida que alguma coisa o Senhor me quer dizer com ele.
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