(RV) O Sínodo dos
Bispos sobre a Família prosseguiu na manhã desta segunda-feira (19/10)
com mais uma sessão de Círculos Menores. Os treze grupos linguísticos
estão agora a trabalhar sobre a terceira parte do Instrumentum laboris,
dedicada ao tema “A missão da família hoje”. Os relatórios dos Círculos
serão apresentados na tarde desta terça-feira (20/10).
Entretanto, intervieram na conferência de imprensa do início da
semana, ao lado do Pe. Federico Lombardi, o Patriarca latino de
Jerusalém, Fouad Twal, Dom Mark Benedict Coleridge, arcebispo de
Brisbane (Austrália) e Dom Enrico Solmi, bispo de Parma (Itália).
Para Dom Twal, “os padres sinodais provêm de contextos diferentes; os
desafios são diferentes e é normal que não estejam de acordo com tudo,
mas afirmou também que existe um ponto comum, isto é, que “Todos
queremos o bem das famílias: nestas duas semanas de trabalhos sinodais,
não houve nenhum aspecto da família que não tenha sido abordado, sempre
em busca do melhor para as nossas famílias, entendidas como a família
humana, a família religiosa e a família como Igreja total”, disse.
Em relação à questão dos divorciados recasados e do seu acesso ao
sacramento da Eucaristia, o Patriarca afirma que “os aspectos sobre este
ponto são muitos e ninguém está indiferente a esta situação. Este,
porém, é um campo delicado e não se deve generalizar: melhor estudar
caso por caso, usando misericórdia, mas sem esquecer a doutrina.
É necessário um diálogo genuíno com os casais irregulares, pois a sua
história deve ser ouvida. Dom Coleridge disse que “sem pretender fazer
previsões em âmbito doutrinal, pode-se dizer que existem bases para
mudanças no ensinamento da Igreja. Em nenhum Círculo foi explicitamente
pedido que os recasados sejam readmitidos à comunhão; em alguns foi
solicitado um gesto de misericórdia do Papa durante o Jubileu”.
Dom Solmi, bispo de Parma, afirmou que “sentiu o clima de
universalidade da Igreja”: “Vir a Roma, encontrar o mundo, ter uma visão
menos ocidental e menos fechada do matrimónio e da família, porque na
Sala do Sínodo chegam todas as famílias do mundo com as suas
especificidades, suas temáticas, seus problemas e às vezes também o
conjunto de valores e atenções quase sempre esquecidos no nosso mundo
ocidental”.
Relativamente aos caminhos penitenciais propostos para os divorciados
recasados, o bispo afirmou que era importante que a Igreja acompanhe as
pessoas com dificuldades principalmente com o discernimento e com a
consciência de que o perdão de Deus vai além da mediação da própria
Igreja. Dom Solmi terminou a sua intervenção exprimindo votos de que o
Sínodo seja realmente influente: “Penso e espero que o Sínodo não seja
um ‘cosmético’, mas que incida na vida da Igreja, colocando a família no
lugar que lhe compete na Igreja. Espero que isso possa se tornar um
sinal forte”, concluiu.
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