(RV) Quarta-feira,
5 de agosto, audiência geral com o Papa Francisco na Sala Paolo VI, a
primeira depois da suspensão do mês de julho. Grande entusiasmo e a
presença de muitos jovens acólitos presentes em Roma em peregrinação.
Tema da catequese: os divorciados recasados.
O Santo Padre afirmou, desde logo, que apesar de estas novas
situações contradizerem o sacramento do matrimónio, a Igreja, animada
pelo Espírito Santo, procura sempre o bem e a salvação das pessoas. Eis
porque a Igreja sente o dever de “bem discernir as situações” sempre
“por amor à verdade” como se exprimia S. João Paulo II na sua Encíclica
‘Familiaris Consortio’. O Papa Francisco sublinhou em particular que
devemos olhar para estas novas famílias com os olhos dos filhos
pequenos, das crianças e veremos, assim, ainda mais, a urgência de
desenvolver nas nossas comunidades um acolhimento real destas pessoas.
“Deve-se fazer de tal maneira que não se juntem outros pesos para
além daqueles que os filhos, nestas situações, já se encontram a ter que
levar! Infelizmente, o número destas crianças e jovens é
verdadeiramente grande. É importante que eles sintam a Igreja como mãe
atenta a todos, sempre disposta à escuta e ao encontro.”
O Papa Francisco destacou o trabalho já desenvolvido pela Igreja nas
últimas décadas e que fez crescer a consciência de que é necessário um
fraterno e atento acolhimento no amor e na verdade para com os batizados
que estabeleceram uma nova relação depois da falência do matrimónio
sacramental. ”Efetivamente, estas pessoas não estão excomungadas e não
podem ser absolutamente tratadas como tal: elas fazem sempre parte da
Igreja” – sublinhou o Santo Padre.
Recordando as palavras de Bento XVI no VII Encontro Mundial das
Famílias em Milão em 2012, nas quais o Papa Emérito solicitava
discernimento e acompanhamento pastoral sublinhando que ”não existem
receitas simples”, o Papa Francisco afirmou que é importante que todos
se sintam acolhidos e possam viver segundo uma fé convicta e praticada:
através da oração, da escuta da Palavra de Deus, da frequência na
liturgia, da educação cristã dos filhos e do compromisso pela justiça e
pela paz.
Relembrando o ícone bíblico do Bom Pastor o Santo Padre declarou que a Igreja é chamada a estar sempre de portas abertas:
” A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Nada de
portas fechadas... Todos podem participar de certa maneira na vida
eclesial, todos podem fazer parte da comunidade. A Igreja é a casa
paterna onde há lugar para cada um com a sua vida de canseiras.”
No final da catequese o Santo Padre saudou também os peregrinos de
língua portuguesa, em particular os muitos acólitos portugueses
presentes:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os acólitos e
escutas de Portugal, bem como os fiéis brasileiros: sejam bem-vindos!
Saúdo-vos como membros desta família que é a Igreja, pedindo-vos que
renoveis o vosso compromisso para que as vossas comunidades sejam
lugares sempre mais acolhedores, onde se faz experiência da misericórdia
e do amor de Deus. Que o Senhor vos abençoe a todos!”
O Papa Francisco a todos deu a sua benção! (RS)
Sem comentários:
Enviar um comentário