Agência Ecclesia
Lusa |
«Não é irrelevante ter ou não ter fé», frisou D. Giovanni Battista Re que presidiu este ano à peregrinação internacional de outubro
Fátima, Santarém, 13 out 2015 (Ecclesia) – O cardeal Giovanni Battista Re destacou hoje Maria e a mensagem de Fátima como “modelo” para um mundo onde “a fé está posta a uma dura prova”, na missa de encerramento da peregrinação internacional de outubro ao Santuário.
Na homilia da celebração, o prefeito emérito da Congregação para os
Bispos, da Santa Sé, que presidiu às cerimónias deste ano na Cova da
Iria, realçou os “estilos de vida e correntes de pensamento” que
atualmente “põem em dúvida e até minam pelas raízes” a relação entre o
Homem e Deus e o próprio equilíbrio da sociedade.
Uma situação que, segundo o prelado, já aconteceu no passado e abriu
espaço a alguns dos mais “trágicos acontecimentos” que afetaram a
Humanidade: “duas guerras mundiais” e de “duas ditaduras: o nazismo”
alemão e o “comunismo da União Soviética”.
“Duas ideologias que espezinharam os direitos humanos e que foram causa
de grandes sofrimentos. A luta contra Deus foi grande”, lembrou o
cardeal italiano.
Segundo o representante da Santa Sé, “não é irrelevante nem marginal a
questão de ter ou não ter fé, porque muda radicalmente a maneira de
pensar e de agir”.
“É uma questão não só para a salvação eterna, mas também para uma vida serena nesta terra”, frisou o cardeal.
Reforçando que “a maior desgraça que pode acontecer” à humanidade “é
precisamente a perda da fé”, D. Giovanni Battista Re recordou o papel
que as aparições de Nossa Senhora, que a mensagem de Fátima, desempenhou
e continua a desempenhar na sociedade e no mundo.
“A mensagem de Fátima continua a interpelar-nos ainda hoje; o apelo de
Fátima é dirigido também a nós, propondo de novo à Igreja e ao mundo
moderno os valores eternos do Evangelho”, acrescentou.
O cardeal italiano salientou que Maria, apesar de também ter
experimentado dúvidas e dificuldades, “manteve-se fiel até ao fim”.
“As próprias dificuldades, que Nossa Senhora sentiu no caminho da fé,
aproximam-na de nós. Ao contemplar o mistério da Anunciação, aprendemos o
que significa acreditar pondo a própria confiança em Deus”, sustentou.
Ainda sobre as aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, o prefeito
emérito da Congregação para os Bispos classificou-as como símbolo da
“solicitude materna” de Maria por toda a humanidade.
Sendo a “criatura mais próxima de Deus”, ela “intercede” continuamente
pelos homens e mulheres, pelos seus desafios e obstáculos.
“Nada lhe escapa dos nossos problemas, dos nossos sofrimentos, das
nossas canseiras. É mãe que deseja o nosso bem, quer ajudar-nos e
conduzir-nos a Jesus”, apontou.
O cardeal D. Giovanni Battista Re presidiu este ano à peregrinação
internacional aniversária de outubro, que teve como tema ‘Vigiai e orai’
(Mt 26, 41).
Durante a eucaristia, a Guarda Nacional Republicana apresentou uma
petição, por ocasião dos seus 103 anos de atividade no distrito de
Santarém, “para que cada um dos seus militares se constitua,
permanentemente, como um exemplo de dignidade, de conduta social, de
relações humanas e solidariedade para com o seu semelhante”.
Segundo os serviços do Santuário de Fátima, 127 grupos de peregrinos
fizeram a sua inscrição para a celebração aniversária da aparição de 13
de outubro, a última das seis que aconteceram em 1917, segundo o relato
dos pastorinhos de Fátima, os beatos Jacinto e Francisca Marto e a irmã
Lúcia.
JCP
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